Tá Rindo? - A Modelo
- Temas: Sexo, Vigaristas, Casamento, Suruba, Grupal, Modelo
- Publicado em: 17/11/24
- Leituras: 2225
- Autoria: Bayoux
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Já reparou como o tédio nos leva a fazer coisas impensáveis? Alguma vez você se arriscou, saiu da linha, fez algo inusitado, somente para sentir que o sangue ainda corre pelas veias e o coração pulsa no peito?
Bem, se você teve a sorte de passar num concurso público nível médio aos vinte anos, e o azar de continuar na mesma função mais de trinta anos depois, deve entender o que estou falando.
Pois bem, eu não costumava verificar minha caixa de spam, era só esvaziar e pronto. Contudo, eu esperava há uma semana os resultados de uns exames e decidi repassar cada e-mail para certificar-me de que não haviam terminado ali por engano.
Descendo pela lista interminável de lixo digital e tentativas torpes de roubo de dados, por desengano terminei abrindo uma mensagem estranha: “Olá, com base em seu perfil socio-econômico encontramos a 273 mulheres européias em busca de um relacionamento duradouro que gostariam de conhecê-lo”.
Exatamente neste ponto da história o tédio falou mais alto, apesar do iminente risco de ter o computador invadido e minha conta bancária zerada, apertei um enlace que me jogou numa página desconhecida, cheia de perfis de mulheres lindíssimas, parecendo um desfile da Victoria’s Secret.
Apenas por curiosidade selecionei um deles ao acaso, à medida que pensava: é agora, vai baixar um vírus fatal e foder tudo. Mas não, abriu-se uma pequena janela, dizendo que eu havia ganhado um mês grátis de experiência para buscar minha futura esposa européia dentre os 273 perfis especialmente selecionados para mim.
Khatyuskaya Ninovanowska era o nome dela, mas preferia ser chamada de Katy, para simplificar. Tinha só 25 anos, quase a metade da minha idade. Nascera e crescera numa pequena cidade da Europa do leste, era muito magra e bastante alta, cabelos longos cor de mel cacheados e um sorriso mais que cativante, o ponto alto em suas fotos, todas em trajes bem comportados tendo um castelo medieval ao fundo.
Mal terminei de ver as fotos, outra pequena janela de diálogo subiu no canto inferior direito da tela, onde Katy me cumprimentava, dizendo que estava muito emocionada por eu ter visitado seu perfil e me perguntando se eu havia gostado de suas fotos.
Era agora, eu sabia, quando o provável robô do outro lado tentaria fisgar-me. Ainda assim, estava me divertindo tanto ao imaginar aquele pedaço de mulher interessado em mim que resolvi seguir o jogo. Respondi que eram as fotos mais belas que já tinha visto, principalmente por causa da modelo, mas que estava usando muita roupa.
Katy riu, me chamou de danadinho e explicou que havia tirado as tais fotos durante o inverno, por isso estava agasalhada, mas que se eu quisesse poderia me dar acesso a um outro álbum, mais privado - e um tanto mais picante.
Pronto, agora iriam pedir alguma transferência bancária ou algo assim, um golpe muito conhecido, tinha que ser muito idiota para cair nessa. Decidido a comprovar o que eu já sabia, respondi que claro, porque não, afinal ela era muito linda e o que era bonito era para se admirar.
Bem, isso foi meio desconcertante, na mesma hora outra janelinha apareceu dizendo que Katy havia compartilhado um álbum comigo. Mas é claro, pensei, a pegadinha de verdade deveria estar nesse enlace, bastaria eu apertar o botão e todos os meus dados seriam furtados, obviamente.
Passei o tal enlace por dois anti-vírus e nada, estava limpo. Ainda desconfiado, apertei o botão mesmo assim. Meu senhor, era inacreditável, Katy estava nua em pêlo nas posições mais sensuais que eu já vira, expondo até o último bastião de sua intimidade.
Seus seios branquíssimos de tamanho mediano com mamilos ligeiramente escuros, sua cintura fina sobre um belo quadril de ossos salientes nas laterais, a barriga negativa com um umbiguinho tentador, sua depilação de pelos aparados em forma de triângulo, as nádegas pequenas extremamente proporcionais, tudo na garota das fotos faria qualquer marmanjo gastar as economias de uma vida somente para conhecê-la.
Nossa, isso era um outro nível de estelionato, esses caras não eram adolescentes, deviam ser profissionais, provavelmente de alguma máfia digital ou uma rede internacional de hackers. Isso não era mais uma brincadeira. Temendo as consequências de minha irresponsabilidade, fechei todos os enlaces e desliguei o computador.
Eram três horas da madrugada e ainda não havia pregado o olho, revirando na cama. As imagens excitantes de Katy davam voltas e voltas em minha cabeça e, por mais que soubesse que aquilo tudo não passava de algum esquema bem bolado, eu não conseguia esquecê-la. Fui até o banheiro e bati a punheta mais bem dada desde quando eu era um adolescente capaz de manter uma ereção indefinidamente.
Quando amanheceu, não sabia se havia de fato dormido ou não. Num ato inconsequente, a primeira coisa que fiz foi ligar o computador e entrar naquela maldita página para dar mais uma espiadinha na nudez estonteante de Katy.
Como era de se esperar, haviam dezenas de mensagens de Katy, perguntando se eu tivera a oportunidade de ver suas fotos íntimas, se eu havia gostado, se achava ela atraente, se ela devia voltar a pintar o cabelo de loiro, se não estava muito gorda, se seus seios não precisavam de implantes, se sua bunda não estava meio grandinha e tantas outras coisas.
Logo, passava a inquirir-me porque eu havia desaparecido depois das tais fotos, porque se eu gostasse mais de vaginas totalmente depiladas ela poderia raspar tudo, ou se eu estava achando-a meio velha demais, ela poderia renovar o botox, ou que se o problema fosse só comunicarmos em inglês, ela era fluente nuns quatro outros idiomas em que poderíamos conversar.
Caralho, esses caras não iriam desistir assim tão fácil, me dei conta. Pior ainda, a esta altura eles já deveriam possuir até o número da conta bancária da minha faxineira e o endereço da creche da neta da minha vizinha. Puta merda, eu tinha que seguir a farsa ao menos até encontrar um jeito de livrar-me da cagada que em que me metera!
Tentando ganhar tempo, respondi à Katy que não era nada disso, que ela era absolutamente fantástica do jeitinho que estava, mas que infelizmente tinha me dado conta de que deveria ser um erro daquela ferramenta digital, porque nós não tínhamos absolutamente nada em comum. Desejei-lhe muita sorte na busca pelo amor verdadeiro e fui trabalhar.
Durante aquela manhã eu mal pude me concentrar e cometi vários erros nas mesmas tarefas rotineiras que desempenhava há tantos anos. Meu chefe de setor me chamou para saber o que estava acontecendo e, ao ver meu estado nervoso e as olheiras profundas de quem não dormiu nada, deu-me três semanas de licença e mandou eu ir descansar.
Já em casa tive medo de abrir o computador outra vez, mas precisava saber se minha desculpa furada havia funcionado. Mal entrei na tal página e o tormento recomeçou, com uma mensagem de Katy, inconformada, desejando saber porque eu achava que éramos incompatíveis.
Expliquei que eu era muito mais velho, mas ela respondeu que só tinha tesão em coroas. Eu disse que não tinha grana para ficar viajando, mas a garota argumentou que dinheiro para ela não era problema. Insisti deixando claro que eu era só um cara comum, funcionário público de baixo escalão, mas a mina disse que estava farta de muita agitação e que procurava mesmo uma vida mais calma ao lado de alguém que curtisse estabilidade.
Nossa, esses caras não iam largar o osso fácil assim, resolvi jogar baixo, revelei que eu era brasileiro, certo de que ela sairia correndo. A mulher ficou toda animada, dizendo que suas melhores amigas também eram, que a Gi isso, que a Alê aquilo… “Você com certeza as conhece, todo mundo aí sabe quem são!”, afirmou.
Aí era demais, os caras estavam curtindo com a minha cara. Resolvi dar uma de debochado também, me gabando: “Ora, quem não conhece a Gisele Bundchen e a Alessandra Ambrósio, não é? Por acaso você também é modelo?”
Depois dessa, finalmente os caras ficaram um pouco desanimados, dizendo que sim, que ela também fazia modelagem, mas que as brasileiras eram fantásticas, que ela não era tão maravilhosa e jovial como elas e que por isso havia se inscrito naquela ferramenta de namoro: para encontrar um cara que não fosse tão exigente e que estivesse disposto a passar a velhice juntinho com ela, fazendo sexo tranquilo e apaixonado por muitos anos.
Confesso que me deu pena, por mais que soubesse que era tudo um golpe e que provavelmente havia algum chinês morando escondido na Turquia que agora estava rindo muito da minha cara de otário. Só por desencargo, ressaltei que a julgar pelas fotos ela também não era de se jogar fora e que não havia motivos para ficar assim, xoxinha.
Cacete, seja lá quem fossem os golpistas, eram mil vezes mais espertos do que eu: nesta hora eu quase podia jurar que ouvia Katy soluçar dizendo que ela jamais seria como a Gi e a Alê de tão lindas e famosas, que ela só fazia uns desfiles menores e desimportantes para uma única grife, uma tal de Victoria’s Secret.
Ok, se já estava meio paranóico, agora eu havia entrado em pânico. Como assim Victoria’s Secret? Como esses caras podiam saber disso? Como haviam descoberto justo minha tara mais secreta? Desde quando estariam me monitorando? Pôrra, isso só podia ser coisa dos russos, esses caras da KGB são foda! Mas que caralho os russos queriam comigo?
Desesperado, busquei na internet sobre as atuais modelos da grife internacional de calcinhas. Para meu espanto, existia mesmo uma tal Khatyuskaya Ninovanowska. Entrei na página da empresa, verifiquei as fotografias e vídeos dos últimos desfiles, e lá estava Katy, seminua, esplendorosa, só de roupa íntima, bela e fagueira, desfilando.
Meu senhor do céu, alguém tinha que avisar essa menina que haviam criado um perfil falso dela na tal ferramenta de namoro! Mas quem? Eu é que não iria me meter com a KGB, nem pensar!
Numa atitude desesperada, joguei meu computador no lixo, usei o telefone para mudar todas as minhas senhas, joguei meu telefone na privada, comprei um novo e mudei todas as senhas outra vez, só para garantir. Tudo isso deu um trabalho enorme, mas finalmente eu consegui dormir de novo.
Lá pelas três horas da madrugada, meu telefone novo começou a apitar feito doido. De algum jeito o aplicativo da tal ferramenta de namoro havia se auto-instalado e Katy estava doida, dizendo que não era justo eu sumir assim só porque ela não era uma top model internacional.
A garota argumentava que ela tinha se esforçado muito para que a gente desse certo, que tinha sido para lá de compreensiva com minhas inseguranças de macho latino, que até achava isso fofo, mas que eu não podia criar ilusões românticas e depois abandoná-la assim, em chamas.
Na sequência, enviou uns dez vídeos eróticos com ela se masturbando, utilizando todo tipo de consolo que eu já tinha visto e uns tantos outros inéditos para mim. Puta que pariu, os caras da KGB estavam se superando, eu devo ter descabelado o palhaço umas quinze vezes antes mesmo do sol nascer.
Os vídeos eram tão perfeitos que qualquer um seria capaz de jurar que era mesmo a tal modelo de lingerie neles. E talvez fosse, quem sabe, talvez ela estivesse dentro do esquema, trabalhando para a KGB, só ali, sacaneando uns otários como eu com suas curvas perfeitas, seus gemidos sensuais, seu sexo bem depilado e sua cara de cadelinha abandonada pidona.
Mas é claro, como eu não havia pensado nisso, era tudo uma grande conspiração para dominar o mundo, deviam haver centenas de modelos de lingerie sendo muito bem pagas para seduzir os caras ao redor do planeta, deixá-los como zumbis presos ao erotismo, vítimas de romances impossíveis, tudo isso para… para…
Merda, eu realmente não conseguia entender a razão daquela trama maquiavélica da qual estava sendo vítima, mas afinal, como poderia saber? Os caras nem deviam ser da KGB, não senhor, isso era uma coisa grande demais, cara demais, secreta demais!
Sim, como eu não havia me dado conta antes? Isso na verdade devia ser coisa da CIA, ajudada pela NASA, que fingia ser coisa da KGB fingindo ser um chinês escondido na Turquia! Em meio a tantas incertezas, só havia uma coisa segura: eu estava infinitamente fodido!
Resolvi blefar uma última vez, na tentativa de fazer os caras largarem do meu pé. Falei no aplicativo que eu estava perdidamente apaixonado por Katy, que eu não sabia como dizer isso, mas que havia um problema, algo incontornável que fatalmente a decepcionaria, mas que se houvesse alguma chance de a gente ter algo mais sério no futuro eu tinha que ser sincero e confessar desde já: “Katy, querida, meu bilau tem mais de vinte centímetros, é muito grosso e eu só curto sexo anal.”
Xeque-mate! Agora sim eu tinha virado a mesa! Porra de CIA ou KGB, quero ver vocês saírem dessa com elegância! Aqui é Brasil, caralho! Tão achando o quê? Hein? Que vão sair fodendo minha vida assim, sem mais nem menos? Chupa Tio Sam! Chupa Josef Stalin!
Brochei no momento seguinte: Katy disse que estava fazendo reserva numa companhia aérea naquele exato momento porque nós havíamos nascido um para o outro e ela tinha que me conhecer pessoalmente. Caralho, esses golpistas, ou espiões, sei lá o que eram, estavam mesmo determinados!
Em três dias a campainha do apê tocou. Ora, eu nunca recebo visitas, quem seria? Abro a porta e lá estava a porra da Katy com umas vinte malas tamanho grande e um sorrisão sacana estampado no rosto. Confesso que ela conseguia ser mais linda e mais gostosa ao vivo do que nos vídeos eróticos.
Vendo minha expressão atônita enquanto um exército de assistentes desfaziam suas malas espalhadas pelos cinquenta metros quadrados da minha quitinete, Katy me puxou para o quarto e foi logo arrancando minhas roupas, dizendo que não podia mais aguentar de tanto tesão.
Tentei escapar, argumentando que eu tinha que tomar um banho e fazer a barba, mas Katy não permitiu, alegando que me queria assim mesmo, com jeito de macho uberman.
Dei uma desculpa de que minha cueca estava furada e que tinha vergonha, mas Katy riu, dizendo que não acreditava como eu sempre dava um jeito de ser mais fofo do que já era.
Olha, eu não desejo ser indiscreto nem deixar ninguém constrangido, mas não posso deixar de relatar minha derradeira tentativa de fazer Katy desaparecer: Nesta primeira noite, eu fiz tudo o que jamais fiz com nenhuma outra mulher na cama.
Decidido a desestimular a garota, apelei para coisas que só tinha visto em filmes pornográficos daqueles mais humilhantes que se possa imaginar. Sinceramente, não sobrou nela nenhum orifício intacto, sodomizei Katy durante horas, usei e abusei da garota como um verdadeiro filha da puta seria capaz de fazer, me dá vergonha só de lembrar.
Na manhã seguinte, despertei sozinho na cama e não havia nem sinal de Katy. Ufa, acho que tinha funcionado, provavelmente a garota havia decidido que não havia dinheiro no mundo que fizesse alguém se submeter à aquela barbárie sexual toda.
A campainha tocou, fui abrir quase me mijando de medo, dois gorilas imensos de terno preto e óculos escuros me arrastaram de cueca até um carrão negro com películas escuras nos vidros, falando com sotaque europeu que eram os seguranças de Katy.
Pronto, era agora, eu pensei. Um sequestro relâmpago, me fariam sacar tudo em diversos caixas eletrônicos, assinar papéis de empréstimo, fazer transferências além do limite do cartão de crédito, extorquir a pensão da minha tia em Varginha e esse tipo de coisa.
O cativeiro para onde me levaram ficava na cobertura de um destes prédios chiques com vista para o mar, coisa de profissional, ninguém jamais suspeitaria.
Me levaram vendado para um quartinho um pouco maior que meu apartamento, só com uma cama no centro e espelhos por todos os lados.
Permaneci amarrado à cama por quase meia hora sem saber o que fariam comigo. Logo, um desfile de mulheres estonteantes usando somente lingerie da Victoria’s Secret passou ao pé da cama, bem diante de mim! Sim, meus amigos, era uma espécie de tortura psicológica bem elaborada!
Nem CIA nem KGB, algo assim só poderia haver sido concebido pelo que há de mais sinistro: o lado negro da força! Sim, ele mesmo, o próprio Darth Vader deveria estar por trás daquilo! Como eu fora ingênuo, isso explicava tudo, trata-se de uma conspiração interplanetária para dominar a humanidade!
Depois do desfile houve uma espécie de carnaval, com a mulherada sambando e tomando gim-tônica. Caralho, como eles sabiam que eu odeio samba e gim-tônica? Mas é claro, eram todas extraterrestres, eram capazes de ler minha mente e daí aplicarem as piores torturas! Mas eu não ia confessar, não senhor, comigo não, eu jamais confessaria seja lá o que fosse que quisessem e que eu ainda nem desconfiava!
E não parou nisso não, teve uma espécie de mini-suruba com umas cinco modelos que ficaram até o final, onde fui submetido à agonia de ter que praticar sexo com aquelas ET’s enquanto imaginava qual deveria ser sua verdadeira aparência. Sim, porque quem já assistiu ao History Channel sabe que os alienígenas estão entre nós, mas a gente não percebe porque eles assumem formas humanas!
Lá pelas tantas, enquanto a mulherada interplanetária dormia exausta pela bagaça extenuante na qual fui forçado a participar, consegui esgueirar-me até a porta e fui saindo de fininho. O apartamento era tão grande que levei mais de uma hora procurando a saída, era como um episódio de além da realidade!
Por fim, dei num ambiente amplo que parecia a sala de estar com a porta de entrada ao fundo, depois de descer uns três andares e dar-me conta de que estava num triplex no Guarujá… Ahá! Por fim! Porra de Darth Vader é o caralho! Isso devia ser uma armação da Odebrecht! Pior, devia ser um conluio do partido do presidente! Não, pior ainda, algum juiz da operação lava-jato deveria ter arquitetado aquela zorra toda!
Merda, eu estava muito mais fodido do que jamais havia sequer imaginado! Fui saindo meio de banda, no mocó, quando me deparo com Katy vestindo baby-doll transparente e pantufas de coelhinho, a imagem da pureza associada com a safadeza.
Ela abriu novamente aquele sorrisão cativante e perguntou se eu tinha gostado do nosso novo apartamento e da pequena despedida de solteiro surpresa que suas amigas haviam preparado para mim.
Ôpa, peraí: Despedida de solteiro? Caralho, isso sim era um golpe refinado, eles iram se apossar legalmente de tudo o que eu tinha! Sem dizer mais nada, eu corri em direção à porta, mas descobri que na verdade era um elevador privativo. Foi constrangedor ficar esperando enquanto Katy me olhava rindo e me chamando de “bobinho mais fofo do mundo.”
Quando finalmente a porta abriu, saíram de lá as duas madrinhas de casamento, a Gi, trazendo um smoking para mim que ainda estava de cueca furada, e a Alê, carregando um vestido de noiva minúsculo de duas peças para a Katy, feito pela Victoria’s Secret. Isso sim é que era um golpe bem armado, seja lá quem fosse o responsável, eu tinha que tirar o chapéu.
Desisti, simplesmente desisti. Podiam levar o que quisessem de minhas economias, eu seria capaz de confessar a morte de Kennedy, ou mesmo assassinaria Sara Connor a mando da Skynet e acabaria com o futuro da humanidade.
Quando o juiz de paz chegou, eu disse o “sim” quase que automaticamente, para depois ver a Gi e a Alê disputarem o buquê de Katy - a Gi ganhou fazendo jogo sujo, eu bem vi a cotovelada que ela deu nas costelas da Alê.
Fomos para o quarto em nossa noite de núpcias, mas as amigas da despedida de solteiro ainda estavam por lá e a tortura extraterrestre começou de novo para extender-se até a manhã seguinte, dessa vez com Katy organizando a bagaça.
Enfim, hoje eu e Katy estamos casados ja faz uns cinco anos eu ainda não consegui descobrir para quem ela trabalha, nem o que eles querem de mim, ou sequer porque justamente eu fui escolhido como vítima - além do fato de ter aberto aquele fatídico e-mail na minha caixa de spam enquanto procurava pelos resultados dos exames extraviados.
Caralho! Os exames! Eu esqueci completamente disso! Será que tem alguma coisa a ver com essa trama toda? Abro o computador, eu nunca mais esvaziei a caixa de spam, tem mais de dez mil correios ali provenientes de empresas que arranjam noivas estrangeiras para homens solitários. Passo a verificar um por um…
Nota: A Série “Tá Rindo?” é uma coleção de histórias com um forte traço de humor que escrevi faz algum tempo com o propósito de aliviar a tensão do dia a dia - minha e das pessoas que leem. Dessa vez são contos fáceis, mas há quem nao goste de misturar humor e erotismo, logo, provavelmente desagradarão a alguns e compreendo se este for o seu caso. Mas, se eventualmente você gostar, faça como eu: ria da vida, porque nem tudo é para ser levado à sério!
*Publicado por Bayoux no site climaxcontoseroticos.com em 17/11/24. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.