A Jornada, 14

  • Publicado em: 23/03/18
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  • Autoria: PequenoAnjo
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"Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti."

(Friedrich Nietzsche)


(Este relato possui 18 episódios, você irá ler o 14º)


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A JORNADA: NOITE DE DESPEDIR

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16 de janeiro de 2003, quinta-feira - Rio Preguiça, Costa do Piau (Pretinha moleca)

As coisas se aquietaram entre Beto e Esmeralda e a paz voltou reinar no Desbravador. Joaquim queria que apressassem o ritmo e chegar logo em Beira-rio, mas tiveram que pernoitar pouco depois de Costa do Piau...


- Isso tem tua mão Quim... - Rafaela falou baixinho - Eles nem parecem aqueles bichos brigões de Santa Rita, diz? O que tu fez?


- Fiz nada loirinha, eles fizeram... - olhou para o mapa aberto na mesa - Se não tiver nada acho que vai dar...


- Tu tá doido pra se livrar da gente, né?


- Não loirinha... - desviou a atenção do bendito mapa e puxou a menina para seu colo - Você não sente saudades de Bruninha, do teu pai ou da tua mãe?


- Não..., desde que tu teja perto não... Ah! Quim..., tá sendo tão bom viver longe da saia de dona Janaí­na... - se ajeitou tentando sentir outra coisa - Acho que tô mau acostumada... - riu - Queria que terminasse não!


- Mas temos que voltar e retomar o fio de nossas vidas, loirinha...


- Já tão na esfregação... - Dora abraçou Quim pelas costa - Tá terminando...


- Tu não tá gostando? - Rafaela olhou para a colega - Poxa Dora? Não queria qui acabasse...


- Também não... - acariciou o ombro de Quim e a cabeça da loirinha - Mas tudo acaba um dia...


- Quem é responsável pela cozinha hoje? - cortou mudando de assunto - Um mosquitinho me segredou que vamos ter frango à passarinha, é verdade?


- Eita cabra que gosta de galinha, tô pra ver! - Dora beijou o roso dele e saiu.


- Você não tem registros pra anotar? - beijou o cangote da loirinha e massageou os peitinhos - É bom colocar logo no caderno antes de esquecer...


Todos os outros, exceto Bairari ao leme, escreviam ou agasalhavam as amostras de plantas e folhas nos sacos plásticos.


- E aí­ cabra? - deu um tapinha na cabeça de Beto que estava no observatório e também escrevia no caderno - Fizeram as pazes?


- Fizemos... - parou de escrever e virou para ele - Também depois daquela foda não tinha com se acalmar - falou baixinho - Não pensei que ela te aguentava...


- Você aguentou...


- Mas fiquei de cu ardido dois dias..., ela disse que amou...


- Agora... Cuidado com a lí­ngua, viu mocinho?


- Sô doido não..., quase perco ela... - olhou pela janelinha traseira, ninguém prestava atenção e Quim se assustou quando ele ajoelhou, tirou o pau mole e engoliu.


- Para com isso Beto! - tirou o pau da boca do garoto e saiu.


Não aportaram para o almoço, seguiram em frente ganhando tempo precioso e passaram ao largo da Costa do Piau.


- Quim, porque a gente não deixa pra chegar amanhã?... - Esmeralda estava no leme - Já vai escurecer...


- É mesmo tio..., vamos encostar que não vai dar...


Era quase cinco horas, o sol ainda a pino.


- Está bem... Vai Nanda, fala com Bairari e encontrem um lugar seguro - esperou que a sobrinha se afastasse - E você amorzinho, como está?


- Ainda meio ardida, mas feliz, viu? - pegou a mão dele e beijou - O Beto vai querer a parte dele, viu?


- Falei com ele...


- Ele contou - sorriu - Porque tu não deixou ele chupar, malvado... Faz isso com meu namorado não, fessô...


- Tio..., é na esquerda... Gente, peguem os varões... - Fernanda correu e pegou um varão - Dora, na popa..., Rafa! Vem pra cá..., deixa o tio aí­...


Quase passam do ponto escolhido pela indiazinha e tiveram que retroceder alguns metros. Joaquim ancorou em um troco de pau d"arco e Fernanda em uma pedra.


- Pronto! - Fernanda abraçou o tio esperando que o restante colocassem o Desbravador no lugar certo - Vi um bando de pombas e jaçanãs quando chegamos...


- Vai menina, chama tua í­ndia e vejam se conseguem pegar algumas... - sorriu e beijou a cabeça da sobrinha - Beto! Vai com elas também!


Tornou embarcar e pegou seu bloco de anotações, sentou no sagrado lugar e anotou os registro no diário de bordo sentindo o vento frio balançar seus cabelos.


- Quim! Quim! Vem cá... - ouviu Esmeralda chamar e notou aflição - Quim!


Pulou na areia, a garota estava sentada segurando o pé e viu sangue.


- Que foi amorzinho... - correu apavorado.


- Pisei num caco de vidro... - viu que ele estava lí­vido - Não é grave não..., só cortou...


Quim pegou a menina nos braços e correu para o Desbravador, sentou a garota em um banco e abriu a caixa de primeiros socorros. Limpou o pé com álcool e depois com água oxigenada, apesar de sangrar muito viu que não era grave. Fez curativo e enfaixou o pé com gaze.


- Onde foi isso?


- Ia pegar uma melancia e..., não vi a garrafa quebrada...


- É nisso no que dá roubar...


- Tava roubando não, seu doido... Ia só pegar uma!


- Venha, tente ficar em pé - a menina tentou, mas doeu - Espera, vou pegar uma forquilha...


- Pra que forquilha Quim?


- Espera... - desceu e cortou um galho de um pé de maria-mole - Pronto..., vai servir de muleta... - tirou a camisa de meia, rasgou e fez um acolchoado - Agora tente...


- Precisava rasgar tua camisa não, era só pegar uma toalha em minha mochila - tocou em pé e se locomoveu com certa facilidade - Pronto! Além de tá de xiri ardido agora tô de muleta... - riu.


- Coloquei a gaze por precaução, mas vamos tirar logo que pare o sangramento, viu?


- Tá bom doutor...


Ouviram os gritos da turma.


- Quim! Quim! Hoje temos churrasco... - Dora embarcou com duas galinhas das mãos - O que foi isso menina?


- Nada não, só um cortezinho de nada - olhou as galinhas - Mas isso não dá um churrasco...


- Né isso não... - colocou as galinhas mortas em uma bacia - Bairari flechou um pouco do mato grandão... Tão lá tratando do bicho..., tu se cortou como, pequena?


Acocorou e olhou o pé enfaixado, viu sangue.


- Na roça de melancia..., é bom falar pra eles terem cuidado, pisei numa garrafa quebrada - viu a calcinha bege da colega suja de lama - Tava tomando banho num lamaçal, é?


- Foi não..., Bairari nos ensinou como pegar jaçanãs e galinha d"água... - olhou para Quim - Ela fez um cofo que a gente bota na cabeça e entra na lagoa e vai andando devagar até ficar perto delas... E a gente puxa os pés dela e puxa a cabeça pra matar... Peguei essas duas e Rafa pegou três...


- Tem muito assim?


- Tem um montão, mas a gente só quis galinha, o Beto pegou umas jaçanãs, mas elas são pequenas...


Joaquim observava encostado no caibro e soube que aquelas meninas haviam amadurecido muito mais naqueles dezenove dias que em toda suas vidas. Saí­ram crianças e iam voltar mocinhas amadurecidas.


- Onde eles estão? - Dora falou mostrando por onde deveria ir - Fique com Esmeralda que vou ver se precisa de ajuda...


- Precisa não Quim, eles vão trazer num cofo com uma vara... Tua indiazinha é danada de boa nessas coisas... - tirou a calcinha - Vou mergulhar pra tirar essa lama...


Pulou no rio, Esmeralda olhava para ele que olhava para Dora.


- A gente mudou, não mudou Quim? - sentou no banco - Nunca ia pensar de fazer tudo isso..., já se cozinhar, sei a posição da estrelas e dei pra ti... - riu.


- Mudaram..., mudaram radicalmente... - se aproximou da menina e acariciou seus cabelos - Hoje sei que todos vocês não são nem de longe aquela cambada de guris que quase viraram o Desbravador - sorriu, armou a rede da menina e a colocou sentada - Você não, sempre foi esperta e aberta para conhecer as coisas, o contrário de Rafaela...


- Era uma dondoquinha filhinha de papai..., Fernanda também mudou, lembro dela chorando porque a tia Ana não deixou ela ir na festa da Joselina..., era meio fresquinha, não era?


- Era, mas mudou...


- Calor de pica faz bem...


- Não foi isso, está mais alegre e mais companheira... Teu namorado também..., era meio pé atrás de tudo...


- Fala assim de meu garotinho... - riu - Acho que não somos as mesmas..., e tu Quim, mudou em que?


- Mudei muito..., vocês me fizeram mudar...


- Tu..., tu come todas nós, né?


- Não... Não é por aí­..., aprendi a ser mais atencioso, mas paciente e carinhoso - puxou o banco, sentou perto da rede - Vocês todos foram responsáveis por tudo.


- Mais paciente? Sabe, nunca te vi com raiva... - sentou escanchada na rede - Nos treinos, mesmo quando a gente faz coisa errada tu nunca brigou com a gente..., a Manu fazia de tudo pra ti perder as estribeiras, mas nada...


- Notava... O Claudio também..., errava só por errar... - aquelas recordações pareciam distantes demais - E tu moleca, vive engalfinhada com Joana...


- É ela quem começa... - Dora sentou nua no colo - É porque cês não sabem das cismas da mãe com ele... Parece duas criança..., vó Amélia fica arara cu"eles...


- Quim... - olhou pra a negrinha sentada no colo do professor, o monte de vênus começando ficar cheio de pelinhos e grandes lábios lisos e reluzente - Como é na fazenda?


- É bom pra dedéu! - Dora atalhou - Tu nunca foi lá, né?


- Só uma vez, num aniversário que Fernanda fez lá..., achei bonito...


- Tu não viu nada..., tu foi no rio? - pegou a mão de Quim e colocou entre as pernas - Tem a grota da vaca qui tem uma lagoa...


- Não, não fui..., mas deve de ser bonito... - sentiu a própria vagina melar ao ver os carinhos que ele fazia coçando o perí­neo da coleguinha - Tu me leva lá?


- Claro que levo e essa pretinha saliente vai de mostrar tudo...


- A gente podia ajuntar todo mundo lá, né Quim? - não lhe foi estranho aquele carinho, mas também sentiu a vagina melar - E tu podia era ir passar os fim de semana lá...


- Vai depender do pai... - estava inquieta - Mas acho que não deixa...


- Quim pede. Não pede Quim?


- Vou conversar com Abdias e... - sorriu olhando para a garota sentada na rede - E assim uma certa filha deixa o pai namorar...


- E deixo, ele é que não leva ela lá em casa... - se remexeu na rede agoniada de vontade de fazer xixi - Tu me ajuda aqui Quim, tô quase me mijando...


Quando resto do grupo chegou o céu já pintava de preto e um bando de peteca cintilava, não subiram no Desbravador, foi Dora quem falou do corte de Esmeralda. E de noite acenderam fogueira e fizeram braseiro e conversaram animados pelo violão de Dora e a indiazinha mostrou a dança da despedida.


Joaquim se divertia com os causos contados, eram uma só famí­lia criada nas águas do Preguiça e as brincadeiras de Beto davam o tom da noite, Rafaela olhava para Quim, sentia uma coisa estranha depois que ele conversou com ela.


- Que foi que tu falou pra Rafa?... - Dora havia notado o clima estranho entre ele e Rafaela.


- Nada moleca... - abraçou a pretinha e ficaram olhando a alegria do grupo - E aí­, preparada para voltar á civilização?


- Não... Nenhum da gente queria que terminasse...


- Amanhã termina e... - virou a garota de frente - Vocês todos são vencedores..., saí­ram crianças mimadas e voltam moças e rapaz amadurecidos...


- Troco tudo isso por outros dezenove dias... - beijou o peito dele - Diz..., o que tu falou pra ela ficar desse jeito?


- Apesar de não ser mais a dondoquinha do papai Rafaela ainda mantem resquí­cios da garotinha de antes... - olhou para o grupo, a loirinha era a única que parecia não estar se divertindo - Vai lá e traz ela, mas não deixa que notem..., vou esperar vocês no rio...


- Pra que?


- Quero conversar com vocês duas... - acariciou o rosto da menina e beijou seus olhos - Vai...


Ela foi e ele saiu de fininho, as brincadeiras, cantorias e as coisas de Beto ajudaram encobrir a saí­da e caminhou, lento, pela vereda com a cabeça cheia de dúvidas e conversa que tinha tido com a loirinha tinha piorado as coisas.


Parou olhando o Desbravador vazio e seco de emoções, acendeu um cigarro e sentou encostado do pé de ipê.


- Esse veneno ainda vai te matar - Rafaela acocorou em sua frente.


- Se vocês não me matarem antes...


Dora ficou parada em pouco distante sem saber se ele queria que ela ficasse.


- Vem cá, moleca... - Quim estendeu o braço para ela - Vem, é com você também que preciso conversar...


- Se for sobre aquilo não quero! - a loirinha levantou, ele segurou sua perna.


- Também é sobre aquilo, mas... - puxou a garota e beijou a xoxotinha sob a calcinha branca e suja de barro - Fica..., vem Dora...


- Tu não quer conversar com ela e depois... - suspirou, ele tinha passado e dedo na risca da vagina - O que tu quer, quer judiar a gente, é?


- Não..., só quero conversar e..., e ficar um pouco com vocês...


- Não Quim, depois eu volto... - Dora virou e saiu caminhando para o Desbravador.


- Isso o que tu fez...


- Não fiz nada, apenas acariciei...


- Tu vai mesmo deixar a gente?


- Não sei loirinha... Está complicado demais..., fiz o que não deveria ter feito e...


- Para com isso Quim, a gente queria... - se aproximou mais e ficou em pé na sua frente, ele olhou para cima se sentindo pequeno - Olha Quim... Não fica preocupado..., ninguém nunca vai saber... - sentou escanchada em seu colo - Papai..., ele não liga muito pra mim, sempre fez o que eu queria...


- Fosse só você não haveria problema...


- Tu acha que Nandinha ou a tua indiazinha vão correr e dizer que tu comeu elas? - riu - Esmeralda tem o Beto e..., Dora...


- Não, Dora não...


- Então cara? - pegou a mão dele e colocou entre suas pernas - Tu podia te me comido naquele dia no banheiro...


- Mas não comi, comi aqui... - o calor da xoxotinha lhe inundou a mão e foi natural mexer o dedo.


- Tu..., tu gosta de me comer, eu sei... - abriu mais as pernas e ele escorregou o dedo pelas beiradinhas da calcinha - Eu..., eu gosto de..., de dar..., pra ti... Viu? - sentiu o dedo lhe tocar a vulva - Tu..., a gente pode... Hun! A gente faz..., escondido... - estava melada, o dedo escorregou e tocou no cuzinho - Olha..., olha... Hum! Se... An! Ui!... Tu quer... Eu dou, eu do minha..., bunda..., tu quer?


- Não Rafa..., desculpa mas..., isso não é certo... - tirou o dedo e lambeu.


- Vem... Vem Quim..., come meu cu, eu dou... - a respiração era forte, os peitinhos subiam e desciam - Como tu quer? Vai, diz... Como tu quer...


- Rafa...


- Vem... Olha... - levantou, tirou a calcinha - Eu dou, vem...


Ele suspirou, a garota iria fazer tudo para não perdê-lo e, lá no fundo, ele não queria que ela lhe perdesse. A garota ajoelhou e ficou de boi, a bundinha arrebitada reluzia na noite sem lua.


- Vem Quim, vem... Come minha bunda, come - apoiou a cabeça e o tronco na areia e abriu a bunda com as mãos - Vem Quim, mete, me come... Olha, olha, é teu vai... Vem Quim, vem...


Balançou a cabeça, era demais e olhou para o Desbravador, Dora olhava sentada em um banco e sorriu, na cabeça veio uma imagem...


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1 de agosto de 1998, sábado - Fazenda 3 Corações (Brincadeiras de Dora)

O aniversário de Dora caiu em uma terça-feira e Ana levou o bolo com refrigerantes, Joaquim uma caixa com um bote inflável. Mas foi no sábado que a menina inaugurou o presente...


- Mãe! - entrou correndo na cozinha - Tio Quim vai me levar na grota pra estrear a canoa, posso ir?


- E lá adianta dizer que não? - olhou para Quim - Teu tio é mais teu dono que eu e meu velho... Não vão esperar Ana chegar com a maluquinha?


- Elas só vão vir depois do almoço... Deixa mãe? - aquela carinha de anjo levado desmancho o coração da preta velha.


- Vai nigrinha... - deu um safanão jogando a filha para Joaquim - Ocês vão de que?


- Selei o malhado... - Joaquim abraçou a velha empregada e beijou a testa - Deixa eu ir senão tua menina não larga de meu pé...


Doralice já estava montada abraçada no bote vazio, pegou a carteira de cigarro e montou.


- Cadê o biquí­ni? - a mão escorregou para entre as pernas roliças da negrinha, sentiu a maciez da calcinha - E a toalha, pegou?


- Tá na bolsa, e é preciso biquí­ni? - olhou por sobre seu ombro - Vai tá só nos..., tu tá de calção de banho?


- Estou... - cutucou a barriga de malhado com começou trotar.


- Porque tu não trouxe ela? - se acomodou descendo para o colo - Ela disse que queria ir com a gente...


- Foram ao dentista, sentiu dor de dente de madrugada - abraçou o corpinho da menina com medo que caí­sse - Já fez os deveres?


- Fiz, a vó Amélia me ajudou... Bota ele pra correr Quim!


Malhado deu um pulo para frente e saí­ram em carreira galopada, a menina segurou na patilha sentindo o vento esvoaçar os cabelos e dava gritos que fazia montaria apertar os passos.


Na grota da vaca passaram pelos morcegos em silêncio e na pedra do Zeca Dora tirou a roupa e se deixou despencar no tanque natural de águas transparentes.


- Vem Quim!


Ele tirou a roupa, colocou junto com as da menina no saco plástico que jogou antes de pular de cabeça. Doralice soprou no bico de ar e encheu o bote.


- É preciso não se mexer muito, viu?


- Eu sei tio! - riu e jogou o bote no lago - Esqueci os remos...


Joaquim improvisou remos e brincaram como se fossem crianças da mesma idade até a menina mergulhar e nadar, tal uma sereia, até o fundo onde cardumes de peixinhos dourados parecia lhe seguir.


- Tio, tu gosta da mim?


- Gosto, minha pretinha safada... - acariciou a cabeça da garota - Porque, não acredita em mim?


- Né isso não..., e tu gosta de..., de meter na tia? - ele não respondeu e também mergulhou e nadou para a margem.


Doralice olhou rindo, gostava de atazanar com ele e nadou rindo por dentro e sentou em seu colo, os seios brotando eram apenas dois botões inchados que lhe dava graça ao corpinho mirrado.


- A tia gosta, não gosta?


- Gosta... - suspirou - E você, já anda brincando cos os coleguinhas?


Doralice corou, o rosto mudou de moreno escuro para algo que lhe denunciava a vergonha e ia sair do colo, mas ele segurou suas pernas deliciado com a súbita demonstração de vergonha.


- Quem é, é o Mauro?


- Né não, ele só gosta de homem... - riu e voltou a ser a moleca safada - Tu jura que não conta pra mãe? - nos lábios um sorriso - Olha lá?


- Conto não...


- A gente gosta de ficar se esfregando depois da aula...


- A gente quem?


- Não era pra falar, mas pra ti eu conto - tornou arrumar os cabelos amarrados em coque no cocuruto da cabeça - Eu e a Nanda...


- Vocês brincam como?


- Lá no bambuzal... Perto na lixeira..., mas não deixo meter na frente...


- Meter como?


- Ora... Tu sabe, né? - aquele sorriso sapeca novamente iluminou o rosto - Daquele jeito que tu mete na tia Ana...


- E você gosta?


- Gosto, dá um friozinho na perereca...


- Fernanda também mete?


- Não..., ela só lambe ele..., mas se tu quiser ela diz que pra ti ela deixa... - riu - Tu quer?


- Você não disse quem é...


- É o Diniz... Nandinha fica com Oliveirinha, mas eles não namoram de verdade e..., e não é toda vez que ela lambe ele...


- Oliveira do basquete?


- Né ele não... Se cesse num aguentava..., já vi a piroca dele... - riu moleca - É o irmão dele, aquele da turma B..., tu é doido é?


- Fernanda fica com vocês, assistindo?


- Fica e ela ajuda a gente...


- Ajuda como?


- Ela bota cuspe nele e ne mim... - se mexeu sentindo o cacete duro - Se tu quiser eu deixo tu meter ne mim...


- Se você fala que não aguenta o Oliveira não me aguenta, moleca safada... - bolinou no peitinho inchado e ela rebolou para sentir melhor - Teu buraquinho é pequenininho...


- Né não, quer ver?


- Não..., e Fernanda...


- Ela não dá, tio... Já disse! - estava cada vez com mais vontade, a narina dilatada e a respiração forte - Mas pra ti ela dá... Tira o calção tio, tira?


- Para que..., não vou meter em você...


- Precisa não, só tira pra eu ver...


- Você já viu...


- Quero ver agora... - levantou e puxou o calção, o pau duro balançou no ar - Porque ele tá duro?


- O que você queria, tua perereca...


- Tu quer ela, eu dou..., pra ti eu dou...


- Não moleca... - ela sentou em cima e o pau ficou imprensado no seu corpo - Um dia..., quando você crescer, quem sabe?


- Assim demora muito... - riu - Tia Ana disse que tu meteu nela quando ela era da minha idade...


- Éramos crianças..., hoje sou adulto...


- Tem nada não, eu deixo... - botou a mão debaixo da bunda e segurou o pau - É só tu botar cuspe nele que entra...


- Não minha doidinha... - deixou que ela ficasse segurando - O do Oliveirinha é de criança...


- É mas... - riu - Eu brinco com a escova de cabelo quando bate vontade...


- Você sente vontade?


- Sinto..., tem vez que bolino na perereca e dá uma vontade... - riu - Tia Ana falou que dói quando ela senta..., deve de doer mesmo, é grandão!


- Tua tia já está acostumada...


- Ela disse que de boi é melhor... Eu fico de boi pra ele meter, nunca sentei não..., tu quer ver? - saiu do colo e ficou de quatro arrebitando a bundinha - É assim que gosto, tu não quer meter?


- Não moleca... - sorriu vedo o buraquinho enrugado - Teu cuzinho não agasalha meu pau...


- Como tu sabe? Tu nunca meteu... - abriu a pernas e ele viu o botão enrugado com uma bolinha na beirada, a xoxotinha era um pacotinho fechado - Tu não quer ver se dá?


- Não Dora, não... - levantou e acariciou a costa da garota - Vamos voltar?


- Não tio, vem meter ne mim... Olha..., passa cuspe que entra, quer ver? - levantou, segurou o pau e engoliu, Joaquim olhava, apenas olhava a traquinice da pretinha e chupou, lambeu e cuspiu na glande e espalhou no talo - Agora vem...


Ele olhou para ela, estava se transformando, a bunda arrebitada, as curvas já acentuando os traços do corpo que fazia antever como seria quando maior.


- Vem tio, pode meter... - no rosto aquele arzinho de anjo sapeca - Vem senão seca...


Olhou para ela e o diabinho cutucou e resolveu mostrar que não entraria. Ajoelhou atrás e entre suas pernas, segurou o pau e colocou no buraquinho, ela olhava para trás com aquele olhar de desejo inocente.


- Vai tio, empurra... - espremeu o cuzinho que estufou como se fosse uma flor brotando - Mete senão seca...


Ele fez pressão, a garota se jogou para trás e entrou.


- Viu... Hun! Viu tio... Entrou..., tu disse que não ia entrar, entrou...


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- Espera... - Dora desceu do barco, Rafaela olhou para ela - Assim tu não vai aguentar... - ajoelhou em frente a Quim e tirou sua bermuda e cueca antes de massagear o pau duro - Tem que molhar antes, né Quim?


A loirinha continuou de bunda arrebitada e viu a coleguinha engolir e chupar massageando o talo. Joaquim olhava e segurou a cabeça. Doralice chupou e depois cuspiu espalhando no talo.


- Agora dá... - suspirou, cuspiu na mão e melecou a bunda da loirinha que não falou nada - Quando ele botar tu faz força como se tivesse fazendo cocô..


- Pra que?


- Pra poder entrar, faz e tu vai ver... - puxou Quim e lambeu novamente a glande - Vai tio, mete nessa loira safada...


- Tu já deu pra ele? - a loirinha suspirou.


- Só a bunda..., tu quer mesmo?


- Quero... - olhou para ele e para o pau babado - Doeu?


- Não... O tio foi carinhoso..., mas se doer tu não grita, viu?


Era um diálogo estranho e ainda com a imagem da pretinha de quatro com o pau atolado no cu ele ajoelhou entre as penas da menina, Doralice pegou e colocou no botão, Rafaela fez como a colega tinha falado e os dois viram nascer aquela florzinha estufada.


- Isso, continua forçando até entrar...


Quim não teve que fazer nada, apenas segurou a bunda ponteada de montí­culos deixando a peles áspera e empurrou, a loirinha sentiu a pressão e tentou continuar fazendo força, a cabeça alojou no anel.


- Quim... Hun! Hun! Ai Quim, ai... - olhou para trás, no rosto a mascarava do sofrer - Pera Quim..., tu..., tu disse que... Hun! Ui! Ui! Que não doí­a... - olhou para Dora que ainda segurava o pau - Dói pra burro... Ai!... Ui! Quim..., Quim..., tá doendo, tá doendo... Tira, tira pelo amor de deus..., eu... Ai! Eu não aguento, tira...


- Espera menina, tá quase dentro... - Dora ajudou forçar e viu entrar mais - Tu não queria, agora aguenta...


Doí­a demais, o cu ardia e sentiu vontade de chorar e chorou fininho.


- Ai! Quim... Tu tá partindo meu corpo... Ui! Hun! Hun! Hun!... Dói Dora dói - Ui! Ai! Isso... Mexe Dora, Mexe... - a amiga bolinou no grelinho murcho que começou endurecer, o pau quase todo dentro do cu e lágrimas pingando na areia fina - Ui! Ui! Ui! Não..., assim não... Devagar Quim..., devagar...


Não ouvia, apenas metia sentindo o pau escorregar no canal do reto, olhos fechados e a imagem de Dora arfando e pedindo mais. Meteu, estocou, o corpo miúdo da loirinha estrebuchou, o dedo ágil de Dora bolinando no grelinho já intumescido e aquele negócio entrando e saindo do cu apertado era estranho, estranho mas cada vez mais gostoso e a dor do iní­cio transmudado em prazer se transformou em gozo gozado pela bolinação de Dora e pelos jatos que correram reo adentro, ele tinha gozado.


- Tu gozou? - Doralice sorriu para ele.


- E como gozou - a loirinha suspirou apertando o anel - Tô de cu cheio...


Ele não falou, meteu mais e sentiu a bunda da loirinha que gemeu antes de sair e levantar. Olhou a menina de quatro e viu o cu aberto expelir golfadas de seu gozo. Respirou, acariciou a cabeça de Dora e cainhou para o rio manso de águas frias.


- E aí­? Tu gostou? - Dora chupou o dedo melado com sucos da loirinha e de gozo de Quim.


- Porra Dora? - deitou, a bunda ardia e não parava de sair o leite - Tu falou que não doí­a sua merda! Dói pra cacete...


- Mas tu gozou, não gozou?


- Gozei, mas foi tu... - levantou e tateou o cu - Merda! Tô arrombada...


- Preocupa não, logo fecha... - riu lembrando dela própria e do medo que teve quando sentiu o buraco do cu aberto - Dá próxima vez não vai doer... É bom, não é?


Também levantou e andaram serelepes para o rio...


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17 de janeiro de 2003, sábado - Barra do rio (A Recepção e as Surpresas)

Todos estavam na Base da Marinha esperando que chegassem... Ana beija a boca do irmão e irmã Jaqueline não esconde o contentamento de reencontrar seu professor e as crianças... Joaquim não esperava aquele fim...


Zarparam com os primeiros raios de sol, todos vestidos, estava perto do fim.


- E a volta Quim? - Adalberto olhou o professor tentando por ordem no salão.


- Está tudo certo... - parou - Estão todas vestidas?


- Estamos Quim! - Doralice entrou - Está acabando... E como vamos voltar pra Santa Isabel? - abraçou pelas costas e beijou o cangote perfumado - Tá cheiroso..., vai encontrar alguma gata em... - parou e acurou o ouvido - Isso não é zoada de lancha?


Ouviram buzinas e foguetes papocando, Bairari correu e abraçou Quim, tremia.


- Ei..., ei? Não fica assim não... - olhou pela janela, viu as lanchas da marinha - É o pessoal da marinha...


Foram escoltados por duas lanchas cinzas e rebocados por outra. No pí­er uma multidão aplaudia aos gritos, viu Ana e a irmã Jaqueline acenando, gritando e pulando e quando atracaram e desceram a banda musical começou tocar. Bairari não soltou a mão de Quim.


- Quim! Quim! - viu Ana correr e se atirar em seus braços - Chegaram, chegaram...


Ninguém estranhou ou ficou chocado com o beijo na boca e nem quando a freira, que vestia em calça jeans e camisa de meia estampada com a foto tirada antes do iní­cio, abraçou os dois. Estavam todos lá, pais, mães abraçavam saudosos seus filhos e Bairari abriu um sorriso largo ao ver o chefe Kauany indumentado com trajes de festa parado entre dois oficiais.


- Quim! Quim! - puxou a mão de Quim - Chefe aldeia aqui... - Puxou novamente e ele olhou para ela que apontava - Kauany..., pai Bairari...


Viu o chefe e caminhou entre abraços e afagos até ele, í­ndio alto, ereto e com um sorriso brilhando no rosto.


- Bom dia chefe... - apertaram as mãos - Está aqui sua filha... - os oficiais cumprimentaram o professor, era o comandante da base e o general Alfredo, enviado da capital.


Bairari continuou segurando a mão de Quim, olhava para o pai que olhava para ela, o professor João se abaixou e abraçou a indiazinha e olhou para o cacique como que implorando que recebesse a filha.


- Cuhã-porã filha minha... - falou para o comandante - Kauany dá filha professor..., professor devolve filha Kauany...


- Não é costume manifestar afeto em público na tribo... - Professor João sussurrou ao ouvido de Quim - Não fique parado, entregue Bairari para o pai...


Joaquim caminhou com passos incertos e entregou a mão da garota para o pai.


- Sua filha é uma guerreira de valor - segurou a mão do cacique - Agradecemos ter deixado que ela integrasse a Jornada.


- Chefe Kauany honrado... - apertou a mão de Quim - Pai feliz filha ajudar...


Bairari e o professor da aldeia estranharam o gesto do í­ndio que ajoelhou diante da filha e lhe abraçou, não conseguiu deter a lágrima que escapuliu dos olhos e os dois conversaram em seu idioma e riram.


O comandante convidou o Grupo para acompanhá-lo ao restaurante onde foi servido o café da manhã, o chefe í­ndio olhava para Quim com orgulho e o chamou.


- Bairari minha falar viajem... - falou algo no idioma para o professor João - Dizer ele, chefe não saber...


Professor João traduziu que o chefe ficaria muito honrado se Joaquim aceitasse sua filha.


- Aceitar como?


- Joaquim... Ele está lhe passando a filha..., aceite! - Joaquim olhou para indiazinha que sorria sem esconder a ansiedade, João notou a indecisão - Bairari falou para o pai que quer viver na cidade..., e que você será seu novo pai...


- Como assim?


- Ela é sua, o chefe está passando a paternidade para você e... Isso é uma honra, o chefe lhe aceita em sua tribo...


- Não nome homem branco, tu íœbí¼rai"yara... Dizer ele íœbí¼rai"yara lí­ngua dele... - olhou para João.


- Esse é seu nome na tribo..., íœbí¼rai"yara quer dizer senhor da lança, em português é Ubirajara... Estenda a mão se aceite...


Quim estendeu a mão que foi apertada com força e o chefe lhe entregou a filha falando em tupi, um pouco afastada Fernanda não perdeu nada, somente ela viu, os outros estavam cercados por familiares e militares. O comandante pediu silêncio e deu as boas-vindas aos navegantes e falou que a marinha publicaria a história da aventura e as descobertas cientí­ficas anotadas nos treze cadernos. Chamou Quim e grupo e comunicou que foram convidados para irem à capital ode seriam homenageados.


- O pai de Bairari deu ela pra ti, foi? - Fernanda puxou o tio para um canto.


- Parece que foi, não entendi direito... - sentou e a menina sentou em seu colo - Parece que você ganhou uma irmã.


- Mas tu não é meu pai, tu é meu tio e..., tu agora é pai dela?


- Menina, deixa terminar essa confusão que vou conversar com João sobre isso... - beijou a cabeça da sobrinha - Agora, tua mãe está de olho...


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-º No próximo episódio:

Voltaram para Santa Isabel em um avião da força aérea. E as homenagens pareciam se multiplicar, Bairari era a mais assediada e foi preciso que Dolores a raptasse para a fazenda, a garota estava assustada e logo conquistou o carinho das novas avos: Dolores e Raimunda, mãe de Dora. Carina apresentou Alicia para Quim e foi amor à primeira vista, mas a garota não aceitou bem quando flagrou a mãe e o pai fodendo no rio...

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-º CONTINUA â—„


*Publicado por PequenoAnjo no site climaxcontoseroticos.com em 23/03/18. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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