Destinos Cruzados

  • Publicado em: 27/05/17
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  • Autoria: EDT
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Primavera. Mas que estação tão bonita. Antes que começasse a chover saí­ enquanto o sol ainda sorria. Parecia que hoje o dia ia correr bem, visto que quando cheguei ao táxi começara a chover.


Mas que fabuloso!


As nuvens aproximavam-se à medida que chegava ao centro comercial. Era sábado, e queria aproveitar para sair um pouco e abstrair-me de todo o trabalho da semana.


Dirigi-me rapidamente para dentro do estabelecimento assim que entreguei o dinheiro ao taxista.


Que merda de tempo.


Pensei para mim própria que durante as próximas 2 horas o tempo iria melhorar. Verí­amos.


Entrei num loja qualquer de roupa, e encontrei uma saia que por acaso ficava-me bem. Comprei-a e corri lojas atrás de lojas para simplesmente passar o tempo.


Entretanto deu-me uma fome do caraças e subi as escadas rolantes para a zona de restauração. Um pastel de nata e um café com certeza me deixariam satisfeita.


Sentei-me numa mesa de dois lugares. Enquanto me deliciava com o pastel de nata, deparei-me com um homem alto e de cabelo curto. Virou-se na minha direção.


Com certeza que estava à procura de um lugar para se sentar e havia tantos. Ainda assim decidiu sentar-se à minha frente, mas antes disso olhou-me nos olhos e perguntou-me se se podia sentar. Instantaneamente reconheci-o - Dearlen - um antigo colega do secundário.


- Olá Dearlen! - cumprimentei.


Olhou para mim com espanto.


- Vejam só quem é ela! Alice estás maravilhosa! Eu nem te reconheci.


- Bom, cresci. - ri-me com embaraço. Ele estava tal e qual. Nesse preciso momento recordei-me das nossas brincadeiras com bocadinhos de borracha que atirávamos um ao outro. Era ridí­culo e infantil mas às vezes era engraçado.


A nossa interminável conversa chegou ao ponto de dar-mos as mãos em sinal de saudade; de afeto.


- Sinto a falta das nossas brincadeiras, Alice.


- A quem o dizes. Aposto que fazes outro tipo de brincadeiras com a tua namorada...


Mas que foi isso, Alice?!


- Bom, não tenho namorada. A última relação que tive foi à 2 anos. Então, não, não tenho feito mais brincadeiras com ninguém. - ri-se tristemente.


- Oh meu deus, desculpa. - apertei-lhe mais a mão.


Olhou para mim com ar divertido.


- Desculpa porquê? Passado é passado. Não te preocupes. Mas então e tu?


- Eu não tenho namorado.


Virei o olhar para a planta que estava à minha direita. Não tinha namorado porque ainda sentia algo muito forte por Dearlen. Ele não sabia, ou ao menos deduzia que não.


- Talvez ele esteja mesmo à tua frente...


Olhei para ele com os olhos bem abertos e dei uma gargalhada contagiosa.


- A sério, Dearlen? - olhei para o meu relógio e vi que já estava a entardecer. - Olha, eu tenho que ir para casa se não te importares.


- Não, claro que não.


Ele decidiu acompanhar-me até à saí­da do centro comercial e enquanto nos encaminhávamos continuámos a falar das nossas brincadeiras e das saudades que ambos tí­nhamos um pelo outro. Acabei por certo ponto descuidar-me e dizer-lhe que gostava tanto dele. Ele apertou a minha mão novamente e beijou-a de forma suave e quente. Estremeci um pouco. Nunca mais tivera contacto com ele desde a secundária. Nunca mais me esquecera dele. Ele podia ter os seus defeitos, como ser teimoso, mas eu adorava aquela criatura jeitosa.


- Bom, é aqui que nos separamos. - disse ele com desagrado.


- Ainda por cima está a chover. Foda-se não gosto nada, nada, nada deste tempo. As Primaveras já não são o que eram.


- Aí­ tenho que concordar. Bom, nesse caso, não queres que te dê boleia?


Olhei para ele cautelosamente. Não queria incomodar, mas ao mesmo tempo não queria ficar longe dele. Ele até cheirava bem. Parece-me que tinha já o banho tomado.


- Anda lá! - pegou-me na mão e corremos até ao parque de estacionamento até ao seu Porsche Cayenne preto.


O meu monovolume preferido!!!


- O meu monovolume preferido!!!- gritei extasiadamente. Ele entrou no carro e estremeceu com o frio que se estava a anunciar. - Não acredito que tens esta máquina.


Ele sorriu e acenou com a cabeça.


- Com trabalho e esforço temos o que queremos, não é verdade?


Meu deus, como os seus olhos e o seu sorriso atraente colidiam com o meu peito provocando arrepios tremendos e que me deixavam um pouco atordoada ou até talvez mole e sonolenta. Para qualquer das maneiras eu estava a adorar tudo nele. Até quando ele brincava com o seu cabelo em sinal de nervosismo. Ele estava de certeza com segundas intenções. Eu conseguia descodificá-lo através da sua linguagem corporal, da sua linguagem sensual e grave. Os seus olhos amendoados castanho claro deixavam-me louca para tê-lo junto dos meus lábios doces e reluzentes, a pedir: por favor beija-me.


Durante a viagem, Dearlen notava que eu estava desconfortável. Olhava com relutância para a sua mão no volante. A sua mão grande e masculina, com um relógio da Rolex preto no pulso esquerdo. Estava a tremer de desejo. Os olhos de Dearlen passaram pelo meu peito seguindo até às pernas vendo-as estremecer.


Pela minha mente passavam imagens de nós agarrados nos bancos de trás do monovolume. Ele a segurar-me com firmeza pela cintura, a beijar-me no pescoço com voracidade enquanto eu suspirava de desejo para ter o membro grande e grosso dentro de mim.


Eu quero-te.


Chegando à casa de Dearlen, só dei conta de que não era a minha casa quando ele abriu a porta para eu sair do monovolume.


- Bom, parece-me que já te decidiste. - disse com um olhar semicerrado atraente.


Olhei com dúvidas para o corpo presente de Dearlen e os meus lábios colidiram com os dele apressados. Senti uma vaga de calor percorrer-me o corpo inteiro e senti as pernas estremecerem mais do que nunca. Ele agarrou-me pela cintura e aproximou-se mais de mim de modo a dar beijos mais profundos e molhados.


Dirigimo-nos para dentro de casa e sem muitas demoras todas as nossas roupas já estavam postas num canto qualquer da casa, enquanto que os nossos corpos movimentavam-se energéticamente na cama grande e vitoriana que Dearlen tinha. Aquela casa parecia uma mansão.


Como é possí­vel ele ter uma mansão destas e nem sequer ter uma namorada ou mulher?


- Dearlen, eu quero-te. Eu quero-te só para mim, és meu, meu, meu!


Os nossos corpos já colados estavam, e as nossas respirações aceleradas permitiam facilitar o caminho até ao clí­max. Dearlen penetrava-me com desejo e vontade, enquanto os nossos olhos se perdiam em caminhos de prazer.


Dearlen fita-me com paixão e depois sussura ao meu ouvido:


- Alice, estive à tua espera todos estes anos. Senti a tua falta. Porra, nem consigo acreditar que estás aqui ao pé de mim. - Os seus lábios colidem com os meus, saudosos do meu sabor.


Os seus olhos começaram por cambalear sob os meus gemidos efeminados o que o levou instantaneamente ao orgasmo, com um forte e grave gemido. Deixei-me levar pelo seu gemido e explodi de êxtase. Senti uma lágrima cair-me pela face enquanto recuperava o fôlego. Ele reparou.


- Alice, estás bem? - perguntou perturbado ao ver-me chorar. Tranquilizei-o dizendo que apenas era a minha forma de lidar com as emoções que estava a sentir. E era verdade. Talvez estivesse a ser a melhor noite da minha vida, ao lado de um homem e de um rapaz pelo qual já estava apaixonada há anos.


Ambos estávamos, agora, cobertos de melaço enquanto nos satisfaziamos de mil e uma maneiras possí­veis. De tantos anos pacientes, de tantos anos de tortura à espera deste momento que agora finalmente conseguimos poder desfrutá-lo. Tudo graças ao destino, presumo. Os nossos destinos estavam finalmente destinados a se cruzarem.


*Publicado por EDT no site climaxcontoseroticos.com em 27/05/17. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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