A Professora! - Parte 1

  • Publicado em: 26/01/16
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  • Autoria: Anna Loba
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Carla saiu do sol escaldante do meio da tarde e entrou no prédio onde funcionava o único cartório da pequena cidade do interior,pegou uma senha e olhou no painel eletrônico... 341... a sua era nada mais nada menos que 382, quase desistiu, mas já tinha desistido no dia anterior e precisava dos documentos autenticados, não tinha como fugir.

A vida corrida de professora com carga horária máxima a obrigava a fazer tudo correndo nos pequenos intervalos do dia. Sentou e correu os olhos pelo lugar abarrotado de gente impaciente, bufando tanto quanto ela. Viu muitas pessoas conhecidas, cumprimentou um aqui outro ali e percebeu que num canto encostado num pilar um homem jovem alto, moreno e de sorriso sarcástico a encarava, ela desviava os olhos, mas voltava a ele que não tirava os olhos dela, estava ficando constrangida, não sabia oque fazer e para complicar mais um pouco ela tinha a sensação de conhecer o sujeito bonito e bem vestido.

Tentou ignora-lo, professor é assim mesmo, acredita que conhece acidade inteira, afinal todos já sentaram numa cadeira de escola e os rostos são sempre conhecidos, professor vê os alunos crescerem, e se acostuma com eles na rua e em todos os lugares onde vai . Mas aquele sujeito a estava intrigando, ao mesmo tempo que sentia a sensação desconhecê-lo ela sentia uma aversão crescendo dentro dela. Ele parecia muito comum ex aluno infernal que tinha ido embora da cidade e não seria prazer nenhum reencontrá-lo.

O painel fazia o barulho caracterí­stico e os números pareciam andar pra trás quando deveriam avançar, até que Carla sentiu um arrepio quando a cadeira ao seu lado ficou vazia e o rapaz moreno caminhou em sua direção, sentou e a olhou nos olhos intimando, zombando...

- E ai, Professora? Alguma novidade pra hoje?

Antonio Carlos... Esse era o nome do aluno que a intimava com os olhos e interpelava com lí­ngua felina, aula após aula. Minando suas defesas, aloprando até o último instante, sem desviar os olhos dela, sem dar trégua. Antonio Carlos nunca faltou a uma aula sequer, nunca tirou nada menos que a nota máxima e nunca ficou uma aula de boca fechada.

Lembrava bem, no começo do ano Carla até gostou dele, esperto,inteligente e instigador, fazia sempre a pergunta na hora certa, respondia com precisão, depois ele passou um degrau a frente dela, como que prevendo oque ela ia dizer , ele sabia todas as respostas, ele notava o menor deslize,ele instigava os demais alunos, formava opiniões avessas a dela e criava situações, ele atormentava no sentido literal da palavra.

Era sempre a mesma coisa... Livro aberto, matéria apresentada e o bonito já se pronunciava, ele desafiava e Carla se via na obrigação de não deixá-lo sem respostas, de ter sempre uma novidade, se antecipava a suas reações e como dizia seu diretor, era um duelo em sala de aula, uma disputa de braços de ferro constante.

Um semestre, outro e férias... Novo letivo e lá estava o aluno mais insuportável que Carla já tinha tido o desprazer de encontrar. Antonio Carlos era intratável, insolente, imensurável.

E agora ele estava ali a seu lado encarando-a e Carla então teve certeza, era ele o aluno intratável, a mesma pergunta que ele fazia todos os dias quando ela entrava nasala, a mesma arrogância, o mesmo sorriso cí­nico o mesmo brilho inteligente nos olhos, porém agora num homem...

- Antônio Carlos!

Inacreditável, mas a peste tinha se transformado num homem lindo!

- Tony! Pelamor ,né?

- Vou te chamar de Antônio Carlos mesmo...kkk

- Ohhh Inferno! Só a senhora e a minha mãe me chamam assim, sabia?

A vida tinha virado, muita coisa tinha acontecido, muitos outros alunos insuportáveis tinham cruzado o caminho de Carla e os anos tinham feito um trabalho maravilhoso no homem a sua frente, agora ela rogava a Deus pra ele ter usado sua inteligência pro bem e virado gente decente, só isso!

- Mas e ai? A Senhora não tem nenhuma novidade?

- Nenhuma que valha a pena contar. E você?

- Eu to indo...kkk

- Estudou mais um pouco ou não?

Ela sabia que sim, tinham tido notí­cias dele ao longo dos anos, aluno exemplar, nota dez que se destacava em tudo que se propunha fazer, mas Carla nunca se interessou em saber,se dava por satisfeita por ele estar bem longe dela, infernizando outro pobre professor.

- Me formei em engenharia mecânica ...

- Engenheiro Mecânico!?

- Lembra que eu gostava de estudar?

- Lembro! Você era muito inteligente ...

- Ahhhh... Obrigado, professora! A senhora continua dando aulas?

- Sim! E pode me chamar de Carla...

- Só se a senhora me chamar de Tony!

- Algumas coisas não mudam... Seu sorriso continua sarcástico!

- E a senhora continua linda!

Ele a olhava fixamente, como fazia na sala de aula, e agora ela não conseguia desviar os olhos.

- Deixa de ser abusado moleque!

- Não sou mais moleque!

Carla tinha certeza absoluta disso.

- Seus olhos continuam tão azuis quanto eu me lembrava,professora!

- E você tão petulante quanto antigamente.

O olhar dele era intenso, sorriu e Carla lembrou as raivas que ele a tinha feito passar, tudo vinha bem claro em sua memória, lembrou das vezes seguidas em que pediu uma transferência ao diretor...

- Quero transferência dessa escola!

- Calma, Carla!Quantos alunos como esse você já pegou na sua vida de magistério?

- Como esse nunca tive nenhum, Diretor!

- Você é mais forte que ele, logo isso passa...

- A muito tempo ouço isso e o inferno continua.

- O engraçado é que isso só acontece nas suas aulas,nenhum professor mais reclama dele.

- O problema sou eu... Vou embora!

- Ir embora é o mesmo que dizer que ele venceu, ele é esperto, seja mais que ele, ele é inteligente, mostre que você também é...

- Isso é escola ou rinque de luta livre?

- Ele esta num braço de ferro, tenho certeza...kkk

- To cansada, dissoooo....

Antonio Carlos era o aluno petulante que um dia se fazia de burro ignorante e no outro virava um Einsten , ela se desdobrava para suporta-lo, ele interferia, aloprava, incomodava... Discriminar aluno é crime, é bulling. E infernizar a professora é o que mesmo? Naquela época só riam quando ela perguntava,podia perguntar isso a ele agora...

- Incrí­vel como o tempo passa rápido, como os alunos crescem, viram homens feitos,engenheiros....srsr

- Pois é, professora!

Logo os dois estavam lembrando os tempos de aluno eprofessora, a briga de braço diária e Carla acabou confessando que ele a obrigava a estudar antes de ir dar aulas, que ele a obrigava a ler mais, a se informar mais, para nunca ficar por baixo.

- Eu sempre a admirei. A senhora sempre foi meu exemplo,e tenho que confessar que eu queria ser o primeiro, que eu tentava impressioná-la...

- É?

- Ohhhh...kkkk

- Você me tirava do sério, isso você conseguia com maestria... Atormentar era seu lema!

- Que nada...kkk

- Eu só suportava porque você era muito perspicaz, sua inteligência falava mais alto.

- Ainda bem que salvava alguma coisa em mim, não é?...kkk

O painel chamou o número dele e a contra gosto ele levantou e foi até o balcão, abrindo uma pasta repleta de papéis.

Carla continuou observando o homem encostado no balcão.Quem diria, se lhe contassem anos antes que ele se tornaria nesse belo homem ela não acreditaria.

Acabou sorrindo para si mesma... Então ele a achava linda? Reparava em seus olhos azuis? E queria impressioná-la?

Uma vez o diretor havia dito que aquele aluno tão inteligente devia desejar a professora austera e exigente, que é comum os moleques desejarem mulheres mais velhas, fortes e inatingí­veis e Carla tinha gargalhado da colocação dele.

Carla suspirou, se ele a tinha desejado no passado, hoje devia repudiar, cheia de curvas e saliências com fortes expressões em torno dos olhos azuis. Já não era mais a jovem professora, recém formada, recém casada, cheia de ideais e sonhos. Vivia agora a dura realidade de professor mal valorizado num paí­s onde educação é assunto secundário.

Só um coisa tinha mudado desde então, ela agora curtia transar, gostava de sexo, sabia o que era ter um orgasmo e como consegui-lo, pequenas coisas que um bom divórcio e vida independente trazem.

O painel continuou chamando e ela impaciente olhava seu número no papel agora amassado em suas mãos.

Antônio Carlos... ou melhor, Tony... continuava no balcão revirando uma pasta e dando ordens ao atendente atrás do balcão. Quando sua senha foi chamada ela parou no balcão ao lado dele, foi prática e solicitou as autenticações que necessitava, o atendente foi e voltou.

- É preciso atualizar seus dados, faz tempo que não utiliza nossos serviços.

Carla repetiu os dados pessoais, atualizou endereço,telefone email, depois sorriu para o atendente que todo solicito fez as atualizações necessárias.

Tony terminou o que tinha vindo fazer, fechou a pasta e virou em direção a Carla.

- Foi um prazer imenso reencontrar a senhora!

- O prazer foi meu Antônio Carlos!

- Tony!

- Eu continuo sendo professora pra você que ainda me chama de senhora...kkk

- kkkk... Precisamos desfazer algumas impressões do passado!

- Difí­cil, hem?

- Que tal um café? Mereço uma chance!

O atendente trouxe os documentos de Carla e Tony a seguiu até o caixa.

- OK! Mas outro dia, hoje não posso Tony, estou na correria... Tenho que voltar para a escola.

- Sem problemas, combinamos para um outro dia.

Carla pagou, recebeu os documentos e viu ele fazer o mesmo. Saiu apressada do cartório se despedindo com um aperto de mão, sentiu o ex aluno insolente segurar sua mão mais que o necessário.

- Promete que vai tomar um café comigo, vai descobrir que eu cresci e mudei bastante!

- kkkk... Já descobri isso, não se preocupe!

- Virei homem, Professora!

Carla suspirou.

- Percebi!... Agora preciso ir...

Carla saiu apressada e não reparou que Tony ficou na calçada olhando até ela sumir de vista.

No fim do dia Carla recebeu uma mensagem no celular... "Não esqueça, a senhora concordou com o café!"

Intrigada ficou pensando em como aquela figura tinha conseguido seu telefone. Ignorou a mensagem, até o dia seguinte quando recebeu outra de bom dia e depois ao meio dia outra desejando boa tarde e cobrando novamente o café. Não sabia se ficava aborrecida ou envaidecida com a atenção e por fim acabou ligando pra ele.

- Obrigada pelo bom dia e pelo boa tarde...

- E o café?

- Terei que declinar!

- Ahhhhh...

- Só queria saber como conseguiu meu telefone.

- Eu digo se você aceitar o café!

- Eu não p...

- Não recuse novamente, é só um café. Olha... seria ótimo passar mais um tempo conversando com a senhora, lembrando os bons tempos de colégio.

- Foram bons pra você e infernais pra mim!

- Me deixe compensá-la então, virei homem e sei bem como agradar uma mulher agora.

- Qual a sua, moleque?

- Satisfazer uma tara de adolescente...kkk... Pronto falei!

- Ahnnn...

- Desde ontem que o tesão voltou, a senhora continua a mesma delí­cia de antes, só que agora não sou mais seu aluno.

Carla riu alto, estava ficando excitada, quando desligou estava com cara de espanto,muda de surpresa e sem saber o que pensar ou o que esperar daquela novidade.Nunca tinha pegado aluno... mas pensando bem ele não era mais aluno, era ex, e tinha virado um puta homem lindo.

Minutos depois nova mensagem... " Desculpa a insistência, mas estou encantado por encontrá-la novamente!"

Carla não aguentou e contou o ocorrido a uma amiga chegada, riram, e por fim as duas concluí­ram que o diretor da época estava certo.

- Esse moleque tinha tesão por você! É mole?...kkk

- Ohhh dó dele... Hoje em dia eu não sou mais aquela que ele conheceu na sala de aula, nem tenho mais o corpinho de antes. Até uma filha eu tive nesse meio tempo.

- Deixa de ser besta, o corpo pode até ter mudado, mas você ainda esta bonitona...kkk... e agora sabe até dar uma surra nele, tenho certeza!

-kkkk... Se sei!

- Vai lá, amiga. Dá uma aulinha particular..kkk

Carla não se reconheceu quando mais tarde ficou escolhendo roupa para sair. Vestiu seu melhor jeans e um salto bem alto, deixou alguns botões da camisa abertos valorizando o decote, o sutiã apertado levantava os peitos, o corpão não era mais de professorinha, mas estava d e encher os olhos de qualquer aluno faminto.

Entrou na livraria e caminhou até o simpático café que ele tinha escolhido, o ex aluno a viu de imediato e sorriu.

Ele levantou e a recebeu com um beijo no rosto, sentiu seu perfume enquanto ela sentia a barba por fazer em seu rosto. Ambos sentaram, os olhos dele não a largavam.

- Que perfume é esse?

Pegou sua mão e levou o pulso até o nariz, fechou os olhos e ela se encantou com o gesto. Tinha escolhido um perfume simples, tipo os que usa no dia dia pra ir dar aulas.

- Cerejeira em flor...

- Sakura!

- Sim, sakura... Você sempre a frente do que eudigo...kkk... algumas coisas não mudam.

- Eu só raciocí­nio rápido, professora!...kkk

Carla puxou o braço, não sem antes sentir o calor e a maciez das mãos fortes.

- Vamos lá, como conseguiu meu telefone?

- Ontem, você atualizou seu cadastro no cartório...

Boquiaberta ela o viu recitar seu endereço, telefone e email.

- Tinha esquecido como sua memória é privilegiada.

- E as vezes tem que servir pra alguma coisa...kkk

- Serviu pra me atormentar por alguns semestres, eu lembro bem...

- Não era minha intenção atormentar a senhora, eu só queria ser notado.

- Suas notas já bastavam!

- Mas eu queria ser visto...

- Conseguiu. Eu pensava o tempo todo em como me livrar de você.

- Afff... Ainda bem que os tempos são outros.

- Só vim até aqui pra dizer que algumas coisas não mudam nunca e que você será eternamente meu aluno.

- Não me mande pra esse exí­lio do passado...srsr... Não sou mais aluno!

- Pra mim é como se fosse. Mora na nossa pacata cidadezinha, ex aluno, eternamente Antonio Carlos na lista de chamada, esqueça meu telefone... ok?

- Não sou mais dessa pacata cidadezinha, só estou visitando minha mãe, moro fora do paí­s, graças a um emprego milionário que consegui, estudando muito nos tempos e que eu constava na sua lista de chamada.Posso esquecer seu telefone, mas nunca seus olhos azuis sorrindo enfurecidos pra mim, como agora...

O aluno prodí­gio agora era homem bem sucedido, estava colhendo os louros de sua inteligência rara, passou a contar seus feitos na faculdade e enumerar todas suas conquistas, falou das poucas namoradas e quis saber da vida de Carla, se mostrou amável, educado e sedutor.Carla se envolveu na conversa, não viu a hora passar,estava excitada, estava embriagada pelo charme do homem a sua frente e já não sabia mais o que pensar.

- Muito bem, Tony. Estou orgulhosa de saber que você venceu!

- Mas não consegui tudo que desejei na vida...

- Ahhh a vida é assim mesmo. A gente deseja e sonha avida inteira...kkk... Não desista!

- Não desisti, por isso estou aqui hoje!

Ele a encarava, media as reações dela, sorria aquele sorrisinho torto, agora não mais arrogante e sim sedutor. E era direto,decidido.

- Eu sempre desejei a senhora!

- E eu continuo sendo a senhora...

- Sim, a senhora, a professora...

- E você é meu ex aluno... Não vai rolar nada!

- Só não rola se a senhora não desejar.

- Você nem consegue sair do formalismo...

- Por que ainda desejo a professora, a que virava pra lousa e eu olhava a bunda, a que eu acompanhava o caminhar, a que eu ficava de pau duro quando se curvava diante de mim e eu me perdia no decote...

- Antônio Carlos!

- É esse mesmo que ainda te quer!

- Moleque insolente!

- Quando moleque eu não tive coragem de dizer tudo isso... Hoje não tenho nada a perder.

Carla estava com a respiração suspensa, estava adorando a insolência dele e querendo ver tudo na prática.

- Quando a vi no cartório, meu pau a reconheceu de imediato... To num tesão louco desde ontem... Preciso dizer o quanto tenho vontade de possuí­-la?

- Você foi meu aluno mais intratável...

- O que mais te desejou!

- Você era insolente!

- Eu ardia, batia punheta pensando na senhora todo dia!

- Ai Deusss...

- Agora sou homem, mas o moleque ainda te deseja,professora. A senhora topa?

- Abusado!

Carla estava ofegante, sentia os mamilos entumecerem dentro do sutiã, a calcinha já estava molhada, o desejo estampado nos olhos de Tony a desconcertava e ao mesmo tempo atiçava. Quantas vezes já não notou esses olhares por parte de alunos, quantas vezes já tentou não pensar nos alunos de ensino médio que se transformavam em homens com o passar dos dias dentro da sala de aula. Sempre foi correta,nunca deu um passo em falso e sempre se orgulhou de seus princí­pios e ética, com alunos nuncaaa ... E agora esse moleque,ou melhor, esse homem...

Sorriu pra seu espectador e viu a vida sorrindo pra ela com uma loucura de momento.

- Eu não sou mais a professorinha que te deu aulas...

- Não mesmo. Esta mais linda!

- Estou mais velha...

- Ainda passa as mãos nos cabelos da mesma maneira e vira os olhos indignada...kkk... É a mesma professora que eu tanto desejei!

- Que loucura! Saiba que posso te dar uma surra e descontar todas as raivas do passado...

- É tudo que quero! Satisfaça o desejo de um aluno,professora! Deixa eu pegar a senhora... Só hoje, só uma vez!

Nessas horas a insanidade fala junto com a luxúria, a libido da as coordenadas e as coisas acontecem.

Carla deixou o carro no estacionamento do shopping e se deixou conduzir, entrou no carro alugado de Tony, os vidros escuros os protegiam, deixou na mesa do café o pouco de lucidez que ainda lhe restava.

*Publicado por Anna Loba no site climaxcontoseroticos.com em 26/01/16. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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