Revendo os amigos- A despedida

A despedida

Era sábado, 15 de Julho de 2017. Para a tristeza de Thiago, teria de voltar pra São Paulo no domingo. Os dias tinham passado tão rápido que ele nem ao menos sentira. Fora que, depois do convite de Josué e Marisa, as coisas ficaram extremamente interessantes naquela cidadezinha.

Os três voltaram a se encontrar duas vezes depois. Onde quer que se encontrassem, o clima era de muito tesão. Mesmo em público, eles mal podiam disfarçar. Josué ria, orgulhoso de si mesmo e da situação. Marisa, volta e meia ficava encabulada quando lembrava das cenas. Mas o prazer que havia provado nesses dias era inenarrável.

Marisa estava sozinha em casa, cuidando de seus afazeres. Josué tinha viajado para um simpósio da prefeitura de uma cidade vizinha e só voltaria à noite. Haviam marcado com Thiago de tomar uns drinks e ver um filme. Claro que os três sabiam muito bem no que aquela noite terminaria... Marisa estava terminando de tomar banho quando ouviu a campainha. Era quatro e pouco da tarde. Josué devia ter terminado o simpósio mais cedo. Vestiu o roupão e foi atendê-lo.

- Boa tarde...

Era Thiago. Ela arregalou os olhos e sorriu.

- Pensei que fosse Josué. Entre!

- Ele só chega à noite. Falei com ele mais cedo por mensagem.

- Pediu permissão pra vir aqui, foi?

- Eu preciso de permissão pra isso?

Marisa sorriu.

- Pra vir, não. Para o que pretende fazer, sim.

Thiago sorriu de lado.

- Como sabe o que pretendo fazer? Vim apenas rever uma amiga...

- Sei...

- Você é muito pervertida! Vê maldade em tudo!

Marisa entrou em casa e disse a ele que sentasse, ia se vestir.

- Porque se vestir? Porque, ao invés disso, não tira o roupão e fica nua pra mim?

- Não é assim que amigos recebem amigos!

Thiago sentou numa das poltronas em frente a Marisa. Os olhos dele brilhavam.

- Queria me despedir de você à sós primeiro. Foi a melhor coisa que me aconteceu vindo até aqui de novo.

O sorriso malicioso não se afastava dos lábios de Marisa. Realmente os encontros entre eles haviam sido ardentes e intensos.

- Não sei se Josué vai gostar de saber que você veio aqui hoje... - Ela respondeu, abrindo o roupão devagar.

- Ele não vai saber se você não contar...

Marisa deixou o roupão cair aos seus pés. Acariciava os seios e barriga enquanto Thiago a olhava.

- Ele é meu marido... Tem que saber das minhas aventuras...

- Se você preferir contar, eu não me importo...

Marisa foi se aproximando devagar de Thiago. Já sentia-se umedecer por dentro só de vê-lo ali, comendo-a com os olhos. Abriu as pernas sentando-se em seu colo. Thiago imediatamente passou a chupar seus mamilos, mordiscando-os. Marisa rebolava suavemente sentindo o volume sob a calça jeans de Thiago. As mãos dele acariciando suas costas e pernas nuas.

- Tira... Tira tudo...

Thiago apenas obedeceu quando ela levantou-se, tirando a calça, a camiseta e a cueca em seguida. Marisa ajoelhou-se no meio de suas pernas e pôs-se a beijar seu cacete armado com beijinhos suaves, estalados. Olhava para ele enquanto lambia seu mastro da base até a cabeça, fazendo o caminho de volta, descendo até as bolas e sugando-as suavemente. Thiago gemia observando a cena, sentindo o calor da boca dela. Até que ela o sugou, lentamente. Marisa engoliu seu membro inteiro, centí­metro por centí­metro, levando-o a tremer, gemendo alto.

- Chupa, gostosa... Chupa, Vadia!

Marisa parou, olhando para ele. Thiago não resistiu e deu-lhe um tapa na cara.

- Vagabunda...

Ela sorriu descaradamente, voltando a chupá-lo. Thiago sentiu que podia gozar a qualquer momento se ela não parasse de chupar. A agarrou pela cintura e a pôs sobre si. Marisa ajeitou-se sobre o cacete armado de Thiago e desceu de uma vez, sentindo-se inundada pelas sensações ao ser completamente preenchida.

- Delí­cia...

Cavalgava lentamente, subindo e descendo, gemia e fazia Thiago gemer. Ele perdia-se em seus peitos, sugando-os, mordendo-os. Seus dedos encontraram o clitóris dela e o torturaram. O orgasmo veio intenso e molhado. Marisa desfalecia.

- Você é deliciosa... Uma puta safada!

- Você me tornou uma puta... Me fez desejar seu pau...

- E virou minha puta...

Thiago a segurou pela cintura e iniciou as estocadas, rápidas e profundas. Sentia necessidade de fodê-la extremamente. Sentia que podia rasgá-la por dentro do furor que o consumia. Marisa derretia-se orgasmo após outro. Thiago não podia segurar mais...

- Desce pra levar na cara...

A sua testa estava franzida. Marisa ajoelhou-se olhando para ele maliciosamente. Thiago deu dois tapas em seu rosto, deixando-o vermelho. Marisa subitamente avançou sobre seu mastro e o sugou. Thiago gozou quando ela tirou a boca de si, espalhando lí­quido grosso e quente em seu rosto marcado. Marisa sorriu e levantou-se, sentando em seu colo.

- Banho... Agora...

- Você tem mesmo que ir?

Thiago sorriu com a pergunta enquanto se vestia novamente.

- Para casa ou pra São Paulo?

Marisa riu.

- Os dois...

- Bom, não sabemos como Josué reagiria se chegasse e me encontrasse aqui sem ter avisado a ele. Nossa relação é muito boa e quero mantê-la assim...

- Muito boa, né?

- E uma empresa me chamou em São Paulo. É a chance de trabalhar menos e receber um salário melhor, depois dessa reforma do governo não sei como vão ficar as questões trabalhistas...

- Você está certo... Melhor garantir o futuro...

- Mais tarde estou aqui de novo. Não vai dar tempo nem de sentir saudade...

Thiago beijou-a na boca, acariciando seus mamilos por cima do vestido. Marisa sorriu.

- Eu precisava me despedir de você. Te dizer que, mesmo sem tudo o que aconteceu, você é uma mulher incrí­vel. Josué tem sorte de tê-la.

- Obrigada... - Marisa sorriu encabulada.

- Não agradeça, é a verdade... Me senti extremamente culpado quando te vi as primeiras vezes... Você é deliciosa e sabe como mexer com um cara!

Os dois riram.

- Nada foi proposital...

- Eu sei... Você ama mesmo o Josué, né?

- Amo, muito mesmo. Ele me completa em todos os sentidos. Temos nossos desentendimentos, principalmente quando ele bebe, mas nos entendemos sempre. É um parceiro como nunca tive.

- E ele ama você. Sei que vão ficar juntos por muito tempo, senão pra sempre. Se eu chegar a casar um dia, quero ter uma relação verdadeira como a de vocês.

- Inveja mata!

- Inveja branca, a vá!

Marisa riu. Num í­mpeto, o abraçou.

- Vou sentir saudades...

- Também vou.

- De tudo, não só do sexo! - Marisa riu.

De fato, tinham se tornado grandes amigos. Thiago beijou-a e saiu dali. Já era quase sete quando Marisa trancou-se em casa. Ficou perdida em seus pensamentos. Seria mesmo possí­vel uma relação à três como a que estavam vivendo? Sem maiores dissabores ou brigas, com todo aquele consentimento e permissividade? Para qualquer pessoa, aquilo era improvável e ilógico. Talvez ela e Josué fossem realmente loucos. Despertou de seus pensamentos quando Josué a chamou no portão.

- Como foi seu dia, minha branquela?

Estavam à mesa tomando café.

- O normal de sempre... Estou com uma leve dor de cabeça...

- Humm... O que houve?

- Nada demais... Deve ser o perí­odo menstrual que está perto.

- Ainda bem que não veio esses dias! - Josué riu.

- Pervertido!

- Vai dizer que não gostou?

-Claro que gostei...

- Já se preparou para a minha vez?

Marisa riu.

- Precisa de preparação para isso?

Josué a puxou sobre seu colo.

- É por isso que amo você.

- Preciso te contar uma coisa...

- Conta...

Marisa suspirou.

- Thiago esteve aqui mais cedo...

Josué ergueu as sobrancelhas.

- Imaginei que isso pudesse acontecer... Ele realmente gostou de você.

- Nada a ver...

- Tudo a ver, amor. Você é encantadora! - Josué sorriu, meio triste.

- O que houve, amor?

- Às vezes tenho medo de te perder... Medo que você encontre alguém melhor que eu.

Marisa o beijou delicadamente.

- Isso nunca vai acontecer. Eu te amo tanto que nem imagina!

- Eu não te dividiria com mais ninguém... Sei que Thiago jamais iria se interpor entre a gente. É um cara legal, de caráter. E te respeita. Mas outros, não. Nenhum outro.

- Não precisa falar duas vezes. Eu jamais te trairia com qualquer que fosse. Thiago tem a sua permissão, outro não.

- Thiago era apaixonado por você logo quando você chegou aqui.

- Como é?

- Sério... Quando estudávamos juntos no ensino médio. Você estava na sétima série se não me engano.

- Mas começamos a namorar um ano mais ou menos depois que eu cheguei.

- Isso... Eu sabia que Thiago gostava de você, mas quis te pegar do mesmo jeito. Era só pra ficar, mas eu me apaixonei.

- Que história doida!

- Eu devia isso à ele... Talvez hoje você devesse estar casada com ele...

- Qual é, amor... As coisas só acontecem porque têm que acontecer...

Josué a abraçou forte. Sentia-se feliz por tê-la. Amava a esposa.

- Mas não pense que eu esqueci a minha fantasia!

Marisa riu.

- Você não presta!

- Claro! Vai que você esquece!

Cerca de quarenta minutos depois, Thiago chegou. Cabelos molhados, uma sombra de tristeza no olhar, apesar do sorriso.

- Se anime, velho! Pelo menos você aproveitou bastante esses dias aqui! - Josué abraçou o amigo pelos ombros.

- Estou só cansado... Acordei cedo demais...

- Marisa cansa mesmo, filho!

Josué riu e Thiago entendeu que Marisa havia contado a ele sobre a tarde. Encolheu os ombros.

- Relaxe... Sabia que você viria. Me surpreenderia se não tivesse vindo.

Marisa os recebeu com um sorriso. Estava deslumbrante com um vestido azul colado ao corpo, curtí­ssimo.

- É possí­vel que alguém fique tão linda vestida quanto nua? - Josué perguntou ao amigo enquanto olhava Marisa. Ela apenas sorriu em agradecimento.

- Tudo bem? - perguntou à Thiago.

- Ele está triste porque vai embora...

- Não estou triste, só um pouco cansado. Precisei ajudar meu tio com o gado essa tarde...

- Tranquilo... Vamos beber e esquecer os problemas...

Josué serviu vinho para os três. A conversa quebrou o clima pesado do iní­cio e em minutos, estavam rindo lembrando de coisas do passado.

- Puta merda! Esqueci de uma coisa!!!

Josué levantou-se rapidamente e disse que voltava já.

- Aonde vais?- Marisa quis saber.

- Eu volto logo. Me esperem!

Josué saiu disparado de moto. Marisa olhou para Thiago.

- Nem me olhe, não sei de nada!

Marisa riu e voltaram para a cozinha.

- Falando em passado... Porque nunca me disse que foi apaixonado por mim?

Thiago engasgou com o vinho e Marisa riu.

- O quê?

- Josué me contou...

Thiago parecia embaraçado.

- Vocês estão casados... Juntos há tanto tempo. E isso foi coisa de adolescente...

- Josué se sentia culpado...

- Porque?

- Por ter me tomado de você.

Thiago sorriu.

- Acho que você tinha mesmo que ficar com ele. Eu sou muito...

- Galinha?

Os dois riram.

- Eu ia dizer independente. Gosto de ter liberdade, de não ficar preso a um relacionamento...

- Entendo você...

- Josué era assim até te conhecer. Acho que quando encontramos a pessoa certa, nosso pensamento muda.

- O meu mudou... - Marisa sorriu para ele. Thiago sentou-se orgulhoso por tê-los como amigos.

- Talvez um dia você me veja apaixonado mesmo por alguém. Por enquanto, me deixa curtir a vida e o que ela tem de melhor...

Marisa riu com o comentário.

- Não te condeno por isso. Mas assim, esse estilo de vida não é solitário?

- Em partes sim. Quando a barra aperta, não se tem alguém pra conversar e relaxar. Se tenho problemas, tenho que resolver sozinho.

Marisa permaneceu calada.

- Mas tenho a liberdade de sair quando quiser para onde quiser, sem hora pra voltar e sem explicações para dar.

- Isso eu também tenho com Josué.

- Mas vocês dois são raridade... 99, 99% dos casais são tradicionais, do tipo que só saem juntos, que não podem ter outros amigos...

- Somos um casal, parceiros, não propriedades um do outro.

- Por isso disse a você que, se um dia casar, quero um relacionamento assim...

Thiago piscou o olho para ela.

- Você me surpreendeu.

- Em quê?

- Sempre achei que homens galinhas fossem sem caráter.

- Porque?!?

- Porque pegam uma e outra... Achei que não tivessem caráter em nenhuma área da vida...

Thiago riu.

- Sou galinha porque gosto de sexo e não quero me prender numa relação agora... Não quer dizer que eu vou ser um cafajeste com meus amigos e na minha vida no geral.

- Percebi isso.

- Acho que aprendemos lições valiosas no meio disso tudo.

Marisa riu.

- É uma tentativa de encobrir a grande putaria que fizemos? Justificá-la como lição de vida?

Os dois desataram no riso. Josué entrou pelo portão de repente.

- O que eu perdi?

- Estávamos falando de lições que aprendemos...

- Aonde?

- Na cama! - Thiago riu e Josué ficou sem entender.

- Depois te explico, amor... Onde era o incêndio que você foi apagar?

- Não tinha incêndio nenhum... Só lembrei que mandei fazer uma coisa pra Thiago e esqueci de pegar.

Thiago arregalou os olhos.

- Pra mim? O quê?

Era um quadro de madeira entalhada. O desenho era de dois pombos cinzas e uma pomba branca no meio. Abaixo do desenho, a frase "Na fama, na lama, na cama". Thiago riu alto, descontroladamente.

- Os pombos sujos!!!

- Você lembrou!!!

Os dois riram feito idiotas por alguns minutos e Marisa ficou perdida.

- O que diabos estão falando?

- Pombos sujos era o nome de um grupo que formamos nos tempos de escola. Eu, Thiago, João e mais uns cinco. Nas festas sempre saí­amos juntos.

- Dois pombos sujos e uma pombinha... Josué, você é um gênio!

- Pombinha branca... Né, amor?

Só então Marisa se deu conta. E riu porque tinha certeza que eles eram loucos.

- Na fama, na lama, na cama. - Thiago leu.

- Na fama, na lama, na cama... - Josué repetiu.

- Vai ser nosso lema, é? Não tinha nada pior?

Os três riram. O celular de Marisa toca. Ela sai para atender e os dois amigos brindam com as taças de vinho.

- Que venha mais fama e menos lama- Josué riu.

- E mais cama, muito mais cama, por favor!

Marisa entrou na sala com o semblante sério.

- O que foi, amor?

- Vou ter que sair... A mãe da Adriana morreu...

Adriana era uma das amigas de Marisa. Josué abraçou a esposa e decidiu levá-la. Os três amigos acabaram despedindo-se ali mesmo. A vida tinha dado a eles caminhos diferentes do que imaginavam, mas não os tinha afastado totalmente. Quem sabe em breve se veriam novamente.

*Publicado por escarlate no site climaxcontoseroticos.com em 19/07/17.