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Small Drangonfly - A 1ª Vez

  • Conto erótico de hetero (+18)

  • Publicado em: 27/01/16
  • Leituras: 1605
  • Autoria: Daniel_Portugal
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Numa destas noites senti-me só. Tão só que decidi sair um pouco de casa, arejar, espairecer.

Sentei-me ao balcão de um bar, onde um copo de cerveja repetidamente vazio, jazia mesmo à minha frente. Um desconhecido que estava atrás do balcão trazia-me repetidamente outro.

A noite não ia longa e estava decidido que que a mesma não iria terminar de forma descuidada naquele bar de luz trémula.

Decidido empurrei a porta e deixei para trás a solitária "criatura" de bigode farto que acariciava os copos ainda molhados com um pano tingido de um vermelho tinto.

A fraca luz da rua guiava-me pela calçada, não evidenciando com clareza os rostos que por mim passavam.

Ao fundo da rua, um pequeno letreiro laranja e preto lutava por se manter aceso. Nele, um logótipo oriental continha "Small Dragonfly - Escola de Dança". Convidava ainda a assistir ou participar nas aulas que decorriam até às 24h.

Sobrava meia hora, porque não arriscar e ver um pouco? Entrei.

Deparei-me com um corredor a meia-luz que terminava numa recepção. Uma senhora tão gasta pela idade quanto a secretária à sua frente, rabiscava as palavras cruzadas do seu jornal diário. Uma cigarrilha morria deitada e lentamente queimada, junto de tantas outras já mortas.

- Desculpe. - interrompi - Como posso fazer para assistir às aulas de dança?

Uma caneta que tinha terminado uma palavra na horizontal apontou na direcção do 1º andar sem qualquer palavra.

Cada degrau pisado, queixava-se mesmo por baixo de mim.

Chegado ao 1º andar, segui uma subtil melodia que era acompanhada pelo que julguei ser, apenas um par de pés em movimentos dançantes.

A inscrição já meio apagada, dava-me a certeza de que tinha chegado ao sí­tio certo. No vidro escurecido constava "Sala de Aula". Cuidadosamente, para não ser notado, abri a porta e a mesma fez soar um som que mostrava falta de manutenção.

Espreitei, deixando passar apenas a ponta do nariz e o suficiente dos olhos para contemplar a sala.

Um chão em tacos de madeira encontrava-se deitado em toda a sala, uma das paredes continha alguns retratos empoeirados de grandes mestres bailarinos; Rudolf Nureyev, Fred Astaire, Joaquí­n Cortés e até do John Travolta e Olivia Newton-John no filme Grease.

Outras duas paredes, estavam ornamentadas com espelhos em todo o seu total. Ao fundo, uma janela de vidraças completava a sala, deixando entrar na sala a luz da rua, que se fazia acompanhar unicamente por um conjunto de velas espalhadas aleatoriamente pela sala. A iluminação do tecto, encontrava-se ausente.

Um pequeno rádio encontrava-se sozinho dando a melodia aos pés que dançavam.

Um corpo igualmente sozinho dançava, no meio da sala, fazendo notar a concentração em "um dois três, salto, um dois três rodopia, um dois três novo salto". Fiquei largos minutos a fitá-lo.

A silhueta feminina não era muito alta, devia ter cerca de 1,60, o cabelo era longo, preso por uma fita branca igualmente longa. Não lhe conseguia distinguir os olhos, mas pareciam claros.

Os seus pés descalços estavam em cumplicidade com cada pedaço de chão, por cima do corpo única e exclusivamente um véu branco, deixando transparecer a sua silhueta, o escuro dos seus mamilos, os contornos de cada traço.

Estive os restantes 30 minutos a apreciar cada salto, cada volta, cada gesto. Até que por fim, num acto final o véu solta-se e um lindo corpo se revela.

Receei ser apanhado naquela situação. Senti-me pequenino com tamanha beleza.

Queria ficar, mas não devia ser assim. Não a conhecia, não sabia dançar, não tinha verdadeiramente qualquer pretensão para tal.

Assim como a minha chegada, a minha saí­da foi também sublime. Sem que notasse alguma vez a minha presença.

Desci as escadas com aquelas imagens no meu pensamento.

Voltei a cruzar a senhora da recepção que agora dormia com a caneta na mão.

Passei o corredor, encontrei-me na rua, de novo sozinho. Mas alguma vez estive acompanhado nesta noite?

A vaguear voltei a casa.

A mesma, solitária quanto eu, abriu-me os braços e recebeu-me na minha tristeza, na minha incerteza do que tinha vivido.

Descalcei os sapatos à entrada, ficaram desordenadamente soltos e à sua mercê.

Dirigi-me ao duche e coloquei a água a correr.

Enquanto o vapor subia, despi-me e deixei que a água quente me tocasse, me acariciasse, desejando que fossem os braços daquela mulher a fazê-lo.

Encostei as mãos na parede e as visões vividas naquela sala revistavam-me.

A silhueta, o véu, as velas, a queda do véu, o cabelo.

Saí­ do duche e ainda a pingar, um copo de whiskey fez-me companhia enquanto espreitava a rua pela janela, mas sem ver nada do que por lá da vidraça se passava.

Rendido, entreguei-me ao conforto do lar e repousei os meus restos mortais na cama.

A imortalidade tinha ficado naquela sala.

No tecto, o seu movimento, o som da música.

No meu subconsciente um único pensamento; "alguma vez a voltarei a ver?"

Teria que sair uma outra noite, teria de voltar lá, teria de ganhar coragem para uma outra abordagem, teria de me deixar levar...


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*Publicado por Daniel_Portugal no site climaxcontoseroticos.com em 27/01/16.


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