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Boca Maldita - Cigarros

  • Conto erótico de sexo anal (+18)

  • Temas: Sexo, Violência, Perversão, Anal, Oral, Novinha, Abuso
  • Publicado em: 07/04/24
  • Leituras: 2127
  • Autoria: Bayoux
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Enfim é sexta-feira e meu turno acabou. Não que tenha lá compromissos para hoje à noite, o que é raro para uma garota da minha idade: não sou de baladas, não curto boates e nem tenho lá muitos amigos na cidade.


O pessoal da firma vai sair, estão combinando um chopinho, mas, para variar, eu não tenho o menor interesse. Parecem uns velhos babões, ficam todos olhando a marca da minha calcinha na bunda e o tamanho da minha saia. Eu finjo não me dar conta, mas eu percebo.


Para falar a verdade, morar aqui na capital foi uma péssima escolha, eu me mudei já faz quase um ano e ainda não consegui me enturmar. As pessoas são frias, distantes, todas preocupadas com seus próprios problemas, correndo de um lado para outro feito idiotas.


Sim, na verdade tudo é uma grande idiotice. Mudei para a cidade para só conseguir um trabalhinho idiota, depois de quatro anos numa faculdade mais idiota ainda. E cá estou eu, cinco dias por semana cercada de homens casados e insatisfeitos babando sobre mim oito horas por dia. Todos idiotas.


Finalmente, são dezoito horas, recuso mais uma vez o maldito chope das sextas e ganho a rua. Após meia hora de caminhada chego no minúsculo apê alugado no centro. Esta foi outra das minhas péssimas escolhas, o lugar precisa de pintura e mobília novas, está muito soturno, sisudo, a cor marrom predominante me sufoca.


O barulho dos carros na avenida ainda invade a pequena janela por mais umas horas até as pessoas finalmente conseguirem fugir do trabalho para casa. Tiro os sapatos fechados, arranco a roupa, atiro pelo chão e me encolho na cama desarrumada desde essa manhã.


Quando o letreiro de refrigerante feito de néon vermelho preso à fachada do prédio velho acende eu fecho a cortina para seu pisca-pisca não incomodar tanto. Não adianta lá muito, mas ao menos o único ambiente do apartamento não vai ficar tão parecido com um puteiro.


Pego a bolsa e viro sobre a mesa. Seu conteúdo, um monte de coisas sem serventia, esparrama-se ruidosamente. Merda, o cigarro acabou e me esqueci de comprar. Contrariada, apesar de já ter caído a noite lá fora, necessito sair e procurar um boteco qualquer para comprar, ficar sem fumar é que não vai dar, afinal, vícios são vícios e eu prezo muito pelos meus.


Eu poderia vestir qualquer roupa, um agasalho surrado ou o moletom trazendo o símbolo do colégio da adolescência, tanto faz, mas não sei por qual razão pus o vestido justo usado na formatura, talvez porque estivesse com vontade de usar preto de novo. Antes de sair, dei-me ao trabalho e pintar a boca de vermelho, afinal, o vestido pedia isso e eu não consegui ignorar.


O centro da cidade à noite é bem vazio, poucas pessoas moram por aqui e quase ninguém se aventura a caminhar pelas ruas escuras à noite. Próximo à esquina vejo uns mendigos sentados nos degraus de uma loja fechada fumando droga.


Bem, eu não sei exatamente como é craque, mas posso ver a luz do isqueiro incendiar a base metálica do pequeno cachimbo feito a partir de uma lata de alumínio. Penso em mudar de calçada, mas era tarde demais, já estava em cima e chamaria mais atenção se fizesse isso. Além do mais, deviam estar tão chapados que nem me notariam.


Às vezes penso que as más escolhas me perseguem, ou talvez eu seja assim mesmo, errada de nascença.


Mal cruzei pelos mendigos e dois deles se levantam e me seguem pedindo dinheiro. Eu ignoro, apresso o passo, mas eles ainda me seguem dizendo todo tipo de baixaria. Chego mesmo a correr, mas, nem bem consigo chegar à esquina, sinto uma mão me agarrar pelo braço. Tento livrar-me aos safanões, grito uns palavrões.


Foi pior.


Assustados, os dois me agarram e aos empurrões me levam pela rua paralela. Tendo o coração em disparada, constato ser um beco sem saída. Há latas de lixo viradas ao largo das paredes por onde ratos do tamanho de cachorros saltitam atrás de restos, há muito pouca luz, mal posso ver o rosto daqueles me assediando.


Sinto quando um deles segura minhas mãos para trás, sussurrando ao meu ouvido: “Sua uma riquinha de merda, mulher de bem não caminha desacompanhada pelo centro a esta hora, se você estava procurando confusão acabou de achar, esse beco é nosso território.”


Um frio me percorre a espinha desde a base até a nuca ao perceber a enrascada na qual entrei. Tento pedir socorro, mas uma mão imunda tapa-me a boca.


Ao perceber um deles me retendo por atrás e o outro se colando à minha frente, sem poder mover-me nem gritar, fecho os olhos desejando ser aquilo apenas um pesadelo, tomara eu acorde imediatamente no apartamento insignificante e marrom e veja o letreiro de refrigerante piscando na janela, mas o cheiro nauseante dos agressores invade minhas narinas negando-me esta ilusão.


Rendida, percebo quando rasgam meu vestido e arrebentam minha roupa interior, sinto suas mãos agarrando meus seios, meu ventre, minhas nádegas, seus dedos calosos tocando-me o sexo, seu bafo de fumaça impregnando meu corpo. Sinto suas línguas ásperas se arrastando ruidosamente por cada centímetro de minha pele branca e macia.


Meu pensamento abandona meu ser, nesta hora tento me afastar dali, daquela violência, da situação irreversível que se desenha só por causa dos malditos cigarros.


Enquanto o da minha frente puxa minha nuca e me inclina em direção à sua pélvis, empurrando um membro flácido feito macarrão cozido em minha boca pintada de vermelho, posso sentir o de atrás penetrar-me sem aviso prévio usando algo muito duro - nem parecia um pênis, mas era.


Em meio ao desespero, só conseguia pensar que aquilo era o pior e passaria logo, mas, inadvertidamente, cerrei os dentes no membro em minha boca. E o pesadelo então piorou, mas piorou muito mesmo.


O homem a quem mordi levanta apressadamente um punho cerrado e me acerta em cheio o maxilar, fazendo-me retroceder sobre o outro que se divertia atrás de mim. Este, a sua vez, entendendo que eu resistia às suas investidas, agarra-me por baixo das coxas e levanta minhas pernas ao ar, oferecendo meu sexo ao primeiro e convidando-o a me penetrar também.


Ele usa palavras muito sujas, eu esperneio no ar tentando inutilmente livrar-me, mas o outro se aproxima invadindo meu sexo cheio de avidez e um gosto sem fim, enquanto seu parceiro, parecendo haver premeditado tudo, agora esforçava-se por introduzir-se seu pênis na minha bunda, dizendo: “Patricinha peituda da porra, agora você vai sentir o que é ficar toda arromabada e ainda vai agradecer…”


Sinto ânsias de vômito ante o cheiro dos dois homens se divertindo comigo suspensa entre seus corpos nefastos, me chupando, me apalpando, me apertando os mamilos, me mordendo o pescoço, fodendo minha vagina e comendo a minha bunda.


Em algum momento percebo: eu estou me mijando toda, posso sentir o líquido quente escorrendo de mim e jorrando sobre eles, o ar está impregnado pelo cheiro de urina, mas estes sequer se incomodam e seguem servindo-se de mim da maneira que mais lhes apetece.


E isso se repete, uma e outra vez, numa agonia sem fim.


Depois de não sei quanto tempo sinto-os gozando, seu pegajoso líquido seminal escorre desde seus corpos para dentro das minhas partes mais íntimas. Me deixam cair ao chão e sinto o sêmem viscoso voar sobre meu ventre, meus seios perfeitos, minha carinha de anjo.


Posso ouvir que riem de mim, me xingam de cadela, de vadia, de piranha. Agora me lavam com seu mijo, os dois - e me sinto feito uma boneca de trapos rasgada, algo inutilizado. Começo a acreditar que pertenço àquele beco: nessa noite eu fui transformada em lixo.


Neste momento tudo se apaga, tudo se torna silêncio ao meu redor, creio haver sido um desmaio, provavelmente uma defesa do meu subconsciente ao horror inominável provocado pelos dois miseráveis drogados.


Quando volto a mim, estou no velho apê, encolhida sobre a cama, minhas roupas de trabalho ainda espalhadas pelo chão. Meu coração palpita acelerado querendo sair pela garganta, o suor escorre por minhas têmporas, minha respiração está ofegante e tenho a boca seca como nunca antes.


Tomando coragem, suspiro e dou-me conta, tudo não passara de um pesadelo, um terrível pesadelo. O detalhe sórdido é que estou molhada, meu sexo latejando e encharcado, o cheiro ácido do meu gozo dominando minhas narinas…


Vai entender meu subconsciente.


Levanto-me, vou até a mesinha tosca à frente da janela, pego a bolsa, viro sobre a mesa. Seu conteúdo, um monte de coisas sem serventia, esparrama-se ruidosamente. Merda, o cigarro acabou e me esqueci de comprar.


Eu preso muito pelos meus vícios, já lhes comentei antes. Olho para o cabideiro de roupas no canto do quarto, lá está o impecável vestido preto e justo usado na formatura. Sem pensar duas vezes, decido vesti-lo, pintar a boca de vermelho, sair e procurar um bar qualquer aberto para comprar os malditos cigarros!


Nota: A Série “Boca Maldita” é uma coleção de histórias diferentes e disruptivas que escrevi faz algum tempo com o propósito de instigar o leitor a explorar a face mais obscura do erotismo. Não são contos fáceis e provavelmente desagradarão a alguns, por isso, compreendo se este for o seu caso. Mas, se eventualmente você gostar, faça como eu: não se preocupe, apenas relaxe, aproveite e siga tomando os remédios, que tudo terminará bem!

*Publicado por Bayoux no site climaxcontoseroticos.com em 07/04/24.


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