Primeira vez com Fernanda
- Temas: Boate, Ciúmes, Primeira vez
- Publicado em: 20/06/23
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- Autoria: Barbara_Leandra
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Era manhã de domingo e eu havia decidido sair bem cedo para minha caminhada matinal pela Quinta da Boa Vista. O dia estava nascendo quando, vestida com minhas roupas esportivas alcancei a saída do prédio onde morava e me dirigi a passos largos para lá.
Cheguei em uma hora e os portões ainda não tinham sido abertos, mas como eu, várias pessoas já esperavam ali vestindo trajes de exercícios.
Não sou o exemplo de beleza, até me acho normal no auge dos meus 24 anos, 170m de altura e 68 kg. Acho as vezes que sou meio magra demais, com seios pequenos e pernas compridas.
Meus cabelos castanhos e extremamente lisos me caem pelas costas até a cintura e meus olhos azuis chamam mais atenção do que eu gostaria. Tenho traços finos, um nariz pequeno e afilado, lábios desenhados e um sorriso natural de dentes alinhados. Um conjunto harmônico eu diria, mas absolutamente normal em comparação com outras mulheres que conheci durante a vida.
Não demorou muito tempo para que os portões fossem abertos e eu logo iniciei minha caminhada pela parte das tamarineiras. Contornei o espaço de baixo e iniciei a subida até a entrada do museu - Ah o saudoso museu da Quinta da Boa Vista... Uma pena ter sido consumido por um incêndio. Sempre me atraiu muito aquele museu, com a estátua de D. Pedro imponente na entrada e as janelas sempre fechadas do prédio antigo. Todas as vezes que eu vinha até aqui era compelida a fotografar o prédio de vários ângulos diferentes, tinha várias fotografias que guardava com muito carinho, todas em papel. Um capricho de quem pouco viveu a época das fotografias, mas que conhecia bem seus processos.
Quando me preparava para ir em direção ao lago alguma coisa me chamou a atenção: uma mulher estava parada a frente do museu e em baixo do seu braço havia um cavalete. Fiquei observando aquilo, já que nunca tinha visto nada parecido em minha estada ali.
Ela montou o cavalete e desapareceu por alguns instantes, voltando em seguida com uma tela grande e uma maleta. Ela colocou a tela no cavalete e ao abrir a maleta percebi vários pincéis e tintas. E em instantes ela começou a pintar.
Aproximei-me da cena, estava curiosa para vê-la pintando e quando estava a alguns metros ela se virou para mim e sorriu.
Era um sorriso encantador, como se meu dia estivesse envolto em brumas e ao receber aquele sorriso fosse transmutado em um maravilhoso dia de verão.
Fiquei estática, guardando em minha memória a lembrança daquele sorriso e devo ter ficado assim durante muito tempo, até que percebi que ela acenava para mim.
Acenei de volta e ela não satisfeita fez sinal para que eu me aproximasse. Ao chegar junto dela percebi que seu esboço era do museu e neste momento percebi que não era só eu quem amava aquele lugar.
- Bom dia! - Sua voz estava animada – Não esperava alguém aqui a essa hora.
Fez uma pausa e continuou:
- Vejo que você gosta de fotografias.
- Por que diz isso? – perguntei
Ela apontou para minha mão, e eu percebi que ainda segurava a máquina fotográfica. Ri.
- Ah sim, isso. Bem eu não sou nenhuma profissional. Apenas gosto de fotografar. – falei tentando ser casual.
- Me chamo Fernanda. – disse estendendo a mão para um aperto.
Apertei sua mão. A mão era macia e pequena.
- Fernanda? Mas que incrível coincidência! – Disse sorrindo. – Muito prazer, me chamo Fernanda.
Primeiramente seu rosto demonstrou surpresa, mas em seguida ela começou a rir.
Sua risada era agradável, quase como uma melodia. E eu fiquei ali, saboreando o seu riso por algum tempo.
- Bem, errr... Fernanda, o que acha de mais tarde almoçarmos juntas? – Ela disse.
Analisei esse convite por alguns instantes e logo percebi que se tratava de uma cortesia, nada além de um convite de amizade. Pensando assim aceitei.
Ela olhou no relógio e disse:
- Se você puder esperar alguns instantes, podemos almoçar no restaurante que fica próximo à entrada dos militares.
- Ok, por mim está perfeito.
Fiquei sentada em uma sombra que havia ali perto, enquanto ela fazia sua pintura, notei que não terminaria naquele dia, mas que seu trabalho já estava bem adiantado.
Quando o relógio marcava 12h30min ela me chamou:
- Acho que já podemos ir. Mas antes, você não quer me ajudar a guardar essas coisas?
Meneei afirmativamente a cabeça e enquanto ela se ocupava da tela e da maleta eu tomava em meus braços o cavalete.
Dirigimo-nos até um carro que estava estacionado um pouco distante dali e lá ela guardou as coisas.
Ela nos levou até o restaurante e comemos enquanto conversávamos sobre banalidades. Eu optei por beber cerveja, ela bebeu suco de laranja, alegando ter que dirigir.
Ao fim do dia, trocamos telefones e eu fui embora para casa com a certeza de que encontrara uma pessoa especial.
Demorei a chegar em casa, precisava muito tomar um banho e o fiz, assim que entrei. Preparei um pequeno lanche natural e me sentei em frente ao PC.
Imediatamente acessei meu e-mail, hábito constante na minha vida, visto que meu trabalho requer que eu esteja sempre atualizada. Não havia mensagens novas. Em seguida acessei ao Facebook, depois de olhar as atualizações percebi que havia uma solicitação de amizade. Ao verificar de quem se tratava percebi logo que era Fernanda. Imaginei que ela havia me encontrado pelo e-mail que escrevi junto com o telefone.
Resolvi olhar seu perfil antes de aceitar a solicitação. Fiquei frustrada, pois somente algumas coisas eram públicas. Resolvi aceitar a solicitação e ao fazê-lo seu perfil se abriu para mim.
“Fernanda Andrade, formada em Belas Artes pela UFRJ, 26 anos, solteira, trabalha na empresa Museu de Belas Artes.”
Na foto do perfil ela estava sorrindo e seu cabelo loiro lhe caia pelos ombros em espiral. Tinha belos olhos castanhos. Observei suas opções de curtir e tal qual não foi minha surpresa ao notar que ela gostava de Sarah Walters, The L Word, entre outras coisas.
Resolvi olhar suas informações completas e o “sobre mim” dizia: “A vida pode ser doce, desde que o doce seja o gosto do seu desejo”. Dúbio, não dava para tirar conclusões.
Postei alguma coisa como “Já te add. Bem vinda ao meu asilo”. E resolvi sair. Afinal o domingo chegava ao fim e havia trabalho na segunda.
Minha semana transcorreu de maneira normal, até comum eu diria. O trabalho cansativo no escritório me impediu de acessar a internet e na sexta feira recebi uma mensagem que dizia: “Hoje é sexta feira. O que me diz de saímos? F.”.
Pensei por um instante e respondi: “Ok! Mas aonde iríamos?”.
Em poucos instantes a resposta veio: “Não sei, mas acho que poderíamos sair para dançar. O que você acha?”.
“Firmou então! Eu te encontro onde?”
“Te pego em casa. Manda-me o endereço.”
Dei-lhe o endereço e meu resto de dia transcorreu na normalidade.
Ao chegar em casa recebi outra mensagem: “Vou chegar as 22h00min”
Arrumei-me com esmero, afinal não queria ficar feia e no horário combinado ouço o interfone tocar:
“Sou eu, Fernanda. Posso subir rapidinho? Preciso usar o banheiro.”
Apertei o botão para destrancar a entrada e em poucos minutos ela batia na porta.
Ao abrir perdi o fôlego. Ela estava deslumbrante, com um vestido preto colado no corpo e os cabelos soltou em cascata.
Ela me deu um beijo no rosto e perguntou:
- Onde fica o banheiro?
Indiquei para ela e esperei. Logo ela se juntou a mim e disse:
- Que isso hein? Está linda! Digna de ser Fernanda. – e riu em seguida.
Também ri. Ainda rindo saímos.
Fomos a uma boate em Jacarepaguá. Na porta ela me perguntou:
- Você se importa de ser uma boate lgbt? A música é melhor aqui e hoje eu não quero ser incomodada.
Mexi-me no banco me sentindo um pouco desconfortável. Eu sou homossexual, mas nunca havia estado numa boate assim. Tivera alguns casinhos sem importância na adolescência, mas jamais havia estado na cama com outra mulher. Não era virgem, mas meus casos com homens não duraram mais do que algumas semanas.
- Se você não quiser tudo bem. Podemos ir a outro lugar. – A voz dela parecia triste.
- Não! Não há problema algum. – respondi.
Ela sorriu e voltou a me beijar o rosto.
- Você é uma gracinha, sabia? – disse baixo ainda próxima a mim e em seguida aconteceu.
Ela me beijou. Seu beijo era terno e gentil, apenas um leve roçar de lábios. E do mesmo jeito que havia começado terminou. Eu ainda estava com os olhos fechados quando ouvi a porta do carro bater.
Saí do transe e a segui para dentro da boate.
Eu ainda não tinha me recuperado do beijo, meus lábios queimavam e meu pensamento implorava por mais contato, mas ela continuou a agir normalmente e eu logo afastei da minha cabeça a vontade de sentir mais uma vez o calor dos lábios dela.
Fui até o bar e pedi uma cerveja gelada. Dei um generoso gole, antes de me virar. Logo alguém começou a puxar assunto comigo e eu vi que se tratava de uma linda mulher negra, exibindo toda a brasilidade de seus cabelos. Olhos negros e boca carnuda, corpo escultural, usava um decote que me hipnotizava e eu já não conseguia ouvir o que ela dizia, só olhava aquele colo que me seduzia.
Ela começou a falar próximo ao meu ouvido e quando ia me beijar, Fernanda apareceu e todo o clima foi para o espaço. A negra saiu de perto de mim se desculpando e Fernanda parecia irritada. Saiu na frente e eu a alcancei na pista de dança.
Fiz sinal que queria conversar, mas ela nem me olhava. Cansada de não ser ouvida a puxei pela mão e a abracei, colando meu corpo no dela.
Procurei sua boca, mas ela desviou o rosto, ainda muito irritada. Isso me magoou então a larguei e fui dançar do outro lado da pista.
Dispensei umas meninas bonitas que tentaram ficar comigo e de onde eu estava via Fernanda dançando com outra garota, estavam próximas, se seduzindo.
Não aguentei aquilo e fui até lá. Segurei sua mão e fui puxando-a para a área externa. Ela fazia força para se libertar, mas eu sou mais forte do que ela, então ela acabou se conformando e me seguiu até o lado de fora.
- Acha que isso é bonito?- eu disse calmamente.
- O quê? Eu dançar com outra mulher? Não era você que estava quase beijando aquela mulher no bar? – ela respondeu.
- Não isso! Deixar-me sozinha, quando foi você quem me convidou para sair. – enfatizei o “você” para que ela percebesse que eu estava zangada.
- Ah me poupe Fernanda! Você não ficou com ninguém porque não quis!
- Ah é? Não foi você quem veio cheia de atitude quando eu estava no bar? – respondi – e depois quando eu quis beijar você, você recusou. Lembra-se?
- Porque estou com raiva! – Ela disse.
- Ah é? – perguntei antes de tomá-la de assalto com um beijo.
Dessa vez surpreendida ela não pode virar o rosto, mas lutava comigo para se soltar. Não a soltei, continuei ali, até que sua resistência se esvaiu e ela passou a corresponder ao meu beijo.
Estremeci quando a língua dela me invadiu a boca, faminta. Senti suas mãos alcançarem meus seios e meus mamilos reagiram imediatamente. Era um estranho formigamento que eu em raras vezes havia sentido, talvez em uma das parcas vezes em que me satisfizera sozinha, imaginando a maciez e o calor de um corpo liso e feminino.
Soltei-me do beijo sem fôlego e a olhei.
Seus olhos castanhos estavam cheios de desejo, ela me pegou pelo pulso e fomos em direção ao carro. Paramos no primeiro motel que encontramos.
Ao chegar ao quarto tive medo, mas ela me abraçava e já tirava minha roupa.
Fiz o mesmo com ela, imitando seus movimentos.
Quando estávamos ambas nuas, não pude mais esconder:
- Não sei o que fazer... – disse num gemido.
Ela parou e disse:
- Como assim? Você nunca... – disse e completou – Me sinto honrada, prometo que essa será a melhor noite da sua vida. – e voltou a me beijar.
Deitamos juntas na cama, ela me tocava com toda a paciência do mundo, acariciava meus seios enquanto me beijava e com a perna direita fazia pressão sobre o meu sexo.
Jamais havia sentido tanto prazer na vida, o toque dela era suave e ao mesmo tempo decidido.
Desceu a boca até um dos seios e o tomou entre seus lábios, sugando delicadamente.
Minha mente já não processava mais nenhuma informação, somente a quentura no meio das minhas pernas e o pulsar do meu clitóris sob a coxa dela.
Ficou ali, com meu seio na boca durante tempo suficiente para eu enlouquecer. Depois desceu a boca pela minha barriga, substituindo a perna pelas mãos em meu sexo.
Prendeu meu clitóris entre o dedo indicador e o médio, pressionando até arrancar de mim gemidos cada vez mais altos. Demorou até me tocar o sexo com a boca, atrasando o momento, até que eu sem me conter mais implorava pela satisfação do desejo tão perfeitamente aceso por ela.
Olhou-me nos olhos antes de tomar meu sexo na boca, tocou-me o clitóris com a ponta da língua e ficou assim, me torturando, até perceber que eu estava pronta para gozar. Ao mesmo tempo em que envolveu o sexo inteiro na boca me penetrou firme com dois dedos e ficou ali, movendo-os cada vez mais rápido.
Eu me sentia preenchida, os músculos internos comprimiam cada vez mais aqueles dedos e meus quadris já se moviam sozinhos em direção àquela boca que me enlouquecia.
Fui acometida por um frêmito desesperador no memento em que meu corpo, sem aguentar mais o estímulo se derramou em um maravilhoso orgasmo.
Durante vários minutos não tive controle sobre meu corpo, estava em transe, em alfa. Percebia vagamente que ela ainda me chupava.
Quando recuperei as forças, a puxei pra mim, sentindo em sua boca o gosto do meu gozo.
Ela me conduziu, me ensinou o que gostava e eu, aluna aplicada, correspondi aos seus desejos.
Beijei-lhe a boca, suguei-lhe os seios. E como gostei deles. Eram diferentes dos meus, maiores, aureolas rosadas, intumescidos pela minha saliva e hálito.
Lambi-lhe as costas, da nuca até as nádegas e entre elas, provei o sabor daquele espaço proibido e atendi ao pedido que dizia: Me come! E eu comi, com a boca, com os seios, com as pernas, com os dedos... E como foi lindo. O sexo aberto pra mim, vermelho, inchado e a flor exposta pedindo para ser amada.
Lambi timidamente a princípio, depois a envolvi inteira na boca, os lábios menores e maiores me beijando de volta, se contraindo, se expandindo. Ela gemia baixo, mas seus quadris me pediam para dar-lhe o paraíso e eu o fiz.
Lentamente sugava aquele botão, até que ela perdeu o controle dos músculos e se contorceu inteira na minha boca, gemendo abafado enquanto gozava.
Bebi-lhe o gozo, exatamente como ela havia feito comigo e quando deitei ao lado dela, ela me sorria, um sorriso lindo, cheio de ternura.
Dormimos abraçadas, fomos acordadas pelo telefone que dizia que era hora de partirmos, mas antes de ir tomamos banho juntas e nos amamos mais uma vez sob o chuveiro.
Ao sairmos olhamos uma para a outra de maneira cúmplice e prometemos com o olhar não deixar que essa experiência se perdesse. Namoramos durante algum tempo, ela até se mudou pra minha casa, mas no fim acabamos por nos separar. Ainda nos vemos vez ou outra na Quinta da Boa Vista, conversamos às vezes, mas nunca mais dormimos juntas.
Acho que é verdade que o que dizem que a primeira vez é inesquecível. Já estive com outras mulheres, mas nada foi tão intenso como aquela primeira vez, a primeira vez que amei Fernanda...
*Publicado por Barbara_Leandra no site climaxcontoseroticos.com em 20/06/23. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.