Uma terça diferente.

  • Publicado em: 30/09/17
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  • Autoria: anjopauzudo
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Ela entra, arremessa a bolsa no banco de trás, abre o zí­per da minha calça social e saca meu cacete ainda mole, desprevenido. Não me diz nada. Não me conta por que resolveu trocar - por algo bem mais gostoso, vale ressaltar - o selinho idêntico e quase robótico que me dá há anos, desde o dia em que comecei a buscá-la no banco em que trabalha. Apenas sorri ao notar que meu pau já começou a inchar na mão dela. Mostra os dentes porque conhece - e ama - o poder que exerce sobre mim.




"O que está esperando para ligar a porra do carro?", ela pergunta.


"Nada."


"Então cala a boca e dirige!"




Dou partida, giro o volante à esquerda e acelero. Saio da vaga sem dar seta, cantando o pneu. Por um triz não arregaço um motoqueiro que desvia e, em seguida, mostra-me o dedo do meio. Em algum lugar entre a Paulista e a Rebouças, no primeiro farol fechado que pegamos, ela solta o cinto de segurança, ajoelha-se sobre o banco de passageiros e, sem se importar com a bundona que deixa empinada em direção à janela, saliva sobre a cabeça do meu pau.




"Não é bem babado que você gosta?", indaga enquanto o lí­quido recém-derramado desce minha vara em direção à base. "Eu sei que é!", afirma transbordando presunção, antes de abocanhar a parte de mim que cresce e faz a alegria dos muitos trabalhadores que se espremem num ônibus que acabou de parar bem ao nosso lado. Mas ela não está nem aí­ para o flagra. Não dá a mí­nima para a saia que subiu o bastante para deixar a calcinha de renda à mostra. Pelo contrário: parece gostar de se escancarar, e isso me excita. Além da vara que envolve com os lábios e endurece mais a cada sugada, parece decidida a enrijecer também os seres que se tornarem voyers por acaso, quer virar matéria-prima para a punheta de gente que não poderá cravar nela o indicador todo, como estou fazendo.




"No cu agora!", ela pede. Ordena, para ser mais preciso. E volta a (tentar) me engolir de um jeito barulhento, quase esganado, até não sobrar mais espaço na boca, como se estivesse tentando extrair de mim alguma anestesia, qualquer alí­vio imediato à imutabilidade de tudo que a tem corroí­do e feito com que se sinta constantemente engasgada.




Aproveito-me do viscoso e escorregadio lí­quido que escorre da bocetinha para penetrar no orifí­cio menor, onde ela sempre me quer enterrado. Entro aos poucos, na manha. O motor berra me pedindo para mudar de marcha, para sair da primeira. Não tô nem aí­ para o sofrimento da embreagem. A primeira falange já sumiu. A segunda, a mais grossa, porém... Ela expira forte pelas narinas, de uma vez, o que me faz parar um pouco a penetração. "Continua, caralho!". Ela me quer mais dentro, socado, independente da dor que não sabe nem quer dissimular. Deseja-me tanto - e tão dentro - que estende o braço para trás e agarra com firmeza o pulso da mão que a penetra, forçando-me a continuar a invadi-la. "Tá com medo do quê?". Meto tudo que posso, até o começo do meu anel de caveira. Ignoro a dor no ombro que cresce enquanto ela geme com meu pau na boca. Barulho de bicho, quase relinche. Sinto o ar quente que sai dela. Love me like a reptile, do Motí¶rhead, na Kiss FM. Coincidência total, não acha? Afinal, do jeito que estamos, parecemos duas serpentes esfomeadas tentando se comer simultaneamente: eu começando pelo rabo dela e ela pela minha cabeça.




"Vira aqui!", ela grita após me tirar da boca, notando a entrada para a Marginal se aproximando rápido. Berra e, logo depois, esfrega meu caralho na face lambuzada. Entro com tudo, cruzo três pistas de um jeito imprudente que faz o dono de um Corolla meter a mão na buzina. Foda-se! No momento, só quero fodê-la, só consigo agir em prol da carne que clama por mais uma dose de tesão. Estou possuí­do pelo meu eu verdadeiro, pela sede mais sincera do corpo, por alguém que vivo escondendo sob sorrisos comportados e trajes engomados que, de acordo com a Você S/A, transmitem confiança e estabilidade emocional.

*Publicado por anjopauzudo no site climaxcontoseroticos.com em 30/09/17. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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