A Sagração

  • Publicado em: 26/03/15
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  • Autoria: LOBO
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Você não é mais uma menina, é uma mulher madura. Mas dentro de você sempre houve, anos a fio, algo que ficou como uma chama intocada.


Agora não há mais o que adiar: o momento chegou, esta será sua primeira experiência real por estas sendas que sempre provocaram teu imaginário.


Há muito tempo que flertava com esse mundo. Entrava em chats, conhecia gente, mas apenas virtualmente. No iní­cio era só curiosidade. Esta curiosidade parecia ser uma lanterna. Iluminava partes de um túnel cheio de mistérios. Mistérios que te convidavam...


Cada vez mais, você queria ir mais longe, fazer mais descobertas sobre esse caminho e descobrir onde ele te poderia levar.


Descobertas sobre um mundo novo de sensualidade. Descobertas sobre você mesma. Sentia que dentro de você, havia uma outra mulher querendo vir à tona.


Quase que instintivamente começou a procurar por algo, por alguém... Até que o conheceu, certa feita, num chat.


Cavalheiro maduro, seguro em sua forma de se apresentar, culto, experiente. E acima de tudo, confiável.


Ele te disse que não teriam nomes. Não viveriam um namoro, um caso. Não seriam amantes. Se ocorresse, seria algo diverso.


Para você, ele seria Teu SENHOR.


Você aceitou as condições.


Depois de muitas conversas, com direito a muitas ousadias virtuais, na net e ao telefone, houve um encontro formal. Finalmente os olhos nos olhos e você estava rendendo-se.


Sentiu que queria se entregar a ele. Prometeu servi-lo incondicionalmente.


Arranjos começaram a ser tratados, até que um dia Teu SENHOR te ligou e te passou o endereço da casa de campo.


Ele riu muito ao telefone vendo tua reação quando te passou a safeword, o código de segurança, caso você quisesse desistir no meio da sessão: Biblioteca.


- Biblioteca?!... - Você estranha.

- Sim, querida. Ninguém vai gritar essa palavra se estiver morrendo de tesão... - disse ele as gargalhadas...

- Mas se você a disser, paramos tudo. Saberemos que você ultrapassou seus limites e abortaremos a sessão. Porém, saiba que então perderá sua vaga...


Você estava mais que disposta a ir até o fim. Já havia testado várias situações nas conversas com ele pela net e pelo telefone. Todas elas te excitaram, todas te criaram o desejo de vivê-las de verdade.


Se bem que os verbos no plural da última frase dele te intrigaram...


Domingo à tarde, toma a estrada. Seguindo as instruções pega uma variante de terra, roda mais alguns quilômetros e encontra a casa. Fica recuada da estradinha, protegida por uma barreira de árvores que a escondem quase que totalmente. Passa pela porteira que estava aberta e estranha não ver lá o carro de Teu SENHOR.


Parece haver movimento lá dentro, bate à porta e esta logo se abre. Para sua surpresa, surgem duas mulheres. Uma de cabelos alourados, sugerindo ascendência germânica, outra negra. Vestem-se com simplicidade, pouca maquiagem, mas nota que têm corpos bem proporcionados.


Elas notam sua surpresa. Mas nada te dizem, exceto te informar que Teu SENHOR logo virá.


- O Mordomo já informou que está a caminho. Nesse meio tempo, tudo será preparado... - informa a "germânica"...


Mordomo? Isso novamente te intriga...


Te deixam só na sala. Voltam meia hora depois. Haviam se maquiado e vestiam agora túnicas de um tecido violeta, totalmente transparente que nada escondia de sua nudez. Estão realmente bonitas.


Te levam a um quarto e sem te dar informações te despem totalmente. Apenas te lembram de tempos em tempos de que sempre poderá usar tua safeword e abortar a sessão. Você não o faz.


Você se cala, deixa o barco correr. Nua, deixa que elas te coloquem pulseiras, uma gargantilha, te maquiem. Terminada essa preparação, te levam ao espelho. O que você vê não é mais a bela e recatada mulher do cotidiano.


Tua beleza se mudou para uma sutil agressividade. Essa maquiagem te deixa fazendo parecer uma devassa. Você vive sentimentos mistos: um pouco de vergonha, outro tanto de prazer.


Aliás, muito prazer...


Um carro parece ter chegado. Ouve passos na sala, vozes. Há mais de uma pessoa. A porta do quarto se abre, o homem que você escolheu para ser Teu SENHOR entra. Você se levanta, mas ele apenas faz uma rápida saudação à distância. As duas "auxiliares" aproximam-se efusivamente dele. Ambas o beijam demoradamente na boca.


Ver isto te incomoda, desperta uma chama de ciúme. Parece que todos notam e te olham. Imediatamente controla-se. Lembra das conversas anteriores com Teu SENHOR, das condições que ele estabeleceu. Que você havia aceitado...


Mas tem que admitir: se houve aquela ponta de ciúme, também mexeu com você ver aquelas mulheres quase nuas esfregando-se todas naquele homem. E então se dá conta: você que sempre foi discreta nas praias, está totalmente nua na frente de pessoas que não conhece.


Gosta. Uma umidade cresce em você...


Teu SENHOR continua mais um pouco nos beijos e abraços com as duas. Você percebe que ele faz isso com a ponta dos olhos em você, como se quisesse te provocar. Decide não passar recibo. Adota - o que te toma um certo esforço... - uma postura de alheamento. Como se toda a situação de agora te fosse absolutamente normal.


Teu SENHOR inquire novamente as duas se você está pronta. Elas afirmam. Te olha bem nos olhos, daquele jeito que te inspira receio e excitação e te pergunta diretamente:


- Esta pronta, para tudo?

- Claro que...

- COMO?

- Estou pronta, SENHOR...


As duas auxiliares te levam para a sala. Mas antes disso, uma fita de seda negra é amarrada na tua cabeça, vedando a teus olhos toda e qualquer visão.


Amparada cuidadosamente, caminha pela sala até o que parece ser aquele canto em "L" cujos detalhes não conseguiu ver na sua chegada. Sente-se colocada contra uma parede.


Teus braços são erguidos, os punhos amarrados por cordas macias. Estas aparentemente são atadas a algo na parede, te fazendo ficar com os braços abertos estendido sobre tua cabeça.


Sente que as auxiliares estão agora amarrando teus pés. Outras duas mãos se intrometem entre tuas coxas, te fazendo saber que deve separa-las. Deixá-las bem abertas...


Teus pés foram atados a alguma coisa no chão que os prende, tal como os braços à parede.


Sente que agora algum tipo de óleo aromático é passado em todo teu corpo. Várias mãos o fazem, tenta, mas não consegue identificar. Viajam todo teu corpo, sem qualquer prurido em tocar tua intimidade.


As auxiliares parecem ter se afastado. Ali sem visão do que ocorre, perde um pouco o sentido do tempo. Há um intervalo de total silêncio. Podem ter sido poucos minutos. Talvez tenham sido vários.


Então, há passos atrás de você. Definitivamente masculinos. Provavelmente Teu SENHOR está vindo.


Ele para atrás de você. Tão próximo que você pode sentir o calor de seu corpo e pressentir que ele está também despido. Sente sua respiração na sua pele, viajando todo teu corpo, perscrutando cada detalhe í­ntimo teu.


Subitamente, as mãos de Teu SENHOR tomam teus seios. Com vigor. Apertam entre dedos os dois bicos, que de há muito estavam eriçados.


Teu SENHOR te fala num quase sussurro ao ouvido:


- Combinamos que você viria aqui para ser iniciada como minha escrava... e que essa escrava será devidamente humilhada e usada por mim. Certo?


Você engasga. Apenas assente com a cabeça. Na seqí¼ência, uma palmada, cheia de vigor explode na tua nádega direita.


- Quando faço perguntas, exijo respostas, vagabunda...


Sente o calor na pele. É claramente perceptí­vel que o dermografismo da tua pele acusa os dedos dele impressos nas tuas carnes.


- Sim... Sim SENHOR!...


Ele continua a te falar:


- Bonito teu nome. Mas ele só te serve no cotidiano. Aqui é inútil. Aqui, você é a apenas uma puta. Entendeu?


Antes que pudesse responder, sente um deslocamento de ar, como se um braço girasse. Uma, duas, três palmadas ainda mais fortes que a primeira vibram nas tuas carnes, à direita e esquerda. Mais outra palmada chega, até que ofegante você responde:


- Sim, meu SENHOR. Sou a tua puta...


O processo continua. Teu SENHOR te vai falando, te vai aplicando o vigor de sua disciplina. Te ensina e te exige que adote a persona que te foi estabelecida. Mais: que não apenas se pareça com ela, que aja, pense e fale dessa forma.


As perguntas - e as palmadas - se seguem. Dor? Apenas um pouco. Um clima todo novo te toma. Você se sente totalmente diferente. Sente muito prazer. Esperava por isso ansiosamente. Mas é uma sensação de prazer diferente de tudo que já vivera até agora. Parece que vem de muito dentro de você. Parece que aquela outra mulher que sempre vivera em segredo dentro de você agora dá o ar da sua graça.


Palmadas e perguntas continuam, você fala cada vez mais livremente. As palavras surgem na tua boca como se não viessem de teu cérebro.


- Isso, SENHOR querido. Me ensina a ser uma puta vagabunda. Bate mais!


A disciplina continua, até que já os gritos você diz:


- Meu SENHOR! Eu sou tua puta! Me usa de todos meios. Faz do meu corpo a residência do teu caralho. Me fode, SENHOR!...


Toma uma longa golfada de ar, na respiração arfante.


Está perplexa. Quem disse aquilo, usando naquele tom de tanta excitação palavras que você praticamente jamais usou? Era mesmo você?


Você mesmo. Uma nova você...


Sente como se tivesse saí­do de seu mundo e entrado nalguma outra dimensão, muito mais densa. E que nessa, algo se incorporara em você.


Está aturdida com tudo isso. Mas medo? Não...não o sente. Sente o calor na pele que recebeu as palmadas todas. E mais que isso, agora que um novo espaço de silêncio se fez, percebe que está ali, imobilizada nua com as coxas abertas, que está sendo observada por pessoas que nunca antes havia visto.


Percebe que teve um gozo que te escorre pelas pernas.


A voz de Teu SENHOR assume novamente o comando:


- Servas, mordomo: ela está pronta. Preparem a sagração definitiva!...


Mordomo? Dá-se conta de que um outro homem assistiu a tudo.


É levada pelas servas, que te soltaram. A presença de outro homem que não vê te intriga. Mas incomodaria realmente se estivesse em seu estado normal. Na ebulição dos sentidos que vive agora, o assunto parece secundário. A mulher do cotidiano talvez se chocasse. Mas ela não está aqui agora. Você adora cada momento que está vivendo.


Uma das servas te fala:


- Esta pronta para ser uma escrava e desta forma usada para o prazer de teu dono? Saiba que ele é exigente...


A outra completa:


- Você servirá sexualmente Teu SENHOR agora. Sem limites. Aguardaremos um minuto para que use sua "safeword". Ou a sessão começará...


Horas se passam, contidas no estreito universo deste minuto.


Nele, você se mantém calada. Nenhuma palavra, nenhuma safeword, só tua respiração pesada.


Mãos das servas tomam teus braços e te levam. Te fazem ficar de joelhos enquanto passos se aproximam. Sente a presença masculina de Teu SENHOR à tua frente.


As servas acariciam teus cabelos e os prendem às suas mãos. Assim dominam tua cabeça e te fazem avançar. Te fazem ter seu rosto esfregado contra a pélvis de um homem tomado de uma portentosa ereção.


- A cadela está pronta para chupá-lo, SENHOR. - a voz de uma serva informou.


Te afastam um pouco, você sente que uma delas apanhou o membro de teu dono e o faz passar no teu rosto, circundar teus lábios como se fora teu baton.


Se a mulher do cotidiano em segredo certamente saberia o que fazer agora, essa tua nova você, recém-descoberta, o faz com voracidade.


Lança-se àquele pau e o chupa com a fome de uma cadela no cio. Passa sua lí­ngua em todo seu comprimento, sente as veias que quase saltam, sente o sabor de seu homem.


Suga-o todo. Sente-se tomada pelo prazer. O prazer supremo de dar prazer.


Segue um bom tempo nesse ritual até que ele se afasta.


Uma das servas te sussurra:


- Foi muito bem! Mas agora é tua hora de provar que sabe realmente ser uma puta. Abra-se toda!...


Te fazem novamente andar. Poucos passos e logo está em frente ao que te parece ser um tatame estendido no chão da sala.


Você é levada a subir no tatame, onde percebe que há um homem deitado, te aguardando. Te forçam a abrir as coxas e deixá-lo entre elas.


Uma serva te dá nova instrução:


- Abra bem a buceta. A penetração será imediata...


Definitivamente, as palavras não mais te assustam. Muito menos chocam. Te excitam...


Sempre dominada pelos braços, é levada a agachar-se. Surpreende-se com a acuidade que teus sentidos ganharam. Continua com a venda nos olhos, mas mesmo assim sente que pode "ver" as cenas. E dessa forma, sabe que uma das servas segura um membro rí­gido, aguardando tua chegada para enfiá-lo em você.


Senta-se nesse falo, cavalga-o. Uma onda de calor te toma. Estocadas profundas te penetram.


- Está gostando, não é, putinha?


Um sussurro na voz inconfundí­vel de Teu SENHOR.


Mas um detalhe: a voz veio do lado, não de baixo...


Novamente sente as delicadas mãos das servas em teu corpo. Agora elas massageiam tuas nádegas. Sente que tua entrada mais proibida está sendo untada com algo, parece algum óleo lubrificante.


Logo as mãos se afastam e algo mais substancioso se aproxima, exige ser recebido.


Instintivamente, você tenta se afastar. Mas isso só faz o membro que já está dentro de você te penetrar mais profundamente.


Sente as mãos másculas de Teu SENHOR te prenderem pela cintura. As servas te fazem curvar-se à frente.


- A cadela está pronta para ser sodomizada, SENHOR...- relata uma serva.


Um grito sai lá de dentro de você:


- Põem tudo SENHOR! Usa tua puta louca de tesão...


Teu SENHOR imprime um novo ritmo ao evento, entrando fundo em você, tomando todo teu anus, enquanto o outro membro embaixo continua seu trabalho.


Ambas estocadas se tornam cada vez mais profundas. Várias mãos percorrem teu corpo. As servas te lambem, sugam teus seios. Sente aquele aroma de fêmeas no cio, percebe que elas também se tocam.


Todos te chamam de puta, vadia, vagabunda, devassa...


Todos te chamam DELÍCIA...


Um clima extremamente denso tomou o ambiente. O ar parece sólido...Nesse teatro, um intenso, profundo, lancinante gozo coletivo acontece.


Pontual como sempre!


Todos os dias Abel vem nessa mesma hora.


Abel...Pelo menos esse foi o nome que você deu ao Bem-te-vi que diariamente se põem a cantar no galho de árvore em frente a sua janela.


Uma longa espreguiçada, ainda deitada. Levanta-se ainda meio sonâmbula. Sente-se cansada. Ao andar para a cozinha, sente o corpo tomado por dores musculares.


- Eu sabia que tinha que ir mais leve na academia... - pensa, lembrando que sempre tende a exagerar além da conta nos exercí­cios fí­sicos.


O telefone toca:


- Cadê você, sumida?


Sua boa e velha amiga Luí­za. Conversam um pouco e desliga. Muita coisa a fazer. Aliás, se não fosse o Abel, já teria perdido a hora.


Mas lembra que a Lu reclamou que há duas semanas não aparece na academia. Consulta a agenda e checa que teve realmente duas semanas cheias de compromissos, sem tempo sobrando para ir lá.


Um banho rápido, veste-se e segue para o trabalho.


Aquele cansaço e aquelas dores musculares te acompanham o dia todo.


Lembranças do sonho tão estranho que teve, também.


Muito estranho. Mas, não pode deixar de admitir: muito instigante...


LOBO



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*Publicado por LOBO no site climaxcontoseroticos.com em 26/03/15. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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