A PIZZARIA 26

  • Publicado em: 17/09/17
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  • Autoria: carlão1978
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A PIZZARIA 26


ATENí‡ÃO: ESSA É A PARTE 26. ANTES DE CONTINUAR, LEIA O PRIMEIRO CAPÍTULO. OBRIGADO.


Acordei por volta das 08:40hrs e deixei Denise dormindo. Ouvi barulho na cozinha, e imaginei que a Rose já estivesse se levantado. Chegando lá a encontrei abrindo algumas portas dos armários. Quando ela me viu, foi falando.


-Que bom você ter acordado Edu.


-Estou procurando o pó, para fazer um café.


-Não se preocupe, Rose, a Denise já está levantando e cuida disso.


-Ah imagina!


-Ou você não quer provar o meu café? Perguntou sorrindo.


-Quero sim, claro.


-Quero provar até mais! Pensei.


Rose estava linda naquela manhã. Vestia um shortinho bege claro do mesmo tamanho ao que usara quando almoçamos no sí­tio, e com o mesmo destaque para os pelinhos loiros das suas coxas. Apenas os detalhes e o modelo do tecido eram diferentes. Usava camiseta de malha listrada, em tons bege e preto, e calçava sandálias abertas deixando seus lindos pezinhos à mostra.

Vendo-a sozinha ali comigo, foi inevitável não pensar tudo o que fizera há tão pouco tempo e fui acometido pela inveja dos bons momentos que o Leleco usufruiu com essa gostosa.

Daí­ ela me perguntou:

-Que horas os seus filhos vão chegar Edu?


-Geralmente eles chegam no ônibus das 10:00hrs.


-Mas às vezes atrasam. Completei.


-Então está faltando pouco tempo né Edu?


-Sim, está.


-E daí­ que horas vamos todos ao sí­tio para almoçarmos? Perguntou-me.


-Por mim eu nem iria Rose.


-Uai! Exclamou, e depois perguntou-me:


-- Porque você não iria?


-Porque nós gostarí­amos que você ficasse aqui para sempre. Respondi.


Ela ficou corada. Depois, encheu a chaleira com água, e voltando ao assunto anterior reperguntou-me:


-Mas afinal, onde está o pó Edu?


-ESTÁ NA PRIMEIRA GAVETA DO ARMÁRIO!


Era Denise que tinha acabado de acordar. Ao ouvir nossa conversa fora até a cozinha, e respondeu diretamente à Rose.

Daí­ minha mulher foi lhe dizendo:


-Pode deixar que eu faço o café querida.


-O imprestável do Edu nem para te ajudar né amiga?


-Imagina amiga. Seu marido tinha acabado de chegar, e estávamos conversando sobre o almoço mais tarde.


-Ok Rose. Deixe os meninos chegarem que tratamos disso.


Depois Denise lhe perguntou:


-E você está bem querida?


-- Como passou a noite?


Não se sentindo à vontade para conversar com Denise na minha presença, Rose nada lhe respondeu. Mas, quando notei que ela me dera uma olhada de soslaio, talvez querendo dizer alguma coisa à minha mulher, decidi sair, e disse às duas:


-Vou comprar pães e queijo, enquanto vocês fazem o café.


Quando retornei com os alimentos para o nosso desjejum, ao entrar em casa, Denise veio me dizendo:


-A Rose precisa de um favorzinho seu querido.


-O que seria? Perguntei.


Antes que Denise respondesse, interrompendo-a, Rose me disse:


-Mas não precisa ser agora, Edu. Pode ser depois do seu café.


-Sim Rose, mas o que você precisa?


-Gostaria que você me levasse na "Pernambucanas" para eu trocar uma saia defeituosa que comprei ontem.


Justificando-se que não poderia nos acompanhar, Denise falou:


-Eu não posso ir junto com vocês Edu, porque tenho que arrumar as nossas, e as "coisas" dos meninos, para irmos ao sí­tio.


-E também não daria pra passarmos lá quando saí­ssemos, porque hoje é sábado e elas - Casas Pernambucanas - fecham ao meio dia.


Continuando a conversa, lhe respondi:


-Vou sim querida.


-A hora que a Rose quiser ir, basta me chamar.

Rose me agradeceu dizendo:


-Obrigada, Edu.


-Após o café, troco de roupa, e vamos.


Terminado o café, Rose entrou no quarto em que dormira, e voltou carregando uma sacola. Estava com a mesma blusa e sandálias, mas trocara o shortinho bege por uma saia curta, de cor creme.


Tirei nosso carro da garagem, ela entrou, e fomos.


No caminho, para descontrairmos, olhando para a saia que usava, eu lhe disse:


-Mas a saia parece estar legal e bonita, Rose.


-Porque você quer trocar?


Depois, coloquei a mão no tecido, e a roçando de leve na coxa, lhe digo:


-O tecido é bom e macio!


Um tanto surpresa com a minha ousadia, ela olha para mim, e responde-me com um sorriso tí­mido:


-A saia que eu vou trocar está na minha bolsa.


-Não é a que estou usando agora. Falou.


-Ah bom! Entendi.


Voltei a colocar novamente a mão na saia, e repeti:


-Logo vi. Pois ela está linda e perfeita!


-Igual a dona! Pensei.


Aproveitei o toque, e alisei lhe levemente a coxa. Mas ela pegou me a mão e a tirou de lá. Nessa hora, segurei-lhe a mão.


Então ela me disse:


-Cuidado, Edu.


-Dirigir com uma mão só pode ser perigoso.


-- Me solte!


Então a soltei. Mas, enquanto dirigia, dava umas olhadas para as suas pernas, sempre que o trânsito permitia. Fomos assim até que chegamos nas Casas Pernambucanas.

Enquanto se ajeitava para descer do carro, ela me falou:


-Por favor, Edu. Você pode me esperar no carro?


-Eu faço a troca rapidinha e já volto.


-Ah que pena! Comentei.


-Pena, por quê? Perguntou-me.


Daí­ eu lhe respondi em tom de brincadeira:


-Pensei que eu fosse ver você trocar de saia lá dentro!

Ela riu e me disse ao sair:


-Assanhado!


Quando a vi saindo, meu pau estava duro de tesão, porque ela demonstrava solicitude com as minhas investidas. Após retornar da loja, com a troca já feita, sem que eu lhe dissesse nada, ela própria me falou:


-Agora você não precisa colocar a mão de novo, porque estou com a mesma saia.


-Tomara que essa nova saia seja bonita e gostos...opss...macia igual a que você usa.

Ela riu e me disse:


-Depois eu te mostro a saia que troquei.


-Mas, se ela está dentro da sacola, é só você abrir o pacote, que eu a vejo agora. Falei.


-Tá bom curioso! Respondeu.


Em seguida tirou da sacola um embrulho cujo papel trazia o logotipo da loja, o desfez, e me mostrou uma saia azulada em tonalidade jeans, e com um cinto da mesma cor, de fivela prateada.

E falou:


-O defeito era no cinto!


-Ah tá! Pensei que o defeito fosse da saia. Comentei.


Daí­ ela estendeu a nova saia azul sobre o colo, por cima da bege que usava e me falou:


-Olha como ela está perfeita, Edu.


Sem dizer mais nada, nessa hora, levantei lhe as duas saias, coloquei a mão direita sobre as suas coxas, e as alisei devagar. Ela segurou-me a mão sobre as pernas e disse:


-Ai Edu! Não faz isso, por favor.

Eu lhe falei:


-Chega pra cá um pouquinho, Rose.


-Vem.


-Não, Edu!


Daí­ eu lhe convidei:


-Vamos até a estrada do matadouro, Rose.


-Não Edu. Alguém pode nos ver!


-Mas o carro tem vidros escuros. Falei.


Em seguida, liguei o carro, e saí­mos. No caminho, sem que ela aprovasse, ou não, passei direto a entrada da rua que daria acesso à nossa casa, e rumei até o trevo de entrada da cidade, que era próximo. Depois, virei à direita, e já saí­mos na rua do matadouro.


Era uma rua calma, porque o abatedouro de bovinos já estava desativado há algum tempo. A seguir, encostei o carro na sombra de árvores próximas, mas afastadas da via e do acostamento.


Quando desliguei o motor, ela me fitou nos olhos, e com olhar misterioso me perguntou:


-- O que você está querendo, Edu

Eu lhe respondi:


-- Você já sabe do nosso esquema, Rose, entao...


Ela falou.


-- Sim, eu sei. Sua mulher me contou, Edu.


-- O que ela te contou, Rose?


Ela foi me revelando:


-- Contou tudo o que vocês fizeram ontem.


-- E mais coisas também!


-- Que coisas, Rose?


-- Eu sei tudo o que vocês já fizeram, e fazem, Edu!


Intrigado, eu lhe perguntei:


-- Mas porquê a Denise lhe revelou todas as nossas intimidades, assim sem mais, nem menos?


-- Porque ela é minha amiga e confiamos uma na outra.


-- E ela também sabe dos meus desejos de mulher; das minhas privações, e me ajudou a enxergar a vida de outra forma.


-- Então foi ela que aproximou você do Lelis?


-- Não, Edu. Foi o contrário.


-- Como assim? Perguntei.


-- Ora, o Lelis se interessou por mim e me mandou recado pela Denise.


-- Nossa! Mas você não se surpreendeu com um convite desses, digamos, à queima roupa?


-- Não me surpreendi, porque eu sempre conversava esses assuntos com a Denise, e fui assimilando a ideia aos poucos.


-- E decidi comigo mesma, que quando chegasse a hora certa, e com a pessoa certa, poderia acontecer.


-- Hum... então o felizardo foi o Lelis né?


-- Pois é. Foi!

Respondeu e riu.


Então, lhe perguntei:


-- E o seu marido, Rose?


-- O que tem o Antônio, Edu?


-- Você não tem vontade que ele também faça parte do esquema ?


-- O Toninho já tem o "esquema" dele, Edu.


-- Não entendi Rose. Falei e depois perguntei:


-- Voce tá dizendo que o seu marido também tem outra?


-- Pois é. É a vida, Edu!


Depois ainda comentou:


--"Nós" temos que aceitar isso né, Edu?


-- Mas, quem é a outra mulher, Rose?


-- Ah! Isso eu não vou revelar.


-- Não quero! Falou.


Fiquei super intrigado com o rumo que a nossa conversa havia tomado. Ainda mais que a Rose não quis prosseguir, e nem revelar o nome da pessoa. Só faltava a biscate da Denise estar dando para o marido dela, e eu, feito um idiota, passei todo esse tempo sem saber de nada. E se isso tiver realmente acontecido, ou se continua acontecendo, não é recente. E nem o Magno foi o primeiro homem, depois da libertacao da Denise.


Mentalmente, fui fazendo as contas, e talvez o meu filho já estivesse namorando a filha deles há quase dois anos, ou mais. E assim que começaram a relação, o filho da puta do Jose Antônio e a piranha da Rose, que de santa não tem nada, já frequentavam a nossa casa.


Fiquei aturdido por um momento, mas depois refleti melhor e achei que poderia ser uma boa oportunidade para divorciar-me da Denise, e quem sabe, casar-me com a Alessandra, pois eu sempre notei que o Magno não lhe nutre nenhum amor.


E nos meus futuros planos com a Alessandra, se preciso fosse, eu não descartava a ideia de mudar-me para São Paulo, para vivermos só nos dois, um para o outro, e esquecermos que, num maldito dia, tivemos a infelicidade de entrarmos numa pizzaria.


Agora mais calmo, e até feliz com a solução encontrada para os chifres que a Denise poderia ter me colocado, olhando para as coxas da loirinha ao meu lado, achei que seria melhor pensar na futura mudança para São Paulo, em outra ocasião.


Retomei a conversa interrompida com a gostosa, e puxando-a ao meu encontro lhe disse:


-- Já que estávamos falando do "esquema", vem cá amorzinho!


Então, a abracei forte, e sem sua resistência, nos beijamos pela primeira vez.


Senti em sua boca o gosto do café que há pouco haví­amos tomado. Enquanto a beijava subi lhe a saia e vi a calcinha branca. Voltei a acariciar lhe as coxas, enquanto ela me abraçava.


Porém, quando tentei enfiar a mão dentro da calcinha, ela segurou-me firme pelo pulso e disse:


-Aqui não, Edu!


-Agora chega!


-Vamos embora!


-Que pena! Exclamei.


-Quero você Rose. Falei.


Enquanto eu falava, ela nada dizia. Daí­ a convidei:


-Vamos sair amanhã Rose.


-Amanhã eu não posso, Edu.


-Porque você não pode?


-Amanhã é domingo, e o meu marido vai chegar.


-Que dia então? Perguntei-lhe.


-Depois a gente combina.


E arrematou:


-Mas se você não me levar de volta agora pra sua casa, pode esquecer nosso encontro.


-- Já fui longe demais hoje!


-Claro amorzinho. Vamos embora na boa sim.


E quando eu fui pegar sua mão novamente, ela falou:


-E sem assanhamento!


-Agora vamos, Edu.


Eu a obedeci, e voltamos sem novas investidas da minha parte. Afinal, eu poderia me dar por satisfeito, pois ganhei uns beijinhos da loirinha, e ainda lhe fiz carí­cias discretas nas pernas.


Depois, fazendo um balanço de todos os acontecimentos, ressurgiu meu rancor para com a Denise.


Quando chegamos em casa, nossos filhos já estavam lá, e Denise veios nos dizendo:


-- Nossa, como vocês demoraram!


-- O que aconteceu?


Rose lhe respondeu:


-- Tinha uma fila imensa na loja amiga, e a moça custou para achar um cinto igual.


-- Realmente, sábado não é um bom dia para ir nessas lojas. Concordou Denise.


E depois nos falou:


-- Se vocês quiserem ir, podemos.


-- Ok só vou pegar minhas coisas e vamos, querida. Respondeu Rose.


Daí­ entramos todos no carro, e fomos. Como de costume, passei na mesma padaria para comprar os pães frescos para levá-los ao sí­tio.


Almoçamos juntos com eles, em mesa posta na varanda. Após o almoço, alegando cansaço, Rose nos pediu licença dizendo que iria descansar, ou tirar uma "sesta".


Quando a vi saindo, pensei comigo:


-- Ela está cansada porque meteu a noite toda, e dormiu pouco.


Ansiosos para rever os amigos, os meninos insistiam para que voltássemos à cidade. Como já tí­nhamos almoçado, e sem termos o que fazer por lá, durante o perí­odo da tarde, decidimos regressar. Agradecemos a acolhida, e nos despedimos de todos.


Denise ainda argumentou comigo, em tom de brincadeira, o fato de eu sequer ter tocado no assunto acerca do cavalo que possivelmente ela iria montar. Rancoroso, não lhe dei atenção, e permaneci em silêncio durante todo o trajeto da nossa volta.


Chegamos em casa, e descemos do automóvel. Ciente da pressa dos meninos em encontrar os amigos, esperei-os sair.


Depois eu disse à Denise:


-- Preciso conversar sério com você.


Ela foi falando:


-- Nossa, Edu! Você está o tempo todo calado, e de mau humor!


-- Que bicho te mordeu?


Então eu lhe respondi:


-- Morder mesmo, nenhum - bicho - me mordeu. Mas alguém me fez parecer um bicho com galhos. Falei.


Sem entender nada, ela me olhou fazendo sinal de interrogação:


--- ?


-- Uma vadia sem vergonha me colocou um par de chifres! Completei.


Espantada, mas ao mesmo tempo sorrindo, ela me falou:


-- KKK. Bem que eu já sabia que uma hora isso iria acontecer. Mas ela não é só sua mulher, Edu.


-- Ela é mulher do mundo. Completou.


-- Mulher do mundo é a puta que te pariu! Falei.


-- Vou arrumar minhas coisas e sumir daqui filha da puta!


Brava, Denise rebateu, dizendo:


-- Ela não é santinha? Agora quero ver se você é homem, e se tem coragem de ir lá na porta da casa da Dona Cida fazer escândalo, seu vagabundo de uma figa!


E, histérica, completou gritando:


-- CHIFRUDO!


Eu rebati e fui lhe dizendo:


-- Eu não tenho que ir na casa da Dona Cida falar com ninguém não viu!


-- O que você fez com o Caio, e até mesmo se você deu ou não para o chato do Lelis, não tem nada a ver.


-- O caso é muito mais sério, e você sabe disso. Falei.


Ainda mais brava, ela veio com um xingatório:


-- Mas se é sério, você mesmo que resolva com ela cachorro.


-- Você arruma mulher do mundo e não quer levar chifres?


Eu lhe rebati:


-- Mas eu não me casei com mulher do mundo piranha!


-- Claro que você não se casou com mulher do mundo, porque eu sou direita! Exclamou.


E continuou:


-- Você se envolve com uma mulher de São Paulo, que mal conhece, leva chifres, e quer me culpar por isso cachorro imundo?


-- O QUÊ? Perguntei-lhe.


-- Você está falando da Alessandra?


-- Claro que sim. Da Giovana é que não há de ser né?


-- O seu amorzinho não é a Alessandra?


-- Mas ela nunca me colocou chifres. Respondi-lhe.


Daí­ Denise fazendo ar de espanto, me pergunta:


-- Uai! Se ela não te colocou chifres, então porque você está bravo?

E completa:


-- Juro que agora não estou entendendo mais nada. Falou.


-- Se a Alessandra não colocou chifres em você, quem colocou então?

Eu respondo:


-- Cí­nica! Já estou sabendo de tudo. Falei.


-- Sabendo o que Edu?


-- Sua casa caiu vagabunda. Falei, e continuei:


-- Já sei que você deu muito para o marido da Rose, antes de irmos na pizzaria!


Estupefata, ela pergunta:


-- O QUE???


-- Quem te falou uma mentira dessa seu cretino?


-- A Rose já me falou que o vagabundo do marido dela tem outra mulher há algum tempo, e indiretamente me falou que essa mulher seria você, Denise.


-- Você bebeu homem?


-- Tem certeza que ela falou diretamente o meu nome?


-- Já disse que ela diretamente não falou que se trata de você, e talvez por pena de mim, ela só deixou seu nome "no ar".


-- Mas pelo tom da nossa conversa tudo indica ser você mesma. Completei.


-- Ah Edu. Você parece criança, e até me faz rir.


E foi falando:


-- Então quer dizer que além da Rose, eu sou a única mulher do mundo né.


-- E se o marido da Rose tem outra mulher, essa mulher teria que ser só, e somente eu.


-- Me poupe, Edu! Isso é infantil, sabia?


-- Não tenho, não tive, e nunca terei nada com o Toninho, Edu.


-- E o caso dele só eu e a Rose sabemos quem é. Falou.


-- Mas, então, quem é a outra?


Daí­ ela foi argumentando:


-- Olha, Edu. Da minha boca você jamais iria saber algo sobre isso. Mas, se você já sabe alguma coisa, somente a Rose poderia ter lhe contado.


-- E ela fez muito mal de contar o milagre, mas não dizer o nome do santo, ou da santa.


E bombardeou com a revelação:


-- É A ZILDA!


Meu Deus! Como eu fui um idiota de não ter percebido isso antes. Perdi a oportunidade dos sonhos de ter dado bons amassos na Rose, lá no sí­tio. Ainda mais que ela estava longe do marido. Poderia ter aproveitado parte da tarde para tirar boas casquinhas dela, escondido dos nossos filhos, claro.


Fui um egoí­sta e pus tudo a perder nessa tarde, ainda mais que a Denise estava interessada num cavalo, e a eguinha loira me querendo.


Agora mais calmo, e tentando auto justificar o erro imperdoável que acabara de cometer por ter caluniado a Denise, lembrei-me da parte do diálogo que tivera com a Rose, dentro do carro:


" -- Voce tá dizendo que o seu marido também tem outra? "


" -- Pois é. É a vida, Edu! "


" -- Nós" temos que aceitar isso né, Edu? "


Meu erro crasso fora quando ela disse a última frase e usou o pronome "nós", como simples força de expressão e linguagem. Por uma idiotice da minha parte cheguei a pensar que "nós" se referisse diretamente a eu e ela, isto é ambos "chifrudos".


Depois, foi inevitável fazer uma auto crí­tica e enxergar que talvez eu ainda não estivesse preparado para esse mundo liberal, a ponto de sentir ciúme de duas mulheres.


Quando tentei pedir desculpas à Denise pelo meu horrí­vel vacilo, super zangada, ela evitou conversar comigo, durante toda a semana.


E ainda, por reprimenda, Denise colocou algumas roupas minhas para fora do nosso quarto e se trancou nele, não me deixando dormir lá.


Como nossos filhos estavam em casa, no sábado, eu dormi no sofá da sala. E nos demais dias, até quarta feira, ocupei o quarto deles sozinho porque, durante a semana, Denise decidiu chamar o Caio para dormir a sós com ela, na nossa cama.


Felizmente, na quinta feira à tarde Rose ligou para a Denise, mas ela não me revelou o assunto da conversa. Daí­ minha esposa resolveu me dar uma nova chance, e ela própria ligou para o Caio dispensando sua companhia naquela noite.


Achei o meu castigo injusto, mas, pelo menos, fizemos as pazes.

Afinal, nova sexta feira estava a nos esperar.


Continua no próximo conto...





*Publicado por carlão1978 no site climaxcontoseroticos.com em 17/09/17. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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