Não feche os olhos
- Temas: Lésbicas
- Publicado em: 26/05/24
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- Autoria: LustSlut
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O aroma do whisky pairava no ar, misturando-se com a suave melodia da orquestra que ecoava pela sala. Essa passou a ser minha rotina, chegar em casa, me servir de um pouco de bebida, colocar alguma música e ficar imersa em pensamentos, sentada no sofá da minha sala. Posso passar horas pensando na vida, pensamento bons e ruins, intrusivos e obsessivos ou suaves e relaxantes.
Às vezes é um pouco perigoso, pois a única vontade que tenho, na maioria das vezes, é largar tudo e me mudar para a Finlândia, vivendo para sempre uma vida tranquila em um lugar tranquilo. O copo frio repousava em minha mão, muitas vezes eu nem bebia, apenas ter o copo na mão me oferecia um conforto reconfortante enquanto eu me afundava mais profundamente no assento macio do sofá. Fechei os olhos por um momento, deixando-me levar pelo fluxo da música, tentando encontrar um momento de paz em meio ao caos da vida.
O celular vibrando na pequena mesa a minha frente me trouxe de volta à realidade. Que ótimo, um número desconhecido me ligando no início da noite, o que poderia acontecer de bom caso atendesse? Suspirei, relutante em interromper esse breve momento de tranquilidade, mas sabia que não podia ignorar a chamada. Relaxei um pouco, até demais, tanto que meus dedos afrouxaram e o copo caiu no chão.
Respirei fundo com os olhos fechados, um momento de ira após conseguir atingir a paz. Por um momento ignorei o celular, o copo não havia quebrado, mas molhou um pouco o sofá e minhas meias, assim como o chão enxarcado numa pequena poça. Agilizei em procurar um pano para limpar a bagunça, trocar as meias e levar o copo até a pia.
Quando voltei para o sofá, meu celular começa a tocar novamente, vejo a notificação de duas chamadas perdidas, o mesmo número desconhecido. Resolvo finalmente pegar o celular e atender.
— Pronto. — Falei, com a fala mole e relaxada.
— Finalmente, foi difícil te achar! — A voz feminina e suave, ao mesmo tempo um pouco grave e familiar ecoava pelo telefone.
— Quem é?
— Já se esqueceu de mim? — A voz ficava um pouco manhosa.
— A voz não é estranha, mas eu troquei de celular e seu número não está mais salvo. — Dizia enquanto me sentava no sofá novamente. — Mas se eu tivesse que me arriscar, diria que é a Natasha.
— Na mosca! Não vai se livrar de mim tão fácil!
— Ei, em momento algum quis me livrar de você!
— Hum, não sei — Ela dizia rindo. — Se mudando de apartamento, trocando de telefone, muita coincidência, não acha?
— Para com isso! Está na cidade?
— Sim, cheguei hoje à tarde, estou em frente ao seu antigo apartamento nesse exato instante.
— Vou te passar meu endereço novo, já vou deixar avisado na portaria que você irá chegar, fico te aguardando.
— Perfeito, só precisava disso.
Desliguei o celular, rapidamente mandando o meu endereço para ela por mensagem. Fiquei alguns minutos aguardando ansiosamente, olhei pela janela, o trânsito não estava congestionado, então facilitaria sua chegada o mais rápido possível. Mais um tempo se passou e o porteiro interfona dizendo que liberou uma pessoa, logo depois, alguém bate à porta. Me deparei com uma mulher deslumbrantemente linda, uma elegância impecável, diferente da pequena aprendiz que deixei ir há tempos. A olhei dos pés a cabeça, encantada com a beleza extravagante de Natasha, em transe.
— Não vai me convidar para entrar? — Ela diz, puxando-me a força de volta a realidade.
— Sim, claro. — Tentei me recompor. — Entra.
Ela adornava um sorriso sacana, como se soubesse que havia mexido comigo. Ela entrou, a pedi para que ficasse à vontade e se sentasse no sofá.
— Então, como está indo a vida? — Perguntei me sentando na poltrona a sua frente, apenas a mesinha estava entre nós.
— Melhores do que eu poderia imaginar, meus pais começaram um negócio e deu muito certo. — Ela respondeu, cruzando as pernas. — Eles cuidam da produção enquanto eu, cuido das relações comerciais.
— Pilantra! Me sinto usada. — A fuzilei com o olhar.
— Aprendi muitas coisas com você, Yana, seria um desperdício não as usar.
— Poderia usar todo esse conhecimento ao meu lado, fazia questão de te colocar no meu lugar no cargo de diretora.
— Aliás, fiquei sabendo sobre a sua promoção, parabéns. — Ela ria, ainda de forma sacana, como se me provocasse mexendo nas pequenas mexas do seu cabelo. — Sempre soube que chegaria lá, diretora executiva.
— Não foi do jeito que planejei, queria você ficando no meu lugar no antigo cargo.
— Não me leve a mal, Yana, mas eu sempre via você estressada, brava e de mal humor, eu só conseguia pensar em como eu não queria isso para a minha vida. — Natasha desmanchou o sorriso, agora olhando para o chão. — Eu tenho minha liberdade agora, trabalhando com os meus pais.
Por um momento fiquei sem palavras.
— Essa doeu. — Respondi me levantando, me dirigindo até minha velha prateleira de bebidas. — Então, está fazendo bom uso das coisas que lhe ensinei?
— Principalmente após fechar um negócio, um brinde com Maker’s Mark ou Jameson.
— Suave e cai bem em qualquer paladar. — Falamos quase juntas, nos entreolhamos e rimos.
— Aprendeu bem, garota, isso aumenta a confiança nos negócios. Consegui uma coisa interessante esses dias. — Disse pegando uma garrafa de Royal Salute junto a dois copos e me dirigindo novamente a poltrona.
Deixei os copos na pequena mesa e abri a garrafa até então inviolável, servindo os dois copos.
— Estava guardando para um momento especial, acho que esse momento chegou. — Disse fechando a garrafa e empurrando o copo sobre a mesa até as proximidades de Natasha.
— Hum, o cheiro é bom. — Ela respondeu, pegando o copo e levando até as narinas.
Demos um gole sincronizado.
— Gostei, um pouco doce. — Natasha disse após um gole, dando mais uma bicada no copo.
— Esperava mais do whisky da rainha. — Bebi o resto que estava no meu copo. — Doce demais, também consigo sentir o gosto do carvão.
— O paladar da madame é refinado demais?
— Só esperava mais. — Peguei a garrafa e a deixei no meio da mesa — Pode levar se quiser.
— Um presente caro, hein?
— Consegui com uma afiliada na Coréia, não vai me fazer falta.
— Meus novos sócios vão adorar! — Natasha riu mordendo o lábio, pegando a garrafa e apreciando as gravuras e detalhes. - E como está indo o seu novo cargo, senhorita diretora executiva?
Aquela pergunta me pegou desprevenida, tanto que no presente momento que escrevo, não consigo detalhar o que senti no momento.
Todos os dias quando acordo sinto uma pressão no peito, o desanimo logo me acomete.
A vontade de ficar deitada na cama cada vez mais me consome e aumenta a cada dia.
O que fazia antes com um sorriso no rosto foi se tornando melancólico.
Minha memória a curto prazo está encurtando.
Acordo de longos transes ao longo do dia.
E o pior, quando penso sobre meu futuro, me vejo acorrentada, presa, sem liberdade.
— Está indo bem, tudo como planejado. — Respondi.
— Pensou demais, talvez não esteja sendo tão bom assim.
— Sempre almejei isso, por que não seria bom?
— Porque seu brilho foi sumindo a cada dia que passa, seu semblante está cansado, longe de ser aquela mulher radiante de quando te conheci.
Me vi encurralada, peguei o copo a minha frente para beber, me esquecendo de que estava vazio. Me levantei, fui até a prateleira e peguei a primeira coisa que vi na frente, enchi meu copo e voltei a tomar.
— Voltou a beber exageradamente? — Natasha me encarava, séria. — Te ajuda a relaxar?
— Só gosto de beber, e daí?
— Não negue o seu estado de saúde, está na cara que está exausta.
— Veio aqui só para me falar isso?
— Eu vim te ver, vim transar com você e passar a noite aqui, porque estava com saudades, mas não me lembro de você assim, me deparei com uma pessoa que parece estar no limite.
A verdade é que cada palavra que saia de sua boca enquanto me julgava, foi aos poucos incitando minha raiva...
Por que raiva?
Obvio, porque ela estava certa.
Virei de uma vez o copo, nem sentia mais o ardor do álcool. Fui até Natasha, me sentando na mesinha em sua frente.
— Vamos encerrar o assunto? — Disse, quase sussurrando.
— Não me lembro de ver você fugindo de...
Não esperei terminar a fala, rapidamente agarrei sua nuca e a puxei para mim, fazendo nossas bocas se encontrarem. O gosto da bebida se misturou assim como a saliva. Ela se entregou facilmente ao desejo, saindo de sua posição de controle e condutora da conversa, agora não passando de uma mulher com suas simples necessidades sexuais. Nos levantamos ao mesmo tempo, tirando nossas roupas simultaneamente, não tive cuidados com as roupas extravagantes dela, nem me importei se poderia rasgá-las e muito menos se ela poderia ficar brava. Como da primeira vez, nos atracamos e fomos em direção ao quarto, sem olhar ao redor, estávamos sedentas, queria apenas beijá-la da forma mais quente possível, esbarrando nos móveis, tirando-os do lugar. A empurrei para a cama, puxando-a para a beirada e agachando em sua frente. Suas pernas naturalmente se abriram para mim, revelando-me seu sexo completamente enxarcado.
— Não feche os olhos. — Disse arfando em seu sexo. — Fica olhando para mim.
Logo me deliciei com a sua buceta, mantendo o contato visual. Natasha tentava manter os olhos abertos, mas os reflexos e espasmos do corpo a fazia arquear sua coluna enquanto gemia recebendo minha língua quente serpenteando em sua buceta.
— Olha para mim! — Disse num tom alto, autoritário.
Ela voltou seus olhos em direção aos meus, com aquele mesmo sorriso sacana do nosso primeiro contato visual da noite. Voltei a chupá-la, me lambuzando completamente, mordendo e sugando os lábios, o mel se misturando com a saliva, ela rebolando na minha boca. Eram tantas informações para prestar atenção, detalhes que na maioria das vezes passariam despercebidos. A respiração ofegante, a pele se enrubescendo, principalmente o rosto. O cabelo na frente dos olhos atravessando nossos olhares. Arranhei suas coxas na medida que fui abrindo um pouco mais suas pernas, que tremiam como se estivessem expostas ao frio mais tenebroso da Rússia, mas adornando o calor das tardes tropicais do Brasil em seu interior. Podia sentir seu coração batendo forte, o clitóris pulsando na minha boca, a respiração pesada e o gozo que veio a seguir. Como havia ordenado, ela não fechou os olhos mesmo gozando, mesmo gemendo para as quatro paredes, mesmo perdendo o controle do seu corpo, nossos olhos permaneciam em contato. Desgrudei minha boca de seu sexo, um fio de saliva misturado com mel se estendeu, afinando conectando minha boca e sua buceta até quebrar. Direcionei minha boca até a de Natasha, compartilhando seus fluídos num novo beijo de língua com um sabor diferente e mais agradável. Sua língua passeou pelos cantos dos meus lábios em busca de seu próprio mel, sua boca foi descendo em busca de algo mais precioso, beijando meu pescoço, me fazendo acender uma chama mais forte, mais intensa. A boca passeou pelos meus peitos, lambendo os bicos. Meus dedos entrepassavam pelo seu cabelo à medida que me oferecia um prazer cada vez maior. Interrompi o seu tour pelo meu corpo e a obriguei a deitar-se na cama, colocando sua cabeça entre minhas coxas e sentando com a minha buceta em sua boca, que estava com a língua para fora. O contato me fez estremecer, a língua quente no meu sexo me fazia lembrar o lado bom da vida, me fazia esquecer o que esmagava meu coração. Era como uma janela que se abria no quarto escuro, iluminando um pouco os pensamentos melancólicos. Comecei a rebolar violentamente em sua boca, sentindo os dentes roçando na pele um pouco acima do meu clitóris enquanto a língua tentava me invadir. Podia passar a minha vida inteira rebolando naquela língua. Me preocupei demais com o meu prazer que mal prestava atenção nela, mas Natasha estava lá, tentando manter o contato visual mesmo sendo sufocada pelas minhas coxas. Aquela foi uma das melhores sensações dos últimos dias, que me fez gozar inebriadamente, me descolando da realidade e atingindo o que seria o ápice do meu orgasmo.
Natasha continuava a me olhar.
Desfaleci ao seu lado, ambas ofegantes, eu pelo meu orgasmo e, ela, por quase morrer sufocada. Seria uma boa causa de morte, não acham? Nos recuperamos lentamente, sem pressa alguma. Nossos dedos se entrelaçaram, me fazendo abrir os olhos. Estávamos cansadas, eu mais do que ela, mesmo assim, o contato visual se mantinha.
— Acho melhor eu ir embora, não é? — Ela disse, quebrando o silêncio.
— Pode ficar se quiser.
— Isso desencadearia uma briga.
Pensando melhor, pelas duras palavras de antes na minha cabeça mais dura ainda, realmente, não daria certo. Ela se levantou, recolheu as roupas espalhadas pelo chão e nos vestimos. Nos despedimos na porta, aquelas palavras ainda me marcaram.
— Desculpa se eu disse algo que não soou bem. — Ela disse.
— Não peça desculpas, não combina com quem você é agora.
— Finalmente consegui me tornar igual a você? — Ela riu.
— Está longe, mas continue tentando. — A abracei, com um beijo no canto da sua boca. — Vou levar suas palavras em consideração, não se preocupe.
Ela então se foi, me deixando com o vazio do meu apartamento e da minha própria presença. Sempre apreciei a solidão, mas ela começava a parecer um pouco tediosa. Servi mais um pouco de bebida no copo e me sentei no sofá. O aroma do whisky pairou no ar, agora, misturando-se com o cheiro de sexo.
Não consigo dizer o que era mais doce!
*Publicado por LustSlut no site climaxcontoseroticos.com em 26/05/24. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.