O Cartão

  • Publicado em: 30/11/15
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  • Autoria: PinkSP
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Outro dia, antes de tirar o Lado B do armário, estava procurando entre uma pilha de cartões um antigo fornecedor que poderia me ajudar com uma dificuldade atual.


Em meio a todos os cartões, um me chamou a atenção e tem vindo sempre à mente...


Um homem alto, moreno, cabelos começando a ficar grisalhos (hoje devem estar mais...), não tinha nada de perfeito, não era modelo de revista ou propaganda de cuecas, muito menos um deus grego.


Homem comum, traços fortes, personalidade marcante e impregnante, a ponto de até hoje lembrar de seus olhos me devorando quando passou por mim no escritório em que eu trabalhava.


Ahhhh aquele homem... este primeiro contato foi único no quesito ficar impressionada com alguém.


Antes de ir embora, determinadamente ele caminhou olhando em minha direção, atravessou o escritório sem dizer uma palavra ou sorrir, passou por baias de trabalho, desviou de pessoas, deixou o acompanhante esperando com olhar de quem não está entendendo nada e me entregou um cartão, dizendo apenas "o que você quiser, quando quiser". Virou as costas, não olhou pra trás e foi embora.


Ainda me lembro do ar que saiu de seus lábios, de seus olhos de fogo, e da minha cara de pasma, sem reação diante da inesperada determinação.


As pessoas mais próximas vieram me perguntar o que foi aquilo e eu simplesmente não soube responder, pois fiquei sem fôlego e também estava tentando entender.


Passados quase 2 anos, uma amiga de trabalho fez aniversário e resolvemos almoçar com ela pra comemorar na Cantina Dom Pepe.


Nosso tempo era contado, mesmo com liberdade para algum atraso no horário, não podí­amos abusar.


Na saí­da da mesa, no acesso à saí­da do restaurante, adivinhem quem encontrei de novo??????


Ele, mais másculo que antes, menos bonito a meus olhos, que conservaram a impressão do único contato anterior, eu tinha guardado-o mais bonito na memória e em minhas fantasias com ele...


Achei que não me reconheceria, eu estava passando despercebidamente com minhas amigas do trabalho ao lado dos acompanhantes dele, ele era o ultimo de 4 ou 5 homens.


Ao passar a seu lado, ele tocou em meu braço, deu um leve aperto que me fez estremecer, estendeu a outra mão com um novo cartão, me entregou e disse apenas "é um prazer revê-la, continuo te esperando".


Confesso que fiquei sem fôlego por alguns segundos, mais uma vez ele me deixou sem reação, trazendo as fantasias de volta.


Uma das coisas que mais me fascina é a quí­mica existente entre algumas pessoas, a forma como dois olhares se encontram, a forma como um olhar de desejo acende outro desejo, a mensagem enviada ao cérebro quando os olhos encontram com algo que os atrai... Sou fã de emoções fortes, definitivamente.


Talvez ele não seja uma explosão de homem, nem eu uma explosão de mulher, mas a nossa quí­mica, essa nos transformou em puro instinto sexual um para o outro.


Confesso que meu olhar é mais tí­mido, determinado porém tí­mido, firme porém recatado, mas os olhos daquele homem flamejam. Não sei se flamejam o tempo todo, não sei se flamejam sempre, não sei e nem quero saber se flamejam e devoram outras mulheres por aí­...


Só sei que este é o efeito dele em mim, que ele me desejou e teve atitude sem ser invasivo, mostrou que queria me ter.


Concluo que o nada ele já tinha e com aquele cartão, que eu já havia me esquecido que existia, ele teve novamente sua chance no presente, porque esta quí­mica, ahhhh!!! ela não passa com o tempo... ela é eterna na memória, como uma saudade não sei de quê.


Hoje, três anos após nosso segundo encontro, brinco com o cartão entre meus dedos...


Trago-o novamente às minhas fantasias, construo e desconstruo encontros em meus momentos vagos...


Fecho meus olhos e imagino suas mãos percorrendo meu corpo, seus lábios em meu pescoço, segurando meus cabelos pra cima com força, quase puxando e deslizando a lí­ngua em minha nuca... hummmm arrepio só de imaginar...


Chego a sentir sua respiração, desejo seu hálito quente e respiração acelerada encostando em meu corpo, me abraçando por trás e acariciando meus seios...


Deslizando as mãos trêmulas em minha cintura, dizendo o que você quiser.... e eu querendo tudo... tudo que o tesão puder me dar, tudo que o prazer for capaz de fazer com meu corpo...


Me aqueço e ardo em noites de prazer solitário com ele assumindo minhas mãos e meus dedos, a me tocar lentamente como imagino que faria, acelero e desacelero para prolongar o prazer, desejando que o momento dure por um instante eterno.


Sinto meu néctar molhar minhas coxas, levo as mãos à boca para sentir o gosto do prazer que ele me dá, sinto o gosto de paraí­so e torno meus lábios molhados... molhados de prazer, desejosos por suas mãos.


Imagino ele nú, cheiro de homem, o perfume bom (ahhhhhh!!! que delí­cia.... amo perfume.... amo mais ainda homens perfumados...), mãos e braços fortes, ele se inclina sobre mim, beija lentamente meus seios sugando meus mamilos... desliza a lí­ngua por toda minha barriga, faz voltas brincando em meu ventre, levanta os olhos, olha em meus olhos para ver meu prazer, mal sabe que as faí­scas do seu desejo do olhar dele me incendeiam muito mais...


Quase sinto seu peso sobre mim, seu corpo, seu gosto, seu cheiro... imagino seu membro duro, roçando entre minhas pernas, se molhando em meu sulco, deslizando molhado de meu clitóris até a entrada do túnel dos prazeres, parando em seguida para me fazer enlouquecer.


Lá neste mundo onde tudo é possí­vel, desejo este homem mais que tudo, desejo o por inteiro, por um momento apenas...


Anseio que ele me penetre lentamente, que se mova de mansinho, sentindo o calor dentro de mim, sentindo meu corpo chamar pelo dele, sentindo as contrações de meu gozo a caminho.


Ele sussurrando palavras de tesão em meus ouvidos me chamando carinhosamente de vadia enquanto me possui e perguntando se quero mais.


Sussurro que quero, imploro entre gemidos pra não parar, na verdade quero muito... quase me falta o ar, meu coração bate em cada centí­metro de meu corpo, sou pulso, estou pulsando, prestes a explodir de prazer.


De olhos fechados imagino ele acelerando os movimentos, me dizendo não conseguir mais se controlar, imploro para que me espere, ele morde meus ombros, a dor se mistura ao prazer, grito entre gemidos pra ele vir agoraaaaa...


E ele vêm, vem comigo, gozamos juntos, me sinto flutuando no espaço, sinto o gosto de paraí­so do seu prazer em todo meu ser...


Gozamos juntos, juntos em minha fantasia, juntos em minha cama solitária...


O marido dorme ao lado, chegou cansado, jantou e já quis dormir...


Não reparou no olhar vibrante, na camisola sensual, na pele macia, na disposição safada que eu estava aquela noite.


Que calor me dá imaginar tudo de novo... balanço o cartão entre meus dedos, pego o telefone, digito o número, apago o número, deixo de lado, olho pra ele, imagino tudo de novo... infinitamente...


Ahh essas fantasias do Lado B...


Será que a realidade pode ser tão boa quanto nossa imaginação?


Um dia uso esse cartão... ô se eu uso...


Conto pra vocês se acontecer.


Beijos


Pink

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*Publicado por PinkSP no site climaxcontoseroticos.com em 30/11/15. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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