O Comedor que Virou Corno
- Temas: Marido e mulher, adultério, esposa vingativa, corno escandaloso.
- Publicado em: 18/09/23
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- Autoria: PNoel
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Há algumas diferenças significativas entre o homem e a mulher, quando se trata de cometer o adultério. Para o homem, na maioria dos casos, essa é uma questão meramente física: o cara tem a oportunidade de comer uma colega de trabalho, uma vizinha ou alguém que conheceu por acaso e — não importando os sentimentos que possa ter por aquela mulher, que o está esperando em casa — ele come mesmo!
A mulher casada, por sua vez, quando mete um galho na cabeça do marido, é porque está sexualmente insatisfeita, carente do ponto de vista afetivo, frustrada nas relações íntimas com o seu companheiro... Ou para vingar-se do cônjuge, por algo que ele tenha feito! E isso acontece, mesmo, de uma mulher fazer certas coisas — até trepar com um estranho, que ela nunca vira antes — apenas por vingança.
Às vezes, basta ela cornear o cara, que já se dá por satisfeita e se sente vingada pelo adultério que ele cometeu e ela descobriu. Noutros casos, porém, a situação é um pouco mais complicada, porque ela quer esfregar aquilo na cara do corno recente, para que ele se sinta humilhado, tanto ou mais do que ela se sentiu. E sei muito bem como isso funciona, porque já me vi envolvido numa situação desse tipo, quando ainda era solteiro.
Naquele tempo eu fumava e, saindo do trabalho à noite, resolvi comprar uma carteira de cigarros antes de ir para casa. Parei numa mercearia e quando fui entrando, saía lá de dentro uma mulher muito bonitinha, tipo “mignon”, desembrulhando um chiclete ou uma bala, que parou e ficou me olhando de um jeito diferente, o que me deixou em dúvida, sobre se já nos conhecíamos de algum lugar. Eu disse um “oi”, que ela respondeu e entrei para comprar os cigarros. Mas, na saída, percebi que ela continuava parada no mesmo lugar, como se estivesse me esperando mesmo.
Aí, eu puxei um assunto qualquer, para iniciar uma conversa. E, para encurtar a história, eu perguntei se ela não queria uma carona. Ela aceitou e não morava longe dali. Só que, como estava mais do que evidente que ela não queria só a carona, parei o carro num lugar mais reservado e tranquilo. E logo começamos com a “pegação”, até que eu propus (e ela aceitou) seguirmos para um motel, antes que eu a deixasse em casa.
Fomos e, como se diz na gíria, “a jiripoca piou” até mais tarde. Ela trepava de um jeito fogoso e se entregava com uma ânsia e uma vontade, como se estivesse mais do que carente, sem levar rola há um monte de tempo. Uma coisa que era até difícil de acreditar, sendo ela tão gracinha, com um corpinho daquele, toda inteira, e, para completar, ainda tinha uns lindos olhos verdes.
Não opôs restrição a nada que eu tenha querido fazer: na frente, atrás, gozar na boca e até fazê-la engolir! Tudo isso com todo o vigor da nossa juventude, tanto dela, quanto meu. E eu, sem entender direito porque havia sido “premiado” com uma potra daquelas, selada e pronta para ser montada, passando solta pela minha frente. Uma fêmea bonita e fogosa como ela, atravessar bem no meu caminho, era bom demais!
Até que, na hora de deixar o motel e já dentro do carro, ela tirou da bolsa uma aliança, que enfiou no dedo anular da mão esquerda e disse, aparentando ou querendo aparentar naturalidade: “Eu não sei se lhe falei que eu sou casada, falei?”. Eu tomei um susto, pelo inusitado da revelação, porque ela não me dissera nada sobre aquilo e, com certeza, sabia que não dissera.
— Não, não me disse. Mas me explique aqui uma coisa: se o seu marido está em casa, por que você veio até aqui comigo? Ele tem algum problema?
Foi quando ela começou a desfiar um rosário de queixas e ressentimentos do cara, que a estava sacaneando e trepando com outras mulheres, incluindo umas amigas dela. Puta da vida, ela havia resolvido pagar a traição na mesma moeda e fazer a mesma coisa com ele. Um típico caso da mulher casada que põe chifres no marido, movida pelo desejo da vingança.
Pelo jeito como falou, ela teria dado prá qualquer um que encontrasse naquela noite. Por sorte, pensei na hora, havia sido eu. Antes de deixá-la perto de casa, já marcamos um novo encontro para alguns dias depois. Porque isso dependia, também, do turno de trabalho do chifrado. E voltamos a sair mais duas vezes, depois daquela. Inclusive numa tarde, em que ela estava menstruada e eu comi só aquela bunda gostosa. Mas comi duas vezes e ela ainda voltou para casa com a minha porra toda dentro do rabo. Porque, no imaginário feminino, chegar em casa com a porra de outro homem, é também uma forma de sentir que está se vingando do marido. Coisas da lógica feminina.
Alguns dias depois do nosso último encontro, eu estava trabalhando, numa escola onde ocupava uma coordenação, quando a porta da minha sala se abriu e ela entrou. Fiquei sem compreender direito o que fora fazer lá, mas ela indagou se alguém havia me procurado naquela manhã. E eu respondi, perguntando: “Alguém, quem?!” Aí ela me disse: “O meu marido”...
Não entendi o motivo pelo qual o marido dela haveria de me procurar, mas antes que eu fizesse a pergunta, ela adiantou a resposta:
— É que nós tivemos uma briga ontem à noite e eu acabei dizendo que, se ele estava me sacaneando, eu também estava fazendo a mesma coisa com ele. Só que ele não acreditou, falou que era invenção minha e me desafiou a dizer com quem eu tinha saído. Aí, eu joguei tudo na cara dele. Disse o seu nome, o lugar onde você trabalhava e até a placa do seu carro, prá ele saber que eu estava falando a verdade!
Correu um frio na minha espinha e eu disse que ela sumisse dali e nunca mais me procurasse, porque o que tinha feito era uma completa idiotice. Havia me envolvido nos problemas do casal, quando, da primeira vez que saímos, eu nem sabia que ela era casada!
Ela se foi e eu fiquei tentando imaginar o que aconteceria depois daquilo. Mas como precisava resolver um assunto na Justiça Eleitoral, saí logo em seguida e devo ter demorado algo como uma hora, mais ou menos. Pois quando voltei, encontrei um “cu de boi” formado na recepção da escola. O chifrudo havia ido até lá e, frustrado pela minha ausência, ele aprontou um escândalo no “hall” de entrada, gritando que eu estava comendo a mulher dele, que ele iria me matar, mais isso e mais aquilo!
O pior tipo de corno, com quem se pode cruzar na vida, é o corno escandaloso. Porque ele não teme o ridículo e nem percebe que, ao aprontar o escândalo, está, na verdade, divulgando uma situação da sua intimidade conjugal, que deveria resguardar. Porque o fato é que as pessoas não costumam ser solidárias com o marido enganado. Pelo contrário, em geral ele se torna motivo de pilhéria e deboche. Mas o sujeito era desse tipo.
Mais tarde, o chifrudo revoltado foi me procurar na minha casa, acompanhado por um irmão. Isso só fez piorar o meu constrangimento, já que eu e o irmão dele éramos conhecidos, embora eu não soubesse da ligação entre eles. Mas, pelo menos, parecia estava acompanhando o corno com o propósito de acalmá-lo. Tanto é que logo sugeriu que conversássemos sozinhos, num alpendre que havia na parte de trás da casa.
Foi lá que eu abri o jogo com o cornão, contando como a mulher dele havia me conhecido e que não me dissera ser casada (naturalmente, nas duas vezes seguintes, eu já sabia que ela era e estava corneando o marido, com a minha ajuda). E até citei os motivos que ela me mencionara para sair com outra pessoa. Aproveitei para diminuir o meu papel no caso, mostrando que eu acabara sendo envolvido na história, porque, do jeito como ela estava disposta a se vingar dele, teria dado para qualquer um que encontrasse naquela noite.
E concluí dizendo que, comigo, ela nunca mais teria, sequer, um contato. Inclusive, porque se comportara como uma idiota, ao me envolver na situação deles e fornecer, para ele, todas as informações a meu respeito. Mas que ele se cuidasse, porque, se ela havia feito uma vez, poderia fazer de novo. “Não comigo”, expliquei logo, para que ele entendesse aquilo era um conselho e não um aviso de que eu pretendia comer a mulher dele outra vez.
Mais calmo, ele me disse que entendia que eu fizera o que qualquer outro homem teria feito no meu lugar. Aí eu também me acalmei, até que ele me fez uma pergunta absolutamente cretina: “Me diga uma coisa: Ela gozou?”
Surpreendido com a pergunta, respondi que deveria pedir essa informação à mulher dele e não a mim. Porque, talvez, ela estivesse só fingindo. Aí aquele corno ridículo, não satisfeito com o mico que já estava pagando, desde que fora me procurar no meu trabalho, disse que só queria saber mais uma coisa. E que, depois, não me procuraria mais:
— E você, gozou?
Neste momento, comecei a desconfiar que, mais do que magoado pelo chifre, ele estava era com tesão, pelo fato de a mulher ter ido para a cama com outro. E resolvi testar a reação dele, para ver se era isso mesmo que eu estava pensando. Bem sério e pausadamente, respondi o que me pareceu ser aquilo que ele estava querendo ouvir: “Gozei, sim... Gozei muito e mais de uma vez...”. Ele olhou para cima e ficou calado por um instante. Depois se levantou e saiu, ao encontro do irmão, que o esperava lá na frente.
Só voltei a ver os dois no final daquele ano — eles entrando e eu saindo de uma loja — fazendo as compras de Natal. Vinham de mãos dadas, como um casal feliz e amoroso. Por isso, tive quase a certeza de que, a partir daquela conversa lá em casa, a revolta dele se transformou num fetiche. E, no final de tudo, ela conseguiu fazer o que queria com o marido, o comedor que virou corno.
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*Publicado por PNoel no site climaxcontoseroticos.com em 18/09/23. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.