Brinquedinho do novo titio

  • Publicado em: 21/07/15
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  • Autoria: Kherr
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Brinquedinho do novo titio

Já fazia quatro anos desde que a irmã mais velha da minha mãe nos visitara. Um ano antes meu tio havia falecido e ela se sentia muito só depois que os filhos saí­ram de casa. O mais velho havia sido transferido para os Estados Unidos pela empresa onde trabalhava como publicitário, e o mais novo estava fazendo sua pós-graduação na Espanha. Ela sempre vivera um pouco afastada do restante da famí­lia quando o marido, que era argentino, resolvera voltar ao paí­s natal e retomar antigos negócios de famí­lia. Desde então, ela e minha mãe, que sempre foram muito próximas, tiveram que se contentar com as visitas esporádicas, que só aconteciam quando meu pai podia tirar férias, e com as intermináveis conversas ao telefone.

- A Renata voltou a insistir para que a visitemos. - disse minha mãe durante o almoço de domingo, logo após ter desligado o telefone e da longa conversa que teve com a irmã.

- Está muito complicado para eu deixar a empresa agora que os novos maquinários chegaram. Além de supervisionar o término das instalações, preciso providenciar o treinamento do pessoal para que possam utilizá-las o mais breve possí­vel. - retrucou meu pai.

- Eu comentei com ela que estávamos ampliando a empresa e que você anda muito ocupado. Mas, você sabe como ela é, tudo tem que ser para ontem. Ela também está ansiosa para nos apresentar o Facundo. - continuou minha mãe.

- É o sujeito com o qual ela se casou? - indagou meu pai.

- Sim. Eles ainda não formalizaram a união, e nem sei se o farão. Parece-me que os meninos, mesmo sem o conhecer, já estão colocando empecilhos. Ciúmes de filhos homens! - sentenciou.

- Eles deveriam se preocupar mais com a vida deles e deixar a mãe levar a dela. Se ele for um bom sujeito, coisa que me parece que ele é, pelo pouco que conversei com ele por telefone, ela pelo menos não está tão desamparada longe de todos. - ponderou meu pai.

- Eu também acho, mas explique isso para aqueles dois possessivos que ela criou.

- Por que você não leva o Beto com você? O que acha filhão, de fazer companhia para sua mãe nessa viagem. Em duas semanas você está em férias do colégio, e aproveita para passar uma temporada descansando a cabeça antes dos vestibulares? - sugeriu meu pai, encarando-me como se fosse uma intimação.

- Ah não! E, é justamente pelo que você mencionou, os vestibulares estão aí­ e eu preciso estudar. Não se consegue uma vaga em medicina indo viajar na véspera das provas, você bem sabe disso. - protestei, pois não me sentia nem um pouco atraí­do a ficar semanas na companhia de coroas.

- Você está num ótimo colégio, que não me custa essa fortuna toda à toa. Além do mais você é muito bom aluno, suas notas praticamente já garantem uma vaga numa boa universidade. Tivemos essa informação do orientador pedagógico do colégio, na última reunião de pais. - argumentou, sempre cheio de razão.

- E o que é que eu vou fazer um mês em Córdoba? Aquela cidade deve ser mais morta que jazigo de cemitério. Ainda mais sem o Rafael e o Thiago por lá. - objetei.

- Se você acha que não tem o que fazer por lá, então leve seus livros e estude como você disse que precisava fazer. Tanto faz fazer isso aqui em casa ou lá, junto com sua mãe e sua tia. - meu pai quando colocava uma ideia na cabeça ia arranjando argumentos até me vencer pelo cansaço ou chegar ao seu limite e passar a ditar as regras. Como eu percebi que í­amos chegar nesse impasse dentro em breve, resolvi acolher a contragosto essa viagem.

- Que bom querido! Você vai ver que no final das contas vai acabar se divertindo muito. - proclamou minha mãe, toda contente com esse arranjo, enquanto eu fazia uma careta de desagravo.

Quanto mais perto ia ficando o dia do embarque, mais eu protestava contra a tal viagem. Meus pais já nem me ouviam mais, ou se ouviam minhas lamúrias, fingiam não dar a menor importância. Meu pai nos levou até Cumbica numa manhã cinzenta de dezembro. Parecia que até o clima havia se juntado ao meu estado de espí­rito. Fizera uma semana ensolarada de verão, e justamente hoje o céu amanhecera carregado de nuvens prenunciando tempestade. O voo partiria por volta das seis da manhã, e mal eram quatro da madrugada quando meu pai entrou no meu quarto para me acordar. Resmunguei por uns quinze minutos antes dele voltar e me dar uma bronca. Enfiei-me debaixo do chuveiro e juntei as últimas coisas à minha bagagem que já estava ao lado da cama desde a noite anterior. Tornei a cochilar dez minutos depois de me acomodar ao banco traseiro do SUV do meu pai, embalado pelo som baixo do meu iPhone que despejava "Counting stars" do One Republic diretamente nos meus ouvidos colados aos fones, e pela luz matinal que teimava passar pelas grossas nuvens mesclando-se às luzes amareladas das ruas. Enquanto isso meus pais tagarelavam nos bancos da frente fazendo as últimas recomendações e acertos para todo aquele perí­odo em que ficariam afastados um do outro.

Fizemos uma escala em Buenos Aires. Maçante por que o pequeno aeroporto Jorge Newbery não tinha nenhum atrativo para ajudar a passar as duas horas e meia de espera até o embarque para Córdoba. Enquanto minha mãe se distraí­a no Free Shop, eu permanecia sentado na cafeteria entretido com a leitura da terceira parte da saga sobre o cemitério dos livros esquecidos, El prisioneiro del Cielo de Carlos Ruiz Zafón. Fazia um dia lindo em Buenos Aires quando o avião decolou rumo ao aeroporto de Pajas Blancas em Córdoba e, desta vez, nem percebi o tempo transcorrendo nos noventa minutos que durou o voo.

Reconheci imediatamente a figura elegante da tia Renata através da parede envidraçada que separava a esteira de bagagens do saguão de desembarque onde ela e um homem alguns anos mais novo do que ela nos aguardavam acenando e sorrindo. Assim que minha mãe e ela se encontraram caí­ram uma nos braços da outra. Examinavam-se mutuamente para captar as transformações que aqueles últimos quatro anos haviam produzido, e esqueceram-se do mundo ao redor. Equilibrando as nossas bagagens desajeitadamente, estendi a mão em direção ao homem que nos observava com curiosidade.

- Bom dia! Como vai? Sou o Roberto. - cumprimentei, não esperando pela apresentação que minha tia nem se lembrara de fazer.

- Holla! Como estás, ... Beto? - respondeu o homem, abrindo um sorriso e apertando vigorosamente minha mão na mão massuda dele.

Achei simpático da parte dele se lembrar do meu nome. Imaginei que um homem quarentão fosse mais sisudo e de pouco papo, especialmente com um garoto como eu que acabara de completar dezoito anos. Ele nos deixou em casa, almoçou rapidamente conosco e voltou ao trabalho. Depois de nos deixar, minha tia foi segredando como o havia conhecido, como ele se mostrara interessado nela, como decidiram morar juntos e como estava sendo difí­cil convencer os filhos dessa novidade. Acabou concluindo que no final das contas tudo se arranjaria e que o tempo se encarregaria de aparar as arestas.

- E como vocês vieram parar aqui em Córdoba? Você tinha uma casa belí­ssima em Buenos Aires, e a cidade é muito mais vibrante do que aqui, ou estou enganada? - disse minha mãe.

- Claro! A casa permanece lá, e sempre que podemos damos uma esticada num fim-de-semana ou feriado prolongado. Mas a concessionária de veí­culos do Facundo fica aqui, e ele precisa ficar a frente do negócio. Estou até me acostumando com a vida daqui, não é nada ruim. - esclareceu minha tia.

O quarto que haviam me designado ficava um pouco isolado dos demais no final do corredor do andar superior. Era uma suí­te ampla e confortável com uma bela vista para o jardim lateral da casa onde ficava a piscina e uma carreira de seibos cobertos com suas pencas de flores vermelhas que marcava a divisa do lote de quase 5000 metros quadrados. Uma cama de casal ampla, uma sacada iluminada pelo sol da tarde e os tons claros deixavam o quarto aconchegante e arejado. Não faltassem na decoração meus objetos pessoais, eu me sentiria tão bem ali quanto no meu próprio quarto.

Minha mãe e minha tia não se desgrudavam. Enquanto a conversa rolava solta sob uma pérgula pela qual se espalhava uma trepadeira que proporcionava uma sombra gostosa para aquela tarde amena, eu decidi fazer uma caminhada pelos arredores do elegante bairro residencial onde se situava a casa. Havia pouco que ver. Depois de mais de uma hora de caminhada não vi nenhum comércio, ou o que quer que fosse, além de residências de alto padrão. Serão as quatro semanas mais aborrecidas da minha vida, pensei ao refazer o caminho de volta, estou isolado, sem ninguém da minha idade para trocar umas ideias e quem sabe fazer uma amizade e, ainda por cima, vou passar os dias com minha tia e mãe enfurnado nessa casa. Encontrei as duas onde as havia deixado, e elas nem perceberam meu regresso.

Eram quase oito e meia da noite quando o Facundo voltou do trabalho. O jantar estava quase pronto e nós estávamos apenas aguardando a chegada dele. Para variar minha mãe e minha tia monopolizaram os assuntos durante o jantar. O pouco que o Facundo conseguiu falar foi em resposta às perguntas curiosas que minha mãe lhe fez. Concederam-me uns minutinhos para falar, numa espécie de interrogatório, sobre meus estudos e minha intenção de ingressar numa faculdade medicina. Era embaraçoso responder a perguntas que só estavam sendo feitas por educação e não por um interesse real. Seguimos até uma varanda onde o ar fresco e o céu estrelado diminuí­am aquela sensação de sufoco que eu senti à mesa do jantar. Antes das onze aleguei estar com sono e fui me recolher.

- Oh mãe! Eu já te disse um milhão de vezes para não bater na porta e já ir entrando no meu quarto, que saco! - protestei em total nudez, cerca de vinte minutos depois de deixa-los conversando, e após ter acabo de me enxugar e procurar uma cueca na bagagem, que por preguiça ainda não havia colocado nos armários.

- Lo siento. Perdoname! ... Yo ... Yo queria invitarlo a conocer el concesionario maí±ana por la maí±ana. Se te gusta acompaí±arme, claro. - a voz grave e rouca do Facundo gaguejou às minhas costas, e quando me virei assustado em sua direção, lamentei ter deixado a toalha no banheiro, pois não encontrava nada ao alcance das mãos que tapasse meu corpo nu, que ele examinava entre surpreso e interessado.

- Hã! Desculpe, pensei que fosse minha mãe. Ela tem esse péssimo costume de ir invadindo meu quarto sem me perguntar se estou vestido. - Quando terminei a frase já me arrependia da mancada que ela carregava. - Perdão, não foi isso que eu quis dizer. - tentei remediar, a essas alturas mais encabulado e ruborizado do que nunca. E porra, minha mão tateava pela mala e não encontrava uma droga de coisa que pudesse me cobrir.

- Sí­, lo compreendo. - revidou, divertindo-se com meu jeito tí­mido e atrapalhado, num sorriso que ele procurava disfarçar. - Y sobre la invitación, ... lo que dices? - ele também estava se atrapalhando com as palavras, muito provavelmente por que seus pensamentos estivessem se embaralhando com as informações que seus olhos estavam trazendo.

- OK! Vai ser legal conhecer a concessionária. - respondi, querendo me ver livre daquele olhar intimidador.

Assim que ele saiu do quarto, fui até a porta e a tranquei. Tonto, agora não adianta mais, o que ele tinha para ver já viu. Com que cara você vai olhar para ele amanhã cedo na mesa do café? Vou deixar para sofrer com isso amanhã, agora estou cansado demais para me preocupar. Adormeci, mal tinha encostado nos travesseiros.

O sábado amanhecera fresco, mas com o sol iluminando a pequena copa junto à cozinha onde tomamos o café, apenas o Facundo e eu. Fiquei imaginando que as duas só devem ter ido para a cama tarde da noite ou cedo de madrugada, pois nunca vi terem tanto assunto para conversar. Algo havia se transformado na expressão do olhar do Facundo. Ela deixara de me parecer indiferente e distante, e adquirira uma inusitada cobiça. Ao mesmo tempo em que ele terminava de ajudar a empregada a por a mesa, eu começava a reparar naquele homem. Havia algo de primitivo e até grosseiro em seus gestos. O corpo musculoso tinha uma desenvoltura inesperada para um quarentão. Atribuí­ boa parte desse aspecto truculento aos seus pelos escuros e grossos que proliferavam nos braços, colarinho, barba hirsuta e sabe-se lá por onde mais, com tamanho vigor que pareciam os de um urso canadense.

Ele dirigia a Hilux SW4 de sua concessionária enquanto ia me apontando e fazendo uma descrição de alguns pontos da cidade. Fazia-o com tanto entusiasmo e empolgação que não me restava nenhuma dúvida de que era nascido e criado na cidade. Conhecia pormenores e fatos relacionados com a expansão advinda da instalação de um parque fabril voltado para a indústria automobilí­stica. Citava o potencial e a importância da indústria láctea devido ao enorme plantel de gado leiteiro, bem como da indústria têxtil e petroquí­mica. E, aos poucos eu me sentia menos tí­mido e deslocado ao lado dele. A concessionária era grande e muito bem instalada num amplo terreno pelo qual se espalhavam os edifí­cios de vendas, oficinas, e autopeças, numa das principais artérias da cidade. Percebi que o Facundo era muito querido pelos funcionários, seu jeitão de patrão envolvido com os interesses dos empregados devia ser a razão dessa empatia. Ele me mostrou as instalações um pouco apressadamente, pois no salão de exposição e vendas o movimento de clientes estava agitado.

- Fazemos muitas vendas aos sábados. Geralmente é o dia mais movimentado da loja, as famí­lias vêm em peso comparar e se decidir pelos modelos, mas geralmente a venda é concluí­da durante a semana, quando normalmente só o marido vem fazer o pagamento e retirar o carro. - disse ele, desculpando-se por ter que me deixar sozinho.

- Não se prenda por minha causa. Vou circular por aí­ e me distrair se você não se importa. - respondi.

- Claro! Fique à vontade. Assim que for possí­vel vou me encontrar com você. - emendou apressado, depois que uma funcionária veio avisá-lo da demanda de um cliente.

Fiquei perambulando ela oficina que era o lugar mais agitado, e onde uns mecânicos em seus macacões abertos até a metade do peito, com seus músculos se delineando à medida que empregavam algum esforço durante as manobras do trabalho, encenavam algo interessante de se observar. Pois, quanto aos mistérios da mecânica de automóveis, eu entendia tanto quanto dos meandros da fí­sica quântica. A manhã voou, o que eu julgava que seria mais um programa tedioso acabou se revelando uma distração divertida.

- Lamento tê-lo abandonado por tanto tempo, mas não consegui me livrar dos afazeres. - disse o Facundo, quando passou seu braço sobre meus ombros enquanto um mecânico me explicava a funcionalidade de uma peça que ele estava trocando sob o capô aberto de uma picape.

- Eu compreendo. Veja que até já estou começando a entender um pouco do que se esconde debaixo desses capôs. - brinquei.

- Passa das treze horas, se você quiser podemos ir. Não costumo ficar o dia inteiro aos sábados. - sentenciou. - Além do que, você deve estar faminto, pelo menos eu estou.

- Sim, podemos ir quando você quiser.

Ao chegarmos em casa, ele fez um comentário sobre talvez termos que almoçar sozinhos, assim que constatou que o carro da minha tia não estava na garagem.

- Eu não duvido! Você não faz ideia de como essas duas se esquecem do mundo quando se encontram. - falei, enquanto ele abria um sorriso de concordância.

- Se elas realmente não estiverem aí­, que tal irmos a uma Parrilla? - sugeriu.

- Não sou um fã fervoroso de carne, mas seria um pecado dispensar um suculento bife ancho, não é? - respondi.

O lugar estava lotado, mesmo assim, o gerente não nos deixou esperando. Ao reconhecer o Facundo, veio nos buscar no meio das pessoas que aguardavam uma mesa e nos levou até um canto sossegado e privilegiado que permitia apreciar todo o movimento do salão. Todo o serviço foi prestado de forma que não era difí­cil intuir que se tratava de um cliente que gozava de certas regalias. O Facundo me examinava detalhadamente do outro lado da mesa, enquanto conversava e registrava minha postura. Eu já não me sentia tão tí­mido diante dele, e procurei ser o mais espontâneo e amigável possí­vel, o que parecia estar seduzindo-o incontestavelmente. Esse discreto jogo que começamos a disputar me excitava e, embora eu soubesse que se tratava de uma brincadeira perigosa e arriscada, na qual eu estava em irremediável desvantagem devido a minha inexperiência, não me furtei a continuar.

- Beto, você é um jovem muito interessante, bastante maduro e inteligente para sua idade. Es muy ... muy guapo, e deve ter um bocado de meninas correndo atrás de você. - disse, antes de tomar um generoso gole de vinho, após erguê-lo em minha direção com um risonho Salud!

- Não é bem assim! - exclamei, voltando a sentir aquela incomoda queimação no rosto, e devorando metade do meu copo de água mineral gelada para ver se conseguia abrandar aquele fogo.

Depois da terceira taça ele flertava abertamente comigo. Eu conseguia perceber que aquela visão da noite anterior, do meu corpo liso e clarinho, onde a bundona redonda fazia uma dobrinha ao se destacar das grossas coxas, ainda persistia em seu imaginário. Os meus movimentos mais banais o enchiam de tesão, e ele fazia questão de me fazer perceber suas intenções.

Ele rodou a esmo comigo pela cidade depois de sairmos do restaurante. Ás vezes ele me parecia um pouco distraí­do, como se estivesse articulando alguma coisa e juntando coragem para pô-la em prática. Faltava pouco para as quatro da tarde quando chegamos em casa. Com a folga da empregada a casa estava mergulhada em total silêncio. Nenhuma folha se movia no arvoredo que cercava a casa, e o calor do verão deixava o entardecer árido e sufocante. A sombra da casa ainda não cobria o sol que aquecia a água cristalina da piscina. Coloquei a sunga e fui dar uns mergulhos depois de sequestrar a jarra de suco da geladeira. Não vi nem sinal do Facundo, que eu achei estar tirando um cochilo.

Eu nadava muito bem por conta dos torneios no colégio. Iniciei o esporte por recomendação médica quando, muito magro, sentia dores nas articulações por conta dos surtos de crescimento que elevavam minha estatura bem acima da média para uma criança da mesma idade. E aquela água fresca me estimulou a dar um bocado de braçadas cruzando diversas vezes de um lado a outro da piscina. Só notei que o Facundo estava na espreguiçadeira ao lado daquela onde estava minha toalha, protetor solar e óculos quando sai da piscina.

- Bravo! Guapisimo. - berrou de onde estava. Ele também trocara as roupas por um short azul escuro e curto, que parecia ainda menor devido ao tamanho daquele corpanzil. O peito e a barriga, além das coxonas musculosas eram extremamente peludas. Ele mantinha as pernas propositalmente bem abertas para que o contorno de sua jeba enorme se tornasse mais saliente na lateral de sua coxa direita.

Eu não conseguia desviar minha atenção daquele volume que ele alisava impudicamente de quando em quando. Sequei os cabelos e me deitei na espreguiçadeira. Eu sabia que por detrás daqueles óculos escuros seu olhar me devorava. Ter essa certeza estava me deixando maluco. Aquele homem escultural podia ter quem ele desejasse, e ele me queria, isso era fato. Ficamos um tempo em silêncio aproveitando o pôr-do-sol terroso que se punha atrás da muralha de montanhas a oeste da cidade. Segundos depois de ter entrado no banheiro que ficava junto à piscina para tirar a sunga molhada e vestir a bermuda, percebi que o Facundo estava parado atrás de mim, quase resvalando nas minhas costas. Aquilo me deu tanto tesão que comecei a tremer como se uma lufada de vento glacial atingisse meu corpo nu. Sem dizer uma única palavra ele me puxou para junto dele e afundou seu rosto nos meus cabelos, que ele agarrava com os dedos de uma das mãos enfiados neles. Senti sua lí­ngua molhada deslizando pela minha nuca e soltei um gemido baixinho. Aqueles pelos, que se arranjavam em dois redemoinhos no peito dele e desciam pela barriga como a crista de uma montanha, estavam colados nas minhas costas e me transmitiam o calor que emanava dele. A mão livre dele desceu pelo meu flanco até a nádega molhada, e ele a apertou com força quando ela encheu sua mão com a minha carne rija. Ele me encoxou para que eu sentisse sua ereção e sua necessidade.

- Es tan hermoso! Tengo ganas de tener tu culo macizo bajo mi verga. - sussurrou, lambendo minha orelha e fazendo meu cuzinho se contorcer de tesão.

Acariciei os braços peludos dele que me envolviam num abraço sensual e voluptuoso. Ele continuava apertando a pelve contra minha bunda, quando soltou o ar entre os dentes, como se a rola apertada pelo short o estivesse torturando. Me virei para encará-lo. A expressão de seu rosto era puro desejo, e eu me senti impelido a realiza-lo. Enrodilhei meus braços ao redor do pescoço largo dele e toquei levemente meus lábios nos dele. Sem nenhuma hesitação ele abriu a boca e mordeu meu lábio enfiando em seguida a lí­ngua excitada na minha boca. Enquanto me apertava contra seu corpo, ele esfregava energicamente sua boca sedenta na minha, devorando-me com os brios de macho instigado. Sem deixar que eu me vestisse, foi me conduzindo até meu quarto enlaçado na minha cintura. Sentir meu corpo tremendo de excitação a cada degrau que avançávamos na escada o deixava mais confiante e estimulado. Ele sabia que eu estava gostando daquilo, e que eu nem desconfiava do quanto ele tinha para me mostrar.

Junto à porta, antes de entrarmos no quarto, ele me pegou no colo e me deitou na cama. Antes que ele se erguesse, puxei-o pelo pescoço sobre mim e comecei a beijá-lo carinhosamente. Não eram mais do que toques mornos e úmidos dos meus lábios em sua pele. Beijei o queixo, as bochechas, o pescoço, a orelha, as têmporas, e quando ele desfrutava daquela caricia de olhos fechados, beijei avidamente sua boca, num beijo demorado e sensual. Era minha maneira de dizer que eu o queria. Isso abalou a soberba que seus anos de experiência tentavam esconder sob um aparente autocontrole. Seu olhar transmitia todo o tesão e o insuportável impulso orgânico de se apoderar do frescor impoluto do meu corpo. Ver aquele macho tão obstinado por mim me deixava cada vez mais excitado e carente dele. Ele avançou sobre meus mamilos onde os biquinhos salientes e enrijecidos delatavam minha vontade. Gemi quando a lí­ngua dele circundou minha aréola e lambeu meu biquinho excitado. Ele não parava, repetia cada lambida mais lenta e vorazmente. Eu apoiei minhas mãos em seus ombros enquanto gemia e me contorcia todo. Era torturante sentir todo aquele tesão, eu o queria dentro de mim, não suportava aquela espera angustiante. Quando um dos mamilos já estava inchado e arroxeado de tanto ser esfregado e mordido, ele investiu sobre outro ouvindo meus gemidos arfantes.

As mãos robustas dele tateavam pelo meu corpo com tanto vigor como se fossem as patas de um gorila. Ao me colocar de bruços, a bunda roliça e lisinha que se achava ao alcance de suas pretensões o enfeitiçava com sua lascí­via e beleza como a própria maçã do pecado, e passou a ser seu alvo. Ele amassou meus glúteos e abriu meu rego. Meu orifí­cio róseo e corrugado piscava sedutoramente provocando-o. Quando ele enfiou a lí­ngua molhada na portinha do meu cu e sua barba áspera resvalava nas minhas nádegas ,eu soltei um gritinho, o prazer que aquilo me fez sentir foi indescrití­vel. A avidez com a qual ele investia e se apoderava do meu cuzinho me fazia gemer e sentir todo meu corpo tremer. Quase comecei a chorar de tanto tesão, e no meio daquele torvelinho de sensações comecei a gozar ao atingir o máximo de excitação que eu julgava ser capaz de suportar. O Facundo esboçou um velado riso de prazer ao notar o quanto ele estava agitando minhas sensações. O short dele tinha uma mancha molhada onde a glande cerceada pelo tecido teimava escapulir. O desconforto daquela pica tão dura o torturava com uma dor aflitiva, e o olhar que ele me dirigiu era quase uma convocação para que eu o resgatasse daquele sofrimento. Eu puxei o short para baixo e me vi cara a cara com a maior jeba que já havia visto. O caralhão enorme e pesadão se empinou assim que se sentiu livre do claustro, e deixou verter mais uma torrente de seiva viril que eu amparei nos meus lábios. O néctar aquoso se misturou com a minha saliva e eu engoli aquilo como que para identificar meu macho. Os bagos corpulentos e nutritivos pendiam visí­veis no sacão peludo dele, e eu os acariciei delicadamente entre os meus dedos. Ao colocar a glande na boca ele deu um urro e agarrou meus cabelos. Eu chupei e lambi toda a extensão daquela verga enquanto ele se contorcia num festim licencioso. Para não gozar na minha boca ele puxava minha cabeça para trás e, dominado o desejo, voltava a enfiar a caceta na minha garganta, quase me sufocando. Meu empenho o desconcertava, todo aquele desvelo para mitigar suas necessidades o enchia de prazer, e ele me deixava mordiscar suavemente seu cacetão indócil.

- Ah, ternero caliente! Mama la verga de tu semental. - gemeu entre dentes.

Seus instintos o dominavam quando ele pincelou a pica babando no meu rego. O pouco de lucidez que me restava alertou todos os meus sentidos. A musculatura da minha pelve se preparava para encarar aquela jeba, e o receio do que ela podia fazer comigo se apoderou de mim. A lembrança da penetração da rola de um colega do colégio aos dezesseis anos, enquanto estudávamos para uma prova na casa dele, ocupou todos os meus pensamentos. Só que agora eu não estava diante da pica de um adolescente, o que estava no meio daquelas pernas peludas era indefinidamente maior e mais predatório.

- Prometa que não vai me machucar, Facundo. - balbuciei temeroso.

- Claro que não, chico hermoso! Si sintieras algun dolor te prometo que pararé de follar tu culo. - murmurou, fungando no meu cangote.

Ele procurou pela camisinha e um pequeno frasco de lubrificante que havia colocado no bolso do short. Ao vê-lo sacar aquilo eu me dei conta do quanto ele havia premeditado esse encontro. Minha intuição não havia me enganado, seu fetiche começou na noite anterior quando colocou os olhos na minha bunda e decidiu que ela seria sua. Ele abriu meu rego com uma mão e despejou um pouco daquele lí­quido gelado sobre as minhas preguinhas, depois enfiou cautelosamente um dedo no meu cu e eu gemi ao sentir que meus esfí­ncteres se fecharam abruptamente ao redor daquele dedo intruso. Ele ficou fazendo movimentos circulares dentro do meu cuzinho, ouvindo deliciado eu ganir com aquele estí­mulo. Lentamente começou a introduzir mais um dedo, e aquilo já estava se mostrando o limite para minhas pregas. O gel aquoso se espalhava frio e viscoso pelo meu cuzinho. Depois de algum tempo, tentando me lacear, ele colocou a camisinha e derramou mais uma porção de lubrificante sobre toda a extensão da sua rola. Meus minutos estavam contados. Minha euforia se misturava com o medo e com a vontade de sentir aquele homem dentro de mim. O Facundo ajeitou uns travesseiros e debruçou meu ventre sobre eles, abriu minhas pernas e se enfiou no meio delas, ao me puxar pela cintura para junto de si, minha bunda se arrebitou e se encaixou em sua virilha. Senti a pica forçando a portinha do meu cu. Eu estava tão desesperado que não conseguia destravar o rabinho, e ele não parava de forçar. O caralhão insidioso aguardava em prontidão urgente o menor afrouxamento meu para se insinuar nas minhas pregas. A frouxidão se deu durante uma das arfadas angustiantes que eu deixava escapar. A chapeleta destacada e bruta entrou no meu cu, dilacerando minhas preguinhas junto com um grito convulsivo e dolorido. Meu corpo se agitava em espasmos incontrolados quando o Facundo se inclinou sobre mim colando seu peito peludo nas minhas costas.

- Te quiero. - sussurrou no meu ouvido.

Meu desejo se impôs à minha vontade, e quase involuntariamente, minha bunda se empinou contra a virilha dele e o cacetão começou a se enterrar nas minhas entranhas. Eu gemia e gritava numa sucessão desenfreada e suplicante, mas ele continuava a meter progressivamente aquela pica no meu cu. Minhas mãos se agarravam ao lençol como se eu precisasse de uma referência, um porto para me abrigar. O regozijo, a dor, a sensação de preenchimento, não só fí­sico, mas emotivo, tudo se completava naquele coito. O Facundo e eu éramos um só ser, que se desnudava de todo egoí­smo, que se entregava, que compartilhava o mesmo carinho e o mesmo afeto. Meus músculos apertavam aquela verga pulsátil com tanta sofreguidão e desejo que ele urrava de prazer. Todo seu desempenho se resumia a se permitir sentir aquelas pregas apertadas estimulando seu membro, numa sensação única e da qual ele jamais havia imaginado usufruir. Ele bombou meu cuzinho por um tempo, depois tirou o caralhão do meu cu, arrancou a camisinha e me colocando na posição de frango assado, voltou a me penetrar encarando meu olhar afoito e desejoso. A lí­ngua dele penetrou minha boca e eu o apertei agora também em meus braços. Aquele homem grande, quente, exalando sexo por todos os poros estava dentro de mim. Eu estava realizado, meu gozo lambuzou minha barriga. Ele se colocou em pé ao lado da cama e me puxou para junto dele sem tirar a pica do meu cu. Voltou a me bombar num vaivém cadenciado. Nossos gemidos preenchiam o vácuo das paredes do quarto, quem nos ouvisse saberia que uma ode ao sexo estava sendo cultuada naquele lugar. Mas não havia ninguém, o mundo se resumia a nós dois, e tudo nos pertencia. O pauzão dele começou a se avolumar nas minhas entranhas e meus ganidos se misturavam ao choro que fez as lágrimas deixarem os cantos dos meus olhos e molharem os cabelos das minhas têmporas. A porra entrava em mim tépida e pegajosa, me molhando com a seiva máscula do Facundo, como um presente pela minha entrega.

Ele se deitou ao meu lado e me colocou em seu peito. Beijei-o tanto e tão zelosamente que me esquecera, completamente, das dores que se alastravam pelo meu ventre. Ele pegou a toalha que eu havia trazido da piscina e limpou o sangue que estava no meu rego. Aquelas gotas rutilantes que afloravam das minhas preguinhas foram seu segundo orgasmo. Ele as via brotar em jubilo. Nos enfiamos debaixo do chuveiro juntos, e eu o ensaboei e acariciei seus pelos vendo a água espumosa escorrer por entre aqueles tufos negros e densos. Ele me encarou com um sorriso gostoso e safado enquanto eu lavava seu sacão e a rola flácida, abrindo as pernas para que a sensação das minhas mãos macias e leves tomasse toda sua virilha.

Durante o jantar daquela noite eu e ele fazí­amos novamente o par silencioso, enquanto as duas praticamente dominavam a conversa sem nos dar muito espaço nos assuntos que, a bem da verdade, pouco nos interessavam àquela altura dos fatos.

- Esta amiga que sua mãe e eu visitamos esta tarde tem uma sobrinha cursando a faculdade de medicina da Universidade de Córdoba. Você já pensou nessa possibilidade? A de vir estudar aqui? - ponderou minha tia. - A faculdade tem um enorme prestí­gio aqui na Argentina e está no ranking das melhores internacionalmente. - acrescentou.

- Conheço pouco sobre ela, tia. Mas talvez eu possa aproveitar que estou por aqui para obter mais informações. - respondi

- Faça isso. Nós ficarí­amos muito felizes em ter você morando conosco, não é Facundo? Estou há tanto tempo longe dos meus filhos que seria bom ter um jovem agitando a casa. - sentenciou, procurando na expressão satisfeita do Facundo a aquiescência para sua proposta.

- Prometo avaliar a possibilidade. - retorqui, imaginando como seria maravilhoso conviver com aquele homem que me fizera conhecer o paraí­so.

O domingo amanheceu tão lindo quanto o dia anterior. O sol já estava alto apesar de mal termos passado das sete horas. Eu estava completamente sem sono, coisa rara para um domingo, e resolvi descer para ver se a Pilar já tinha feito o café da manhã. Não tive uma noite tranquila, eu estava elétrico demais me lembrando das inúmeras impressões que meu corpo experimentou nos braços do Facundo, e ponderava todas as possibilidades envolvidas numa eventual vinda para estudar aqui. A umidade pegajosa que o Facundo injetara em mim ainda se fazia sentir a cada passo que eu dava, desfrutei essa sensação com deleite. Fui encontrar a Pilar na cozinha já dando iní­cio aos preparativos da primeira refeição. Ela me olhou com espanto e, ainda um pouco sonolenta, fez um comentário sobre eu ter madrugado.

- Você sabe Pilar se há alguma coisa em especial que o Facundo goste de comer pela manhã? - perguntei, sendo encarado com a curiosidade dela.

- Sim, o senhor Facundo adora panquecas. Panquecas americanas, como ele diz, mas eu não sei como se faz essas tais panquecas americanas. E, ele diz que as minhas não ficam iguais. - havia um quê de frustração em seu tom de voz.

- Mas isso é fácil. Posso fazer algumas? Aí­ você vê como se faz, é muito simples. - disse, lembrando-me das inúmeras vezes em que vi minha "mãe americana" fazendo estas panquecas para o café da manhã durante meu intercâmbio numa famí­lia dos Estados Unidos.

- Sim, claro! Do que você precisa? - questionou animada.

Eu estava terminando de fritar uma leva delas enquanto a Pilar as empilhava recheando-as com doce de leite, pêssegos e outras sugestões que eu lhe propusera, quando o Facundo entrou na cozinha assobiando e todo faceiro.

- Qué sucedió a ustedes esta manãna? Se han caí­do de la cama? - inquiriu ela, com o inusitado do acontecimento.

- Fuimos recompensados com um hermoso dí­a de verano, hay que aprovecharlo bien! - retrucou o Facundo.

- Soube que você gosta de panquecas para o café da manhã? Espero que goste dessas. - disse, quando ele se aproximou de mim para ver o que eu estava fazendo, e lhe entreguei o prato com algumas donde vertia uma mistura de pêssegos picados e mel.

- Ahora hay mucho más cosas que me gustan! - revidou, colocando as mãos sobre as minhas que lhe estendiam o prato com as panquecas, e acariciando-as enquanto pegava o prato. Um sorriso patético acompanhava seu gesto, mas foi o suficiente para eu me sentir nas nuvens.

A programação intensa do dia, com um passeio até a cidadezinha de Rio Ceballos passando pelo Camino del Cuadrado e suas deslumbrantes vistas das montanhas, nos deixou pouco tempo para alguns momentos de privacidade, embora quando nossos olhares se cruzavam esse desejo estivesse implí­cito. À revelia do meu cansaço, o sono não vinha, fosse pela agitação do dia ou simplesmente pelo ar estagnado e abafado. Desci até a cozinha para pegar um copo d"água, pouco depois da meia noite. Mal havia vertido o lí­quido gelado no copo, percebi que o Facundo estava atrás de mim. A mesma expressão carente configurava seu rosto envolto pelos cabelos desgrenhados. Ele me encarou com um sorriso malicioso e bonacheirão, enquanto manipulava a pica que se avolumava dentro da bermuda do pijama. Meu cuzinho piscava alucinadamente, desejoso e despudorado. Fomos até o jardim, onde protegidos pelo pergolado, ele me abraçou e me beijou metendo sua lí­ngua profana na minha boca.

- Chupa mi polla! Tengo más uno regalo para usted. - suplicou, tirando a benga babona para fora.

Me ajoelhei diante dele sentado na poltrona de junco com as pernas abertas, e peguei a verga veiúda na mão. A chapeleta lustrosa já estava melada com aquele suco cheiroso quando a coloquei na boca, e eu a apertei com meus lábios. Ele fechou as mãos ao redor dos braços da poltrona comprimindo-os com força. Meus dedos deslizaram para dentro de seus pelos pubianos antes de acariciá-lo enquanto chupava consistentemente a pica que ia crescendo na minha boca. Massageei suas bolas ingurgitadas ao som de seu arfar que saí­a como um sibilo entre os dentes cerrados. De vez em quando ele agarrava minha cabeça e me fodia a boca, fazendo a rola entrar na minha garganta, o que me deixava sem fôlego e com o rosto ruborizado. Mas o cheiro e o sabor daquele macho não me deixavam desviar do meu objetivo. Eu queria saborear seu esperma másculo. Ele se agitava na poltrona, em alguns momentos ameaçava se levantar e soltava uns gemidos guturais que me davam a certeza de estar atingindo meu alvo. Subitamente ele prendeu minha cabeça entre as mãos e a empurrou contra sua virilha, a pica socou minha garganta e a porra encheu minha boca. Fui engolindo cada jato o mais rapidamente que podia para não desperdiçar nenhuma gota daquele sumo frutado e denso.

- Ah mi chico guapo! Me estás volviendo loco! Toma la leche de tu macho. - gemeu, enquanto as golfadas esbranquiçadas enchiam minha boca e escorriam pelo queixo.

Fiquei com aquele pauzão latejando na mão até terminar de lamber a porra que havia escorrido até perto do saco.

- Folla me, Facundo. Folla me, que te necessito ahora mismo, mi hombre. - implorei, num sussurro em sua orelha, depois de beijá-lo demorada e docemente. Ele se derreteu todo e me apertou em seu peito.

Voltamos ao meu quarto sem que ele se esquecesse de trancar a porta. A jeba nem chegara a amolecer completamente, tanta a voluptuosidade que meu pedido gerara nele. O fogo que ardia nas minhas entranhas se parecia com a lenha crepitando na boca de uma lareira. E só ele seria capaz de debelá-lo, com seu jeito único e potente de me sedar.

- Estás com el culo hinchado y rojo. No lo quiero ferirte más. - sentenciou ao apartar meus glúteos e ver minhas pregas danificadas na noite anterior.

- Por favor, Facundo. - suspirei, ao colocar seus braços ao redor da minha cintura.

Prevendo minha reação ao ser enrabado, ele selou seus lábios aos meus; e meu grito foi abafado pelo beijo terno e compreensivo dele. O tempo que ele levou até lançar mais uma carga de porra no meu cuzinho me pareceu uma eternidade. Momentos infindáveis de um prazer dolorido que deixaram a marca daquele macho no meu corpo.

- El olor y la sedosidade de tu piel me encantan. - disse, acariciando a minha nádega, enquanto eu apoiava minha cabeça em seu ombro e percorria com a ponta dos dedos o caminho de pelos que descia por sua barriga até o púbis.

Adormeci em seus braços, e não me lembro de tê-lo visto deixando o quarto. Fui o último a acordar no dia seguinte. Desci as escadas ainda sonolento e arregaçado. Minha mãe e minha tia já estavam se preparando para uma nova incursão pela cidade. Recusei o convite para acompanha-las, pois sentia que seria incapaz de ficar andando por horas em shoppings e lojas femininas. Não só pelo desinteresse, mas, principalmente, por que estava literalmente arrombado. Só no final do dia me aventurei a fazer uma surpresa ao Facundo, aparecendo de surpresa na concessionária pouco antes do final do expediente. Foi emocionante ver seu sorriso de contentamento, ao saber que teria algum tempinho comigo enquanto voltávamos para casa.

Meu pai chegou na manhã da véspera de Natal. Viera se juntar a nós para comemorarmos juntos os festejos da natividade. Fiquei um pouco acabrunhado pois isso significava que dentro de poucos dias voltarí­amos para São Paulo. Ficariam para trás aquelas semanas mágicas e reveladoras, onde o Facundo e eu usufruí­mos de cada segundo que nos foi possí­vel. A pesca no final de semana da qual voltamos sem nem sequer um único peixe, as longas tardes passadas na concessionária, e da qual escapávamos por um par de horas e nos refugiávamos num discreto motel, as noites em que saí­amos com o pretexto de tomar umas taças de vinho na companhia dos amigos dele, e que terminavam num mirante encravado nas colinas que cercavam a cidade e do qual se podia ver as estrelas flamejando no céu. Tudo em breve seria passado, e eu já começava a sentir saudades daquilo tudo.

Quase não senti o mês de janeiro passar, tão envolvido que estava com os diversos vestibulares. Na solidão do meu quarto às vezes me surpreendia ouvindo uma balada romântica agarrado ao travesseiro e, por uma fração de milésimos de segundo, podia jurar que era o torso quente e musculoso do Facundo que estava segurando. Nos poucos dias em que não estava fazendo provas, tratei da papelada pleiteando uma vaga para estrangeiro na faculdade de medicina da Universidade Nacional de Córdoba, preenchendo formulários online, obtendo certificações do ministério da educação validando meus estudos secundários, apresentando calhamaços de documentos no consulado argentino em São Paulo, e ficando horas pendurado ao telefone em ligações telefônicas com a universidade.

- Para quem mal podia ouvir falar em acompanhar a mãe numa visita até Córdoba você está se mostrando bastante interessado nessa vaga. - comentou meu pai, ao me ver envolvido com essa burocracia.

- Acabei me encantando pela universidade quando fui visita-la enquanto estava lá. Acho que dá para construir uma carreira sólida a partir da qualidade de ensino deles. - contra argumentei.

Uma carta comunicado chegou em meados de fevereiro dando conta da minha aceitação no curso de medicina. Fiquei tão eufórico que mal cabia em mim de contentamento. Começava uma pequena guerra para convencer meus pais a desistir das duas vagas que consegui nas faculdades daqui, mesmo por que já estava na segunda semana de aulas quando a carta chegou. Vali-me de uma estratégia pouco ortodoxa para conseguir meu intento. Liguei para minha tia e disse que havia recebido a carta e que estava disposto a estudar lá se ela e o Facundo não se importassem de me aturar por longos seis anos.

- É o que de melhor podia ter acontecido. Estamos felizes por você e por nós mesmos. Vai ser ótimo ter você morando conosco. Talvez assim a sua mãe também se disponha a vir me visitar com mais frequência. - disse minha tia na exaltação que a notí­cia provocou.

Quando o avião aterrissou e correu os últimos metros ao longo da pista do aeroporto de Córdoba quatro dias depois, meu coração parecia querer sair pela boca. O Facundo me aguardava sozinho no salão de desembarque, com seu sorriso acolhedor e saudoso. Atirei-me em seus braços e beijei seu pescoço, enquanto ele me comprimia contra si.

- Mi chico hermoso, te echo de menos. - balbuciou na minha orelha, junto com sua lí­ngua molhada.

Saber que tenho os próximos seis anos para viver ao lado desse homem fogoso e impaciente, talvez seja tão bom quanto saber que o sol está iluminando meu destino e meu futuro com seus raios reluzentes e tórridos.


*Publicado por Kherr no site climaxcontoseroticos.com em 21/07/15. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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