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A Perseguida

  • Conto erótico de aventura (+18)

  • Temas: fantasia, estupro, violência, mistério, metrô, terror, suspense, perigo, casual, anal,
  • Publicado em: 25/03/15
  • Leituras: 35022
  • Autoria: Peristilo
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Júlia entrou no vagão um pouco ofegante porque precisara correr para não perder o metrô.

Já sentada e com a respiração voltando ao normal, ela deu uma olhada ao redor. Notou o vagão quase vazio. Tirou da bolsa um livro, ajeitou os óculos e procurou a parte do romance onde parara na última leitura.


Um homem veio se sentar no banco oposto ao dela, bem a sua frente. Ela o observou rapidamente. Não lhe prestou muita atenção. Minutos depois levantou os olhos, pois percebera que ele a olhava insistentemente. Isso a incomodava. Então, para intimidá-lo, encarou-o com uma expressão hostil. Mas ele sustentou o olhar e até lhe deu um leve sorriso.


"Cí­nico!" ela xingou em pensamento, e baixou os olhos, retornando à leitura como se não desse a mí­nima. Que olhasse o quanto quisesse! Estava acostumada com homens admirando-a. Olhou para baixo e viu os próprios seios quase aparecendo no decote. Era uma coisa bonita de se ver, mas um tanto escandalosa! Ainda não tinha se dado conta do quanto aquele uniforme da loja podia ser provocante!


O sujeito continuava a observá-la. Ela não teria se importado se ele ao menos fosse bonito. Mas era feio! Não tão feio; ao menos tinha belos braços, musculosos e peludos. Não estava mal vestido também.


Na metade da viagem, Júlia notou que o homem parara de olhar para ela. Ele ia de cabeça baixa, com uma expressão abobalhada de quem está mergulhado em seus próprios pensamentos. Parecia ter perdido todo o interesse em admirá-la. Talvez ela não fosse tão bonita assim como pensava. Por que ele parara de olhar? Ou só tinha feito aquilo para provocá-la, só para atrapalhar sua leitura? E se ela lhe tivesse dado bola? como ele teria reagido?


Reparando bem, ele era até charmoso com aquela barba mal feita e o jeitão de bandido. Ela podia apostar que, se largasse o livro e olhasse para ele, teria a atenção dele de volta. Sim, era só ela querer.


E quis. Passou a encará-lo. Depois de um minuto viu que ele estava longe dali. Ela parecia até invisí­vel. O idiota não percebia que ela estava dando mole?!


E se ela cruzasse as pernas, seu belo par de pernas brancas e roliças?


Cruzou. Mas ele não viu. E se ela agora descruzasse as pernas, lentamente, como a assassina daquele filme famoso?


Foi o que fez, e também não funcionou. Melhor era voltar ao livro e esquecer.


Abriu o livro. Não conseguiu ler uma frase. Tinha metido na cabeça que só ficaria satisfeita quando ele voltasse a admirá-la, nem que fosse para ignorá-lo depois. Então, ainda fingindo ler, com a cara enfiada no livro, abriu um pouco as pernas. Ele continuou na mesma, sem reparar no que ela fazia. Ela abriu as pernas mais um pouco e percebeu-se sentindo um certo prazer naquilo. Nunca tivera a coragem de fazer tal coisa na vida, mas agora que fazia, descobria o quanto era excitante.


Ninguém no vagão quase vazio notava que ela se expunha daquela forma, nem mesmo o homem a sua frente. Isso a encorajou a ousar ainda mais. Afastou as pernas até onde a saia apertada permitia. E como se não bastasse, desejou não estar usando nada por baixo, como naquele mesmo filme. Como seria ser flagrada assim, sem calcinha no metrô, com os pelos à amostra? Imaginou aquele homem olhando bem para o centro de suas pernas. Que visão agradável seria para ele! Ela sem calcinha. Ele veria os pêlos crespos e talvez algo mais.


Júlia havia fechado os olhos por um instante enquanto se perdia no prazer dessa fantasia. Ao abrir os olhos, tomou um susto. O sujeito estava bem atento agora a suas pernas escancaradas. Ele levantou um olho e sorriu maliciosamente para ela, como se soubesse que ela dava brecha de propósito. No mesmo instante, ela reagiu e cerrou as pernas, nervosamente. Acabava de se arrepender da ousadia. Agora só queria chegar logo a sua estação e nunca mais ter que encarar aquele homem outra vez. Tomada de vergonha, subiu o livro até a cara e fez de conta que lia, como se nada tivesse acontecido. E assim foi até a hora de descer do metrô.


Ela deixou a estação apressada e nem olhou para trás. Caminhou rápido por uma avenida e entrou no conjunto habitacional onde morava.


Como já havia imaginado, àquela hora da noite, as ruas estavam desertas, as portas das casas fechadas, as pessoas já dormindo em suas camas ou cochilando diante de uma tv.


A poucas quadras de sua rua, Júlia teve a impressão de que alguém a seguia. Quando se voltou para verificar, quase teve um infarto: o homem do metrô a acompanhava de perto!


Desesperou-se. Apressou o passo. Teve vontade de correr, mas a saia era justa demais e os saltos altos não ajudavam. Pelo ruí­do dos passos dele no calçamento, julgou que o homem também apressara o ritmo. Quase não tinha dúvidas: ele a perseguia.


Depois de um momento pareceu-lhe que ele ficava para trás. Ela quase relaxou, mas voltou a ficar tensa quando passava por um enorme terreno baldio, com um matagal crescendo dentro e algumas passagens pelo muro em ruí­nas. Já tinha ouvido falar que ali uma jovem havia sido estuprada algum tempo atrás. Aquele homem as suas costas só precisaria correr poucos metros, agarrá-la pelo pescoço e arrastá-la ali para dentro. Depois faria o que bem entendesse com ela. Ninguém veria nada e ela não poderia gritar porque certamente ele lhe taparia a boca ou lhe faria ameaças com alguma arma. Seria estuprada de qualquer forma, morta ou viva. "Melhor viva do que morta", ela pensou e achou que ia chorar, mas não chorou. Não era para se desesperar porque ainda não tinha acontecido nada e o homem estava longe ainda. Mas nada lhe tirava da cabeça que ele queria lhe fazer algum mal.


E de repente, pareceu-lhe que ele apressara o passo de novo. Achou que era agora que ia ser atacada. Se visse alguém, chamaria por socorro, mas não havia ninguém! Somente ela e ele. Andou mais rápido também, mas já estava quase conformada com sua desgraça. Ia ser estuprada e não tinha como evitar. Dessa vez tinha certeza de que não exagerava, pois era coincidência demais que aquele homem que ela provocara no metrô a tivesse acompanhado até ali.


Novamente olhou para o matagal escuro dentro do muro esburacado. Ele a levaria ali para dentro, provavelmente a amarraria. Depois arrancaria suas roupas e abusaria dela. Mas o mais importante era que ele não a machucasse, que não lhe fizesse um mal pior. Era bom que ela se preparasse e não fizesse bobagem na hora. Seria bem prática e não desgostaria o homem para ao menos sair viva daquela situação. Faria o que ele mandasse. Ou talvez nem tudo, pois tinha uma coisa que não faria nem morta: chupar o pênis dele. Se ele a obrigasse a chupá-lo, ela o morderia com toda a força e depois fugiria. Não ia chupar nenhum pau imundo! Ele que não tivesse a ideia!...mas pensando melhor, se o mordesse e não conseguisse fugir? Sem dúvida ele a mataria. E se ele tivesse um revólver?! Não dava para morder e fugir com um revólver apontado para cabeça. Levava um tiro na hora! Seria idiotice! O jeito era obedecer e não desagradar o bandido. Imploraria para não chupar, mas se ele insistisse, acabava chupando. É, ia chupar, sim. Para salvar sua vida ela faria tudo. Não valia a pena arriscar. E depois, talvez se o chupasse e ele se satisfizesse logo, vai que nem a estuprava! Seria muita sorte, mas coisas assim podem acontecer. Talvez isso a salvasse! Seria até bom que ele pedisse para ela chupar, pois faria de um jeito que ele gozaria logo e a deixaria em paz. Mas não... ele não ia cair nessa. E tarados não ficam satisfeitos assim tão fácil; do contrário não se chamariam tarados. Ele a obrigaria a chupar de qualquer forma e em seguida a violentaria sem piedade. Ia ser doloroso porque ele a penetraria contra a vontade dela, sem lubrificação, sem ela estar excitada.


Não se lembrava onde lera uma vez que algumas ví­timas de estupro ficam excitadas no momento em que são penetradas, não por apreciarem tal violência, pois nenhuma mulher normal apreciaria; ficam excitadas espontaneamente, sem quererem, como uma reação instintiva e primitiva, pois as fêmeas ancestrais da espécie humana eram estupradas pelos machos e essa era a prática comum entre os primeiros seres humanos. Deve ter lido isso num artigo cientí­fico. Mas é difí­cil de crer que uma mulher fique excitada com tal barbaridade, embora existam muitos fatos surpreendentes neste mundo. Será que ela seria uma dessas mulheres de instintos primitivos?! Se ficasse excitada, mesmo sem querer, talvez não sofresse tanto. Se o pênis dele fosse grande demais, era preferí­vel ficar excitada; lubrificada, não sentiria tanta dor. Mas o pior é que ele poderia não se contentar só com isso! Estupradores costumam ser sádicos e extremamente depravados. Iria tentar enrabá-la também. Isso ela não podia permitir. Tudo, menos tal experiência! Mas o que uma mulher pode fazer numa hora dessas?! Não adiantaria lutar, pois ele a dominaria fácil, iria obrigá-la a se deitar de bruços no chão e em seguida a penetraria daquela forma, sem que ela pudesse fazer nada. Já tinha visto muitas dessas cenas horrí­veis no cinema e agora ia acontecer com ela de verdade!


Todos esses pensamentos passavam velozes pela cabeça de Júlia enquanto ela caminhava com passos apressados.


Estava perto de casa, mas não queria que ele soubesse onde ela morava. Então não pensou duas vezes; entrou no primeiro beco que viu do outro lado da rua, em frente ao terreno baldio.


Tinha lhe parecido que era a melhor solução, que poderia escapar por ali, mas ao entrar no beco, arrependeu-se. Quanto azar! Tinha esquecido que aquele beco havia sido fechado semanas atrás. Estava presa ali, entre o enorme muro de uma escola e um armazém. E era um beco tão pequeno e estreito! Não podia ter se metido num lugar pior! Agora é que se complicara mesmo porque não dava mais tempo de voltar.


Com o coração aos pulos, ela espremeu-se contra a parede e esperou, não tendo mais o que fazer exceto rezar pelo milagre de o homem não a descobrir ali. Quantos erros cometidos num só dia! E essa última ideia de se meter naquele buraco tinha sido o fim da picada! Até parecia que...


Júlia ouviu os passos do homem muito perto. O coração disparou de vez. Fechou os olhos apavorada. Ouviu que ele se aproximava, já à entrada do beco. Tomou coragem e olhou de canto de olho. Então, aterrorizada, viu seu perseguidor! Ali estava ele, o mesmo homem que ela provocara no metrô. Era ele, sim. Mas... como?! Como podia ser?! Ele passara reto?! Mas... por quê?!


Ele não a atacou como ela havia temido o tempo todo! Não; pelo contrario! Ele passou e apenas deu um leve sorriso para ela, quase como se zombasse de ela estar metida ali naquele buraco, daquele jeito. O homem seguiu seu caminho pacificamente.


Júlia saiu do seu esconderijo. Ficou observando o sujeito se afastar sem olhar para trás. Agora ele lhe parecia ser um homem comum, sem nenhum interesse em estuprar mulheres. Sem nenhum interesse por ela. Sentiu-se muito confusa, pois, há um minuto atrás, tinha certeza de que era perseguida por um tarado. Custava a acreditar que tudo tivesse sido apenas uma coincidência, que aquele homem que ela provocara no metrô fosse talvez apenas um morador novo do bairro! E no entanto, o homem já havia dobrado a esquina no fim da rua e sumido.


Recuperando-se do susto, ela riu de si mesma. Mais uma vez fizera uma confusão em sua cabeça louca. Era tão exagerada! E aquele homem passou sem demonstrar o menor interesse por ela! Tanta angústia por nada! E ter que passar por um susto daquele! Ah! Só o que lhe faltava! Era o que ela ganhava por dar bola a um sujeito como aquele, que ainda por cima era feio! Aquele mesmo que não era estuprador coisa alguma! Se duvidar, era até gay...e só serviu para atrapalhar sua leitura!


Fim

*Publicado por Peristilo no site climaxcontoseroticos.com em 25/03/15.


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