Sobre viver e amar..., 6

  • Publicado em: 08/03/18
  • Leituras: 1970
  • Autoria: PequenoAnjo
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Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais.

(Arnaldo Jabor)


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MAMÃE e nossas RECORDAí‡í•ES

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7 de dezembro de 1987, segunda-feira - São Luí­s, Maranhão

Acho que foi mamãe quem teve a ideia daquelas férias no Ceará, não me lembro bem o dia, acho que foi num sábado - em minha vida quase tudo de bom aconteceu ou no sábado ou na sexta-feira. Naquele ano a gente estava numa boa, apesar de alguns arranca rabos com dona Anabelle que teimava em querer competir a atenção e o sexo do Nelson.


Não sei como ela consegue tanto fôlego - Nelson parecia desgastado, cansado - O pobre do velho nem imagina das coisas que a matrona apronta...


Tu és responsável por tudo isso! - recriminei de brincadeira - Não tinha nada que acender o fogo dela.


Ele parou e me olhou sério, também sabia que tinha bastante culpa e eu era quase uma refém daquele jogo sórdido.


Lembro bem do dia em que quase arrumo sarna. Foi na casa de praia da tia Marluce, a gente tinha planejado sair daqui e nos meter na praia sem avisar nada a ninguém. Eu tinha saí­do com Isabel para o shopping, Nelson ficou em casa.


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Vou não pimentinha... - estava sentado na sala de leituras - Vou aproveitar para colocar em dias uns rabiscos que andei fazendo sobre aquele negócio do México.


Tinha sido uma noite tranquila, nos amamos até não aguentar mais. Pela manhã levantei ainda ardida, minha boceta estava vermelha de tanta rola.


Já no batente amada? - ele entrou na cozinha para tomar café.


Estou de boceta ardida, sacana... - ri para ele e abri a perna - Parece que tua pica tem pimenta!


Ele veio até mim e puxou meu braço.


Ainda não vistes nada minha pequena depravada!


Nos abraçamos e pude sentir o cacete latejando dentro da cueca.


Não acredito!... - falei baixinho, estava espantada com aquela virilidade danada.


Nelson sempre me chamou assim desde que eu era uma menina


O que? - respondeu acariciando meu seio direito.


Meti a mão na cueca e tirei o cacete.


Tu ainda aguentas?


Ele fechou os olhos enquanto eu acariciava a glande avermelhada, aqueles tempos juntos fizeram eu conhecer quem era meu irmão e como sabia dar prazer para uma mulher na cama e fora.


Não sei como não descobri há mais tempo, meu maninho e homem gostoso!


Como quem não queria nada, ele massageou minha costa até repousar a mão em minha bunda.


Tu é que pensas... - riu gostoso e passou o dedo na minha racha - Sempre te tive...


E era verdade, sempre nos tivemos. Só nunca haví­amos chegado tão longe e só estávamos ali por causa de uma fatalidade que nos unira.


Era diferente, Nelson... Era diferente - sussurrei mordiscando o lóbulo da orelha sentindo o corpo arrepiar pelos toques certeiros - A gente nem sabia direito o que fazia... Era pura sacanagem!


Apesar do ardor na boceta sentia que meus pelos se eriçavam e que a danada começava a ficar alagada.


Para Nelson!..., para, mano... - pedi baixinho sem muita convicção - Não faz isso..., não agora...


Mas ele parecia não escutar, apenas a respiração entrecortada e pesada dizia da paixão desenfreada que tí­nhamos um pelo outro.


Quero meter agora... Vamos... Vamos pro quarto?


Não era só ele que queria, já não me importava se minha boceta estava esfolada, tinha sido assim desde que nos entregamos, desde que deixamos de ser irmãos para nos tornar amantes...


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Amor! - liguei do shopping - Dá pra ti fazer teu almoço hoje?


Até que daria tempo de voltar, mas estava extasiada de tanto gozar e sei de Nelson não me daria sossego.


Que foi? - respondeu depois de alguns instantes em silêncio - Aconteceu alguma coisa?


Tive impressão de ouvir batidas como se tivessem deixado cair panelas.


Não! É que Sandra me convidou para almoçar com ela... - voltei a escutar sons - Tem alguém aí­ contigo?


Mamãe está aqui... - ouvi a voz de dona Anabelle - Estava de esperando para almoçarmos juntos...


Sorri para mim mesma imaginando que não era bem aquilo que eles estavam fazendo, olhei para os lados para ver se Sandra estava por perto.


Tú és de morte mano, não acredito que ainda tens fôlego para outra trepada... - falei baixinho com medo que me ouvissem - Cuidado pra não botar filho na velha! - ri do absurdo que falara - Não entendo quando falas que ela te exaure...


Não escutei a resposta, fiquei com o celular colado no ouvido.


Ela quer falar contigo...


Carol? - era minha mãe - Pensei que irí­amos almoçar juntas hoje, teu pai deu uma daquelas viajadas malucas... Tu vais demorar?


Ultimamente seu Claudionor (meu pai) passava mais tempo fora que em casa, não que mamãe ligasse para isso, mas sei que eles se gostam muito e o caso com Nelsinho não abalava tanto as estruturas de nossa famí­lia - estava tudo em casa, costuma dizer.


Vou mãe... A Sandra me convidou pra almoçarmos juntas... - resolvi apimentar a conversa - Bem que a senhora podia dar um trato no seu filho... Não aguento mais, minha boceta está toda lacerada...


Ouvi-a resmungar alguma coisa, não deu mais para continuar o papo pois Sandra chegou.


Vou desligar, mãezinha... Faz o que te falei! - desligamos.


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Só voltei pra casa depois das oito horas morta de cansada e cheia de curiosidade pelo que poderia ter acontecido no apartamento. Nelson estava deitado na rede da sala, mamãe já tinha saí­do.


Mamãe ficou chateada contigo Carol!... - sentou na rede quando entrei, estava só de cuecas, o que era normal lá em casa - Queria combinar as férias...


Joguei os pacotes na mesinha da sala e pulei dentro da rede.


E aí­? Como foi?


Tu sabes como é dona Anabelle... - riu e me beijou carinhoso - Mas eu tava meio esgotado...


Arranquei a calça jeans e desabotoei a camisa azul.


E o papai? Viajou pra onde dessa vez? - saí­ da rede para buscar uma taça de vinho branco - Não me diz que foi pro Recife? - sentei no sofá.


Como é que tu sabes? - endireitou-se e recebeu o copo de pé transbordando de vinho - Acho que o velho tem um rabo de saia por lá.


Era verdade, ele já tinha me segredado da Anita, uma coroa desquitada que conheceu em uma das convenções.


Deixa ele, mano... Também precisa de aventura e..., mamãe está bem servida! - recortei-me no sofá ainda molhada de suor - Estou morta de cansada, fez um calor do cacete hoje.


Nelson levantou da rede e sentou no chão, pegou meus pés e fez aquela massagem que somente ele sabe fazer.


Mamãe está pensando em passar o réveillon em Fortaleza - falou depois de tomar um gole do lí­quido branco - Até que não é má pedida!


Fazia mais de três anos que não ia ao Ceará, desde o casamento.


E tu vais? - perguntei sentindo o relaxamento pela massagem e vinho.


Nós vamos! - bebeu novamente - Topas?


Claro que topei. Iria com ele para onde ele quisesse, era meu homem, aquele que tinha conseguido me tirar do buraco sem fundo onde estive desde a morte do Roberto. Isso sem falar do baque que foi a morte do Júnior.


Claro que topo... Vamos ficar com Letí­cia?


Letí­cia é a viúva de meu irmão mais velho que tem uma filha - Milena - que tinha quase onze anos e que eu não via desde o verão de 85.


Sei não... Mamãe falou em hotel, vamos ver isso... - terminou a bebida, pegou meu copo e foi reabastecer na geladeira - E a Lena? Você tem tido notí­cias dela?


Milena tinha uma verdadeira adoração pelo tio, às vezes mais que ao próprio pai. Não poucas vezes Júnior cobrou ciúmes do irmão.


Deve estar uma mocinha... Onze anos, não é? - estiquei as pernas e cocei a testa da boceta sentindo ainda um pequeno ardor - Falo com elas de vez em quando, ela sempre pergunta por ti, diz que está com saudades...


Desde aquelas besteiras do Junior nunca mais tive coragem de ir visitá-las... - recebi o copo - Até Letí­cia ficava meio estranha com a atenção da Lena... Acho que Júnior pensava que ela não era filha dele...


Mamãe também tinha a mesma impressão, antes de conhecer Júnior a Letí­cia namorava com Nelson.


E tu?


Que tem eu?


Também acha que Milena não era filha do Júnior?


Nelson parou e me olhou de um modo estranho, acho que ele não aceitava essa possibilidade.


Quando eles casaram fazia mais de ano que não tinha nada com Letí­cia... É besteira de vocês pensar isso só porque ela se parece comigo... Sou tio, o Júnior não era tão diferente de mim, só não era loiro.. - sentou novamente na rede - Não! Ela não é minha filha, é filha do Júnior ou se não é dele, não minha!


Estou brincando menino... Tenho certeza que isso era besteira dele - levantei - Vou tomar um banho! Tu já jantou?


Com aqueles pensamentos martelando na cabeça entrei no banheiro e Nelson continuou na sala...


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Nota importante:

Não esqueça o detalhe das datas, o autor não segue uma linha de tempo ascendente. Não há uma cronologia lógica e, em alguns episódios, poderá haver a narrativa de mais que uma data. Ler esse autor é embarcar em uma viagem caleidoscópica insana, hora nos leva adiante, ora nos faz retroceder no tempo.

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