Armadilhas

  • Publicado em: 07/01/19
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  • Autoria: carmim
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Suas lembranças vêm, às vezes, em alguma tarde, às vezes tarde da noite. Lembro da sua voz grave e macia dizendo o quanto me queria e de como seus lábios se moviam. Da cor e textura da sua pele, da aparência dos pelos dos braços e peito. Do formato dos seus dedos e das roupas que vestia. Dos cabelos finos e da entrada que ganhara por conta da idade, e do quanto seus traços eram realmente bonitos. Lembro de quando confessava sua insegurança e eu não compreendia, porque aos meus olhos você era perfeito e era tudo o que você precisava saber. Lembro também da euforia que tomava conta de mim depois que nos falávamos e das conversas que eu inventava na cabeça só para poder sentir que tinha você por mais tempo e mais perto. Eu sorria tanto e ficava tão feliz com isso. E lembro principalmente de como não bastava eu me tocar nem me penetrar quando pensava em ti.


Era diferente, meu tesão não era para ter algo dentro de mim e nem gozar. Meu tesão era de estar com você, de imaginar como seria te beijar e explorar cada detalhe seu. De imaginar sua lí­ngua dentro da minha boca, em contato com a minha, trocando saliva. De passar a mão por sua pele e sentir o calor emanado do seu corpo. De apertar sua carne enquanto te beijo com desejo e lambo o sal da sua pele. De passar a mão por seus cabelos e te abraçar roçando meus peitos nos seus, enquanto seu pau duro encosta na minha vagina latejante. De te olhar nos olhos e dizer o quanto te desejo. De ver sua cara de satisfação ao descer em direção aos meus seios, como se pudesse voltar à infância ao me sugar. De sentir sua saliva melando minhas curvas e o suor pingando de suas têmporas. Do sabor dos seus dedos na minha boca enquanto a outra mão me invade o baixo ventre. De como me explora com a lí­ngua em todos os buracos, em todos os sentidos. De como seu pau pulsa e cresce conforme se aproxima de minha boca. De todo amor que deposito enquanto o beijo, o lambo e chupo, e de como faço isso porque quero que se perca de tanto prazer. E de como me acaricia os cabelos tentando retribuir o carinho recebido. De como me encaixo em ti, me movimentando calmamente, viciada na sensação de prazer e no amor que você é capaz de despertar em mim. De como me masturba enquanto entra e sai das minhas entranhas e da sua mão me acariciando as costas. Da sua respiração pesada em meu pescoço e do quanto seu corpo é quente e molhado. De quando me abraça por trás enquanto me fode sem perder o ritmo. De como seus gemidos roucos entram por meus ouvidos e eu me aperto contra seu corpo. De como estamos completamente presentes e não existe pressa nem objetivo além de poder sentir totalmente o outro. Nesse momento serí­amos apenas nós dois.


Sonhei tantas vezes com isso que perdi as contas. Esses sonhos foram tão ví­vidos que nesse processo me perdi e acabei presa numa armadilha que eu mesma havia criado. Como uma viciada procurei me dar o luxo de um prazer inalcançável, misturando cruelmente seus traços aos meus desejos mais intensos, sempre dando iní­cio a mais uma prazerosa sessão de tortura mental. É dessa maneira que suas lembranças vêm e vão, mas nunca, de forma alguma, me abandonam.

*Publicado por carmim no site climaxcontoseroticos.com em 07/01/19. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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